segunda-feira, 18 de março de 2013

O fala-só

Fala-sóDepois de Marcelo ter defendido que Passos deve ir às escolas e que a JSD deve encher as cadeiras dos anfiteatros que se abrem para receberem Passos Coelho, hoje o Primeiro-Ministro conseguiu ir a uma escola falar para as paredes e para as televisões que mostravam o anfiteatro tão vazio como o discurso do chefe do governo.

Fora do anfiteatro todos, incluindo a JSD, não quiseram dar a mão a quem lhes rouba os anéis e os dedos.

Marcelo, tal como Gaspar, não acerta uma. Passos também não, mas isso já todos sabíamos.
LNT
[0.016/2013]

1 comentário:

Bloguista Atento disse...

Luiz de Mont'André in www.maquinadelavax.blogspot.com:

Os portugueses sempre nos preocupamos de saber como nos vêem os outros, talvez até demasiado, sobretudo entre os escóis (alguns praguentos chamam-lhes por vezes escolhos…), que muitas vezes têm projectado uma imagem das coisas pátrias captada por olhos (ou óculos) estrangeiros, ou, pior ainda, pelo que julgam ser esse olhar, num jogo de espelhos que reflectem tanto imagens autênticas como factícias. E geralmente quem costuma ver-se a si próprio pelos olhos de outros corre o risco de ficar… malvisto. Porque mais entende o sandeu do seu do que o sábio do alheio, como o lembra Manuel da Costa na Arte de Furtar, e aliás constará da sabedoria das nações. E nem a própria síntese de Aubrey Bell deixa de avultar este pendor: «Os Portugueses, povo altivo e entusiástico, com certo amor da pompa e da aventura e uma receptividade ateniense, habitantes de extenso litoral e sem fronteiras definidas, foram naturalmente sujeitos a influências externas.»
Mas est modus in rebus, e a consulta da opinião estrangeira em doses moderadas não empanará a vista que se mantenha implantada no «seu», sem confundir perspectivas nem circunstâncias. E, justamente, pareceu-me que nesta história inglesa da literatura lusa o que em geral mais e melhor se apreciou foram os autores que revelaram maior autenticidade e sintonia com a sua circunstância portuguesa.
Com efeito, afora os nomes óbvios que resumem uma época, a simpatia e interesse do nosso inglês foi para autores como - Jorge Ferreira de Vasconcelos: «É difícil encontrar outro escritor português que nos dê ideia tão nítida da época – desta última pujança da grandeza de Portugal – ou daqueles bravos, amorosos e sonhadores portugueses que consideram o Amor tão exclusivo monopólio do seu país como o foram o marfim ou as especiarias da Índia»; [...]