sábado, 1 de agosto de 2009

A verdade do silêncio

LaranjadaA técnica de nada dizer já fez escola. Se nas Europeias tanto fez, nas Legislativas a coisa fia mais fino e tem a espessura de uma folha de papel para que passe pelos pingos da chuva sem se molhar.

O rasganço das Leis faz-se em silêncio para que, se houver oportunidade, os retrocessos possam ser carta jogada sem discussão, até porque discutir é custoso a quem gosta de impor.

A sala dos tabus do Pátio dos Bichos é um armazém de soluções empoeiradas à espera que no cadeirão de São Bento se sente uma porta-voz. No fundo, o que se deseja, é um upgrade da hierarquia de tempos idos.

Silêncio para não se saber o que é o casamento, não se perceberem as intenções da interrupção voluntária da democracia, não se comunicarem os congelamentos do pré e, com a verdade me enganas, voltar tudo à lei da rolha. Silêncio para, se a coisa lhe for favorável, agitar de novo a tanga.

Na Buenos Aires há maus augúrios que importa não revelar, para surpreender.

Nada que no exercício do poder anteriormente ensaiado não se tivesse já feito.
LNT
[0.543/2009]

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