terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Botão Barbearia[0.097/2008]
Hoje há fantasmas

Cabeça
Hoje foi a vez do Rádio Clube Português avançar com títulos de que Alegre poderá formar um novo Partido.

Ninguém desconhece que há socialistas, e note-se que só farão parte do almoço do dia 9 de Fevereiro socialistas do Partido Socialista, que defendem a criação de um novo Partido político.

Não me repugna que alguns, como outros que em tempos foram militantes, defendam soluções de ruptura. Não me repugna, mas não concordo com a ideia, como já não concordei quando Carmelinda Pereira e Aires Rodrigues avançaram para soluções desse tipo, como não concordei quando se descolou parte do PS atrás do PRD, como discordei quando Roseta saiu, e em muitas outras pequenas situações que se foram registando ao longo dos últimos trinta anos.

Sei que Manuel Alegre, bem como a grande maioria dos socialistas que o apoiaram, não abandonaram o Partido Socialista e nada leva a crer que o irão fazer. Sei que esses se reconhecem no Partido Socialista, independentemente da actual conjuntura de liderança. Sei que as ideologias estão em desuso, mas não concebo partidos políticos sem elas nem projectos políticos consistentes esboçados unicamente em torno de pontuais protagonismos pessoais.

A vida, mesmo a partidária, é composta de ciclos. Se, por cada ciclo, as sensibilidades componentes dos partidos se individualizassem em novos Partidos, teríamos dezenas de micro-partidos e a perda do objectivo do exercício do poder que é a forma fundamental de ser agente e motor na gestão da mudança.

A diversidade é uma característica da composição do PS e é devido a ela que o PS continua a ser uma referência da democracia portuguesa.

No dia 9 de Fevereiro, como diz Alegre, o debate será franco e aberto, sem pré-formatação nem caciquismo. O que dele vier a resultar será coisa do futuro, sendo certo que não sujeitará os que discordem às conclusões que se venham a apurar. Trata-se de um encontro de gente livre cuja característica comum é a de pertencer a um Partido político. Se alguns entenderem que a solução não está no PS resta respeitar a sua vontade e desejar-lhes boa sorte.
LNT
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-> PS Lumiar

3 comentários:

António de Almeida disse...

-Não tenho nada a ver com o PS, mas a pergunta que ouvi colocarem a M. Alegre foi se pretende criar um lobie dentro do PS. A resposta foi, "um lobie, grupo de reflexão, tendência, o que os meus camaradas vierem a decidir, os estatutos permitem-no". Não estou a fazer comentário, apenas a dizer o que ouvi!

Luís Novaes Tito disse...

Pois é, meu caro.
Mas o que logo se reteve para parangonas foi que se poderia vir a criar um novo Partido.

Descontextualizar para as letras garrafais é o que está a dar.

Pedro Sá disse...

Ora...isto é o Alegre a ver se tem mais holofotes e se os mais radicais continuam ao seu lado...