quarta-feira, 8 de junho de 2011

Avançar, que se faz tarde

António CostaGosto de António Costa. A amizade é coisa antiga, desde os tempos em que ainda se fazia política nas estruturas de base do Partido Socialista. Nem sempre estivemos do mesmo lado da cerca, até porque nunca fiz da política a minha forma de subsistência, o que acaba por nos distinguir no percurso. Mesmo quando dele discordei, sempre reconheci em AC um tipo capaz, combativo e leal. Homem de projecto, inteligente e perspicaz.

Não duvido que António Costa teria sido um excelente Secretário-Geral do Partido Socialista, principalmente agora, numa altura em que o PS tem de se repensar internamente para procurar soluções políticas e técnicas e, se pensamento político não lhe falta, terá também de dispor de tecnicidade para fundamentação das suas propostas.

António Costa clarificou a sua posição. Não está disponível para assumir a direcção do Partido Socialista porque o seu compromisso maior é com os eleitores que o fizerem Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, justificação que honra a dignifica o papel de responsabilidade que o PS deve garantir quando se submete a sufrágio.

Aguarda-se, agora com as eleições internas já agendadas para 22 e 23 de Julho, que os candidatos se façam anunciar. Antes do mais, parece ser importante que quem se julga capaz de desempenhar a tarefa se apresente para começar a agregar ideias e projectos em vez de andar a contar espingardas para uma batalha sem objectivo. Não é tarefa fácil, reconheço, nem sequer é tarefa para ganhos imediatos porque se inicia a travessia do deserto, mas será daqui que resultará o conceito e a proposta que reafirmará o Partido Socialista como a grande força capaz de enfrentar os desafios que Portugal tem de vencer.
LNT
[0.221/2011]

4 comentários:

anamar disse...

Estou consigo e verbalizei-o lá na casinha virtual...
:))

Francisco disse...

Senhor Luís como antigo membro da JS da secção de Benfica conheço bem o António Costa estive sempre do lado oposto ao dele, mas sempre mantive com ele uma relação cordial. Penso que o António não avançou, por puro calculismo, por o motivo evocado o 1 PM nunca poderia ser SG pois teria que se dedicar ao país.

Luís Novaes Tito disse...

Caro Francisco,
Tento explicar que quando o SG de um Partido passa também a ser PM, a política centra-se (por essa mesma razão) na Assembleia da República e no Governo. Falamos de Partidos do poder, claro.
Os Partidos sofrem com isso, veja-se o estado das nossas Secções, mas o poder exerce a política desse mesmo Partido e as ideias do Partido estão em execução (ou deveriam estar). Evidentemente o mesmo não sucede com um SG que é Presidente de uma autarquia, mesmo que ela seja a CML.
Quanto a mim, Costa fez o que se esperava que ele fizesse. Os eleitores de Lisboa (que são muito mais do que os militantes do PS) agradecem-lhe que se dedique em exclusividade. Eu também.
Prefiro um bom presidente da CML a um presidente da CML repartido com o muito que há a fazer no Partido Socialista.
Claro que isto é a modesta opinião de um barbeiro, mas é o que aqui pode encontrar.
Abraço
(Para além de que, como deve entender, uma coisa é um SG ser candidato a uma autarquia, como foi com Sampaio, e outra é depois de ser eleito ser candidato à direcção de um Partido. Como já anteriormente tentei explicar, os eleitores são mais que os militantes e se o candidato for já SG de um Partido, assumem esse encargo, o que é manifestamente diferente de se ter candidatado sem ter a condição de dirigente partidário e depois de eleito a vir a adquirir.)

Francisco disse...

Longe vão os tempos do Franco do Bobela Mota e outros na secção de Benfica foi lá que conheci o sr Luís o Zé Leitão, o Rui Cunha e outros camaradas. Ando afastado do PS desde a era Sócrates mas se o To-Zé ganhar volto novamente a votar PS e a CDU perde um votante.