sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ana Rita Pereira

Bombeiros Alcabideche

Se há alguém que mais respeito e admiro são as mulheres e os homens que todos os dias lutam, mesmo em condições limite de risco, pelo bem-estar da comunidade e de cada um de nós.

Os bombeiros encabeçam essa lista de pessoas e por cada vez que sei que mais um deles foi queimado ou ferido em missão, sinto uma tristeza infinda que se agrava com a dúvida de tudo ter sido feito para que não lhes tivesse acontecido esse mal.

Hoje, especialmente chocado com a notícia da morte em missão da jovem bombeira Ana Rita da Associação Humanitária de Bombeiros de Alcabideche, que integrava o Grupo de Reforço de Incêndios Florestais destacado para o incêndio no distrito de Viseu, presto-lhe a minha homenagem como cidadão português e manifesto o meu mais sentido pesar aos seus familiares e à corporação a que pertencia.

A morte de um bombeiro é sempre uma imensa mágoa. O desaparecimento de uma jovem nestas condições heroicas é uma mágoa superior.
LNT
[0.274/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXX ]

Alcântara
Alcântara - Lisboa - Portugal
LNT
[0.273/2013]

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Da mansidão

Gaiola Dourada

Ontem fui ver a Gaiola Dourada (la cage dorée), de Ruben Alves, filme luso/francês que vivamente recomendo pelo desempenho dos actores, pela imagem e pela sensacional banda sonora.

Na sala esgotada onde o vi, incomodado pela mastigação das pipocas (esta gente nunca mais aprende a comer com a boca fechada) e pelo pivete de outras comezainas que agora é possível levar para dentro das salas de projecção, sucederam-se as gargalhadas de gente suficientemente jovem para não entender o drama/comédia e demasiadamente alheia das dificuldades nacionais que levaram à emigração francesa, alemã e luxemburguesa (e também à americana/canadiana) de muitos portugueses nos anos 50/70 do século passado.

Foi uma emigração “à bruta”, “a salto”, muitas vezes para sair dos bairros da lata de cá em busca do menos mau nos bidonville de lá e que misturou a subserviência com o “bom comportamento” para ascender às portarias de um qualquer bâtiment, numa qualquer boulevard parisiense.

Vi as cenas emocionado entre a boa disposição provocada pelo espírito do “desenrasca português” e a revolta por termos deixado na Europa a imagem de sermos um povo submisso, subserviente e manso.

Não pude deixar de fazer o paralelo com a expressão “bom aluno” de que tanto se orgulha o nosso Presidente da República. Não pude deixar de fazer o paralelo entre o comportamento da família Ribeiro e o do Governo Coelho/Portas.

Vão ver porque vão gostar, mas depois digam se não se mantém, excluindo as diferenças existentes entre uma família e uma Nação, a predisposição para a humilhação e para o complexo de inferioridade.
LNT
Elenco: Rita Blanco, Joaquim de Almeida, Roland Giraud, Chantal Lauby, Barbara Cabrita, Lannick Gautry, Maria Vieira, Jacqueline Corado, Jean-Pierre Martins, Alex Alves Pereira, Sergio da Silva, Nicole Croisille, Bertrand Combe, Ludivine de Chastenet, Alexandre Ruscher, Paul Ruscher, Alice Isaaz, Ruben Alves, Oliver Rosemberg e Yann Roussel.
[0.272/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIX ]

Gaiola Dourada
A Gaiola Dourada - Ruben Alves - Portugal
LNT
[0.271/2013]

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Irrevogavelmente revogável

Paulo PortasNunca entendi porque foram feitas tantas críticas ao irrevogável Portas. Ele foi claro como a água e a sua demissão irrevogável assim o foi.

Deixou irrevogavelmente de ser Ministro dos Negócios Estrangeiros. A admissão seguinte, também irrevogável, demorou um mês desde a posse até à aquisição das competências (ainda a aguardar a publicação das delegações do PM), mas o segundo lugar está finalmente registado no diploma das "ministras e dos ministros" que a Imprensa Nacional publicou hoje.

Portas já pode agora, salvo indicação em contrário do Primeiro-ministro, substituí-lo na sua ausência ou impedimento. Irrevogável passou, a partir de hoje, ser revogável sempre que o Presidente do Conselho das ministras e dos ministros (mesmo quando impedido) o quiser.
LNT
[0.270/2013]

TI na informação e divulgação

CyborgA Comissão Nacional de Eleições entendeu que a propaganda eleitoral feita através de "infomail (CTT)" e de centros de contacto telefónico está abrangida pela proibição de utilização de meios de publicidade comercial (artigo 46.º da LEOAL).

Se assim o entendeu e é para cumprir relativamente ao acto eleitoral do próximo dia 29 de Setembro, não advirá grande questão uma vez que se aplica a todos os concorrentes e não fica vedado o recurso às tecnologias desde que não usem aqueles canais. Mas fica a dúvida sobre as razões que levaram a esta decisão e se elas não serão uma reacção despropositada numa época em que as tecnologias da comunicação, que estão no centro da vida das pessoas, estão maioritariamente dependentes dos operadores.

Não sei como teria reagido a isto Nuno Godinho de Matos, jurista íntegro que até há pouco foi o porta-voz da CNE e que apresentou a sua demissão para que não o azucrinassem com teorias de incompatibilidade e suspeições de imparcialidade.

Não sei mas imagino que, sendo ele um homem consciente do Mundo em que vivemos e da importância das tecnologias de comunicação na divulgação de informação, teria possivelmente contribuído com uma visão mais actual. Não passa de uma suposição baseada no meu conhecimento, de há anos, da personalidade de Godinho de Matos mas mantenho a convicção de que ele irá fazer muita falta no bom senso do colectivo da CNE.

Foi um erro azucriná-lo, foi um desperdício perdê-lo.
LNT
[0.269/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIX ]

Escher Mobius
Escher Mobius - (M.C. Escher) - Holanda
LNT
[0.268/2013]

terça-feira, 20 de agosto de 2013

o Jumento [ I ]

JumentoDisseram-me na Praia do Cabeço, há aproximadamente 15 dias, que o autor de o Jumento teve um problema grave de saúde e foi de charola para o hospital.

Depois regressei à capital e nada mais consegui saber. Preocupa-me continuar a ver o seu blog parado.

Aceitam-se notícias na caixa de comentários e ficam votos para que o restabelecimento se esteja a processar da melhor forma.
LNT
[0.267/2013]

As culpas da Constituição

OrtigaAinda ontem ouvi, sem muito interesse nem atenção, reconheço, Miguel Sousa Tavares voltar à teoria de que a Constituição da República Portuguesa devia ser reduzida ao mínimo para que qualquer Governo pudesse governar sem entraves. Quis ele dizer, presumo, que toda a carga ideológica e de protecção dos direitos dos cidadãos deveria ser retirada da Lei Fundamental deixando aberto o caminho para que qualquer executivo possa fazer aquilo que entenda durante o seu mandato.

Por outras palavras, Portugal deixaria de ter salvaguardados os interesses dos cidadãos e os Partidos representados na Assembleia da República que formassem Governo passariam a ter carta-branca.

Ainda por outras palavras, os cidadãos portugueses, que já se habituaram a que os Partidos não cumpram minimamente as promessas eleitorais, ficariam sem qualquer protecção desses agentes políticos que, depois de se fazerem eleger, passariam a dispor de total discricionariedade para impor as suas Leis.

A já débil democracia que temos passava finalmente a ser exclusivamente o momento do voto e às maiorias urdidas por acordos extraeleitorais (muitas vezes não sufragados) era entregue o poder total não balizado.

Cada vez se ouvem mais teses destas proclamadas por quem não entende que as democracias têm de assentar na protecção das liberdades e garantias dos cidadãos. Às forças eleitas é sempre possível, nos prazos constitucionais, alterarem a Constituição por maioria qualificada e essa é a melhor forma de garantir a protecção dos abusos do poder.

Reduzir a Constituição a meia dúzia de parâmetros genéricos e vagos seria entregar os nossos destinos ao arbítrio de um qualquer louco que se fizesse eleger porque, mesmo nada sendo irrevogável, sobraria sempre a irreversibilidade dos efeitos das malfeitorias decretadas.
LNT
[0.266/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVIII ]

Cacela Velha
Andorinha 2013 - Conceição de Tavira - Algarve - Portugal
LNT
[0.265/2013]

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Silly Politic

BurroEstamos em plena silly season há uns anos, embora essa estação se apresente de forma mais acentuada em cada Agosto. Nota-se a tendência para o agravamento da patetice quando as notícias andam à volta de discursos políticos atabalhoados e ameaçadores feitos no calçadão de uma qualquer estância de veraneio ou de buruás diversos relacionados com entrevistas de jovens milionários que se prontificam a ser enxovalhados nos estúdios de uma televisão por uma jornalista que no resto do ano faz de capacho a um tudólogo encartado com ambições de upgrade de professor de direito a “mais alto magistrado da Nação”.

De resto a Dr.ª Judite parece ter sido eleita a miss “bombo da festa” no Verão de 2013 desde que se perfilou em traje de banho para as câmaras de um pasquim e desde que outro exemplo da bichanice fofoqueira da comunicação social resolveu informar os basbaques das suas (dela) rupturas conjugais com um ex-dirigente do Grupo parlamentar do CDS, actual comentadeiro futebolês e futuro vereador municipal em Lisboa.

A estação tonta (tradução igualmente tonta) presta-se aos fait-divers mais absurdos e às manobras feitas por debaixo dos panos enquanto as pseudo-notícias revisteiras e as festas bronzeadas de quem jiboia ao Sol e mata a sede com caipi (rinhas e roskas) distraem o pagode que também prefere, nesta altura, ler um romance picante a ouvir os discursos pornográficos do poder sobre os preliminares de excitação para consumar o acto seguinte.

A coisa culminará com as restantes reentres Silly Politic.
LNT
[0.264/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVII ]

Cacela Velha
Cacela Velha - Algarve - Portugal
LNT
[0.263/2013]

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Reformas

Cadeira avariadaPara o governo PortasCoelho, reformar significa espoliar, subtrair, cortar. Para esta gente, reformar é empobrecer, é destruir, é acabar.

Para eles só existem esses significados, seja em relação àquilo que as pessoas têm direito após uma vida de trabalho, seja em relação à remodelação necessária dos diversos sectores.

A palavra reforma, que deveria querer dizer melhoria e correcção de deficiências, ou querer dizer abrigo de quem deixou de estar no activo depois de ter contribuído para a Nação, perde o sentido com a leviandade com que encaram os direitos dos cidadãos, tanto os que respeitam à qualidade dos serviços públicos para os quais esses cidadãos contribuem, como aos outros decorrentes da compensação dos esforços por eles feitos para criar o pote onde os ditos governantes agora chafurdam.

Isto, os cortes, as subtrações, as espoliações, a destruição e o empobrecimento, não significam reformas porque senão significariam qualidade, funcionalidade, eficácia, eficiência, coisas que todos os dias estão a ser banidas.

O que estes senhores estão a fazer por ideologia, escudados na ideia de o fazer por imposição dos credores, é somente um ajuste de contas com todos nós e um afinar de agulhas para meter na ordem todos os que se haviam convencido que a Lei da Selva estava abolida.
LNT
[0.262/2013]

Ardentes

FogoJá há uns anos que os noticiários não eram tão parcos de informação sobre os fogos que devastam milhares de euros de riqueza nacional. Se este ano estão calados, ou pelo menos não estão tão barulhentos como nos anos anteriores, não é por o País estar a arder menos mas porque se entende que os fogos actuais são menos escaldantes do que os anteriores. Nada demais, já nos habituámos ao espírito dos coisos da coisa e a coisa pública é uma coisa do camandro.

Os poucos comentadeiros oficiais de reino que não estão a banhos vão aparecendo na televisão para substituírem os briefing lombo-maduros explicando que aquela luzinha que se vê lá bem no fundo do túnel é um flash que deriva de um filamento incandescente e não de um pinhal em brasa.

Enquanto isto, Portas conseguiu ao fim de dois anos e picos, presidir a um Conselho de Ministros. Não tratou do OE, nem de outras coisas ardentes, como por exemplo da reforma do Estado a que está obrigado, ou da salvaguarda dos reformados a que o seu Partido se auto-obrigou, mas lançou uma lança em África, ou melhor, enviou uma lança do seu coração patriótico às feras que, neste País fronteira África/Europa, tinham incluído meia dúzia de hospitais misericordiosos no Sistema Nacional de Saúde (e que ainda está por saber se as Misericórdias os querem de volta).

Aguardemos o Pontal com esperança de que as melgas não sejam mansas no canibalismo.
LNT
[0.261/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVI ]

Fortaleza Guincho
Fortaleza do Guincho - Cascais/Sintra - Portugal
LNT
[0.260/2013]

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Pontal de amanhã

Galo de Barcelos
Já se prevê Passos Coelho de guedelha ao vento a anunciar sucessos, ainda que fingindo não os anunciar por prudência.

Já se prevê Passos Coelho com tez de bronze a esquecer de anunciar, sem fingir de que se esqueceu de ter prudência, de um milhão sem emprego, de mais uns milhares a caminho dele, de mais outros tantos abaixo da linha de água, de uma juventude sem esperança, de velhos sem assistência nem medicamentos.

Já se prevê que haverá cartas olvidadas, revogáveis ou não, sejam de mestres confessos de políticas falhadas, sejam de mestres confessos em jogos florais e de artimanhas do poder.

Já se prevê que a missa do Pontal terá um Coelho a fazer de galo, como o de Barcelos, com a diferença que este não se irá levantar da travessa quando lhe ordenarem que volte a cantar.
LNT
[0.259/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXV ]

Colares
Colares - Sintra - Portugal
LNT
[0.258/2013]

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ministros da propaganda

Maduro Iraque

Dizia ele a bom dizer, que não, que tudo estava de feição, que se tinha melhorado 1,1 de -2 e que a guerra estava ganha.

Momentos depois, os gringos de Bush e Blair entraram-lhe pela porta adentro.
(o resto da história é memória de quem acompanhou, em directo, a caça que os aliados fizeram a Saddam Hussein)

(imagem de autoria desconhecida)
LNT
[0.257/2013]

Salta-pocinhas

BoteroEsta mania de haver, em democracia, um momento em que são os eleitores que mandam, vai ter de acabar.

Assim decreta que faz decretos, seja no legislativo, seja no executivo.

Agora, depois das explicações que os legisladores têm dado para justificar que os autarcas salta-pocinhas possam continuar a saltar de poça em poça, uma vez que (dizem eles – e façam o favor de ler o Pedro Correia para saberem a opinião de um dos legisladores que ele transcreve) o que se pretende não é impedir a profissionalização do cargo de autarca mas sim limitar os mandatos na mesma autarquia, aproxima-se a altura da parte chata da democracia em que os eleitores dirão aquilo que eles próprios entendem sobre o assunto.

Isso será ainda mais claro no caso das candidaturas salta-pocinhas que se arrastam pelos doutos tribunais e que conseguirão vingar nos boletins de voto.

Veremos como os eleitores farão saber aos nossos legisladores aquilo que pensam sobre a dita profissionalização.

Pela parte que me toca espero que a resposta em Lisboa (que é a que mais me diz respeito) seja de tal forma clara que o salta-pocinhas de Sintra entenda que nem na vereação da CML deveria ficar. (embora se preveja que o lugar de vereador que lhe está destinado seja só um entretanto até ao salto para a poça europeia)
LNT
[0.256/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIV ]

Cidadela
Cidadela - Cascais - Portugal
LNT
[0.255/2013]

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Farrobodó

Palácio das LaranjeirasConsta que a expressão farrobodó vem das pantominices e farras que o Conde de Farrobo fazia no teatro que mandou construir no átrio do seu palácio nas Laranjeiras, em Lisboa.

Local muito apropriado para quem é perito em pantominices e gosta do estilo palaciano, Paulo Portas não se acanhou e marchou de malas e bagagens (e possivelmente com um camião de fotocópias) para as instalações recuperadas no tempo de Guterres quando criou o Ministério da Reforma do Estado.

Agora que o teatro renasceu das cinzas e com o camarim do maior artista português instalado no salão nobre do palácio, só falta reactivar a aldeia dos macacos no jardim zoológico para que tudo fique conforme.

Se bem me lembro os espectáculos dos papagaios e araras fazem-se mesmo ali ao lado.

Tudo normal, portanto. Oxalá nenhuma víbora fuja do reptilário para o palácio pois correrá o irrevogável perigo de morrer envenenada.
LNT
[0.254/2013]

Rosalino se tu fores à praia

No espetoÉ mais ou menos assim o início de uma canção, julgo que do Fausto, que o aconselha a ter cuidado, não lhe descaia o pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.

Mas Rosalino tem o pé de catraia sempre sujo de óleo e tem pressa, não vá o diabo tecê-las e os seus planos serem de novo suspensos, como já lhe aconteceu no tempo das decisões irrevogáveis de Portas, e o pezinho não lhe pára de saltar para a asneira.

Foi por isso que transformou a iniciativa dos trabalhadores da administração pública de se amigarem para rescindir, num convite irrecusável à moda dos padrinhos da mafia.

Cuidado, Rosalino, não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
LNT
[0.253/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIII ]

Star Wars
Star Wars - USA
LNT
[0.252/2013]

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Silly season

Mira técnicaPara quem esteve três semanas sem quase ver noticiários o regresso às notícias faz lembrar aquelas novelas que ocupam metade do tempo a passar as cenas dos últimos capítulos e a outra metade a anunciar as cenas dos capítulos seguintes.

A coisa agrava-se com a única notícia relevante que dá informação de estar interdita a apanha de bivalves contaminados com uma bactéria parasita, facto recorrente sempre que os nossos governantes se deslocam para as zonas de mar.
LNT
[0.251/2013]

E de repente

LisboaE de repente regresso ao bulício da capital cheia de mortos-vivos e de restos de gente que nos diz governar. É como se nunca daqui tivesse saído, não fosse a cor que o Sol deixou na pele preste a desbotar.

A baixa está um inferno de calor e faz lembrar a Palestina onde nem falta a vergonha de um muro que impede quem venha do Chiado de atravessar a Rua Aurea.

Mau, muito mau, embora as notícias (do tempo em que elas faltam) dissessem que o arco do triunfo lisboeta passou a miradouro de dois euros e meio com vista garantida para a rua fronteira esventrada e para o cavalo do Dom José a marchar sobre as serpentes desbotadas.

Se querem sombra vão ter de a pagar neste imenso caldeirão incandescente a que chamam terreiro do paço. Se querem sossego vão ter voltar aos areais algarvios cheios de alfacinhas e de fedelhos aos berros.

E assim, de repente, aqui estou de novo estafado e poluído como se daqui nunca tivesse saído.
LNT
[0.250/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXII ]

Praia do Cabeço
Praia do Cabeço - Algarve - Portugal
LNT
[0.249/2013]