quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vendo as coisas por esse ângulo...

Canecas Torres Eiffel e de BelémA maior sorte dos portugueses, principalmente daqueles que ficaram em casa a chorar e a repetir que “eles” são todos iguais, em vez de irem votar, foi a de que Sócrates teve de se exilar em Paris para, a partir daí, fazer de conta que não está vivo e a de Coelho ter conseguido, a custo, que Portas entrasse na bolina desta nau sem rota traçada.

Se assim não fosse, provavelmente o José andaria por aí a dar conta do País enquanto que os trabalhadores trabalhavam e pagavam impostos em vez de termos o Pedro e Paulo a darem conta do País mas poupando no trabalho e nos impostos por desocuparem os trabalhadores. Provavelmente os jovens andavam a gastar o nosso dinheiro a oportunizarem-se, a mestrarem-se e a doutorarem-se em vez de emigrarem em busca de sustento. Provavelmente os funcionários públicos continuariam a ter um corte no salário em vez de terem um corte no salário e mais os outros nos 13º e 14º mês. Provavelmente não teríamos a oportunidade de pagar impostos tão altos porque o Presidente da República, em vez de fazer discursos para inglês ver, iria fazer discursos a decretar que há limites para os sacrifícios.

Se Sócrates andasse por aqui, em vez de andar por lá, provavelmente tínhamos o Pedro e o Paulo a continuar a dizer, a partir das bancadas da oposição parlamentar, o contrário de tudo aquilo que estão a fazer e continuávamos sem saber quem era um tal Victor que vivia na Europa central, um tal Álvaro que vivia para as bandas do Alasca, ou uma tal Cristas que vivia por aí mas ninguém dava por ela. O Mota andava de Vespa em vez de Audi e todos nós continuávamos a viver acima das nossas posses em vez de empobrecermos, custe o que custar.

Provavelmente Merkel seria mais feliz por mandar num cábula rabino que a fazia rir, do que num manteigueiro e num cromo que só a fazem chorar.

Ainda bem que a maior parte dos portugueses se deixou ficar a lamentar que “eles” são todos iguais e que, os poucos que o não fizeram, escolheram mandar o Sócrates para longe. Se o não tivessem feito podíamos morrer a rir das partidas e armadilhas que os pasquins lhe montavam enquanto que assim vamos morrer sérios, pobretanas, asseadinhos e tristonhos como compete a um portuguesinho que se preze.
LNT
[0.246/2012]

9 comentários:

Francisco Clamote disse...

Sim, muito provavelmente,Luís.

Anónimo disse...

Subscrevo, só substituia "manteigueiro" por azeiteiro.

Anónimo disse...

Provavelmente!

Anónimo disse...

Provavelmente!

Anónimo disse...

O que eu gostaria que alguém berrasse por aí é que agora ESTAMOS A VIVER ABAIXO DAS NOSSAS POSSIBILIDADES!

Kruzes Kanhoto disse...

Reconheço que isto no tempo do Sócas era muito mais divertido. Também não me é difícil acreditar que teríamos obras por todo o lado - aeroporto, tgv, auto-estradas e o mais que a imaginação conseguisse alcançar - continuaríamos a receber o 13º e 14º mês e que o dinheiro continuaria a ser atirado para cima de todos os problemas que fossem aparecendo. A divida, essa, continuaria a aumentar, mas isso não interessa nada. Diz que em 2011 já ia em 110% do PIB. Parece que acima de 90% começa a ser uma coisa chata, a modos que a atirar para o complicado...Mas isso são uns parvos que dizem, que eu cá não percebo nada de politica nem de economia.

Rogério G.V. Pereira disse...

Apenas um apontamento
não sei se sociológico,
se antropológico
se, até, zoológico:
a maior parte dos portugueses
que acham que são iguais,
não se lamentam: constatam o facto
(lamentam-se de outras coisas...)

blabla disse...

...para os Kruzes Kanhoto que fingem não saber… sabemos que:
com a parelha pedro/paulo a dívida só tem aumentado…
com pedro/paulo estamos sem o 13º e sem 14º…
com eles temos menos saúde e menos escola e sobretudo muito menos trabalho...
a realidade é esta…agora sobre o que a divida seria com sócrates… mera especulação …

Rui Sousa Pinto disse...

Ele há ângulos de todas as amplitudes.
É engraçado como a cobardia e a cobiça faz de nós um pais tão triste. 1º queremos democracia mas temos medo de alternativas, depois criticamos tudo e todos, mas andamos que nem carneiros a reboque mas maiorias minoritárias. Depois de ouvir as razões apresentadas pelo "menino Pedro, para o chumbo do PEC, que levou à queda do Sócrates, alguém ainda consegue acreditar numa única palavra do "Pedrinho"? Haja pelo menos um mínimo de auto estima e de respeito pela educação que damos aos nossos filhos. A mentira institucionalizou-se mas eu não alinho. Aos Mentirosos corta-se a língua!!!!! pôr pimenta já não chega!