terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Elogio a Portas, Paulo

Paulo PortasComo diria o saudoso António Silva, adeus e quando lá chegares manda saudades, que é coisa que cá não deixas.

Paulo Portas não merece que aqui lhe faça um epitáfio, até por não ter morrido, e mesmo politicamente recuso-me a fazer elogios públicos pois o único político que sei ter morrido foi há mais de 2000 anos e, ainda assim, consta ter ressuscitado três dias depois.

Portas sai agora (ou ausenta-se agora) pela porta grande. Conseguiu fazer do líder de um partido minúsculo Vice-primeiro-ministro de Portugal e conseguiu que esse minúsculo Partido não fosse absolutamente irrelevante em número de deputados por negociatas que retiraram peso ao PSD. Não conseguiu manter-se no poder actualmente, mas isso deveu-se mais à capacidade de Costa construir geringonças do que a de Coelho conseguir zingarelhos.

Sem ele perderemos os mais fortes sound bites na política portuguesa entre os quais ficarão para História, pelo menos, a revogabilidade do irrevogável e a emersão dos submersíveis.

Deixa órfão o PP, partido que sucedeu ao CDS para se afirmar Paulo Portas.

Se não for à lavoura, espero que se dedique agora à cozinha, às sopas frias, e ao comentário político que está vazio desde que o comentador principal fez as malas para Belém.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.306/2015]

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal


Feliz Natal.
Ainda hei-de voltar para desejar bom ano de 2016 com poucos Banif's no sapatinho.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.305/2015]

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A geringonça e o zingarelho

Geringonça ZingarelhoPortas, ex-PàF, sempre foi um vendedor de banha-da-cobra a quem todos nós, que já tivemos oportunidade de observar a vender esticadores para os colarinhos e pentes para os carecas nas feiras saloias, nunca deixamos de prestar alguma atenção. Não tanto com o intuito de lhe comprar algo - por sabermos, à partida, que estamos perante produto defeituoso ou falso - mas pela graça do seu proclamar.

Nas últimas subidas ao palanque para vender mais um xarope miraculoso, Paulo Portas, ex-VicePM e mais uma data de ex-coisas, rotulou com a designação de “geringonça” o conjunto de intenções que quatro Partidos assinaram para garantir um Governo legitimamente democrático.

Acontece que uma geringonça é algo que não se compreende, algo que para ele e para os seus não tem compreensão por não entenderem o funcionamento da democracia, coisa até já entendida pelo Presidente da República como não o sendo, uma vez que acabou por ter de dar posse ao Governo Costa e o viu confirmado pela maioria dos deputados.

Portas e os seus deputados eleitos à boleia daquele zingarelho a que se chamou PàF, que nunca funcionou e que para nada mais serviu do que para garantir ao CDS/PP um número de deputados que nunca teria conseguido se não estivesse engajado nas roldanas desse zingarelho, podiam parar com a histeria dos sound-bites (geringonça) e caírem na realidade de que as pessoas estão muito mais interessadas em coisas que lhes digam respeito do que na dor de corno de políticos irrevogavelmente remetidos ao lugar que lhes compete.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.304/2015]

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O quarto Rei Mago


Como ainda não é em 2015 que voltará o famoso concurso de Natal da barbearia, aqui fica um musical natalício bem ao jeito desta loja, onde nem sequer faltam os instrumentos que por cá se usam.

Boas-Festas, se poderem.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.303/2015]

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O pin do “chefe do governo”

Passos Coelho PinPedro Passos Coelho, líder da oposição, subiu ontem à tribuna dos deputados para frisar que se continua a julgar o único possível Primeiro-ministro uma vez que é o chefe do Partido mais votado e que nunca lhe passou pela cabeça que essa condição poderia não ser suficiente para se manter no cargo que ocupou nos últimos quatro anos e tal.

Foi exactamente a incapacidade de entender que tinha perdido a maioria absoluta nas eleições de 4 de Outubro que o fez ignorar a negociação a que ficava sujeito para se fazer sucessor de si mesmo e que não lhe bastaria a bênção presidencial e o abraço de urso do seu ex-vice-PM para poder meter a democracia na gaveta.

Mas a democracia já o chamou à razão duas vezes (a ele, ao seu ex-vice e ao seu patrono) dizendo-lhes que não o queria - uma vez na rejeição que a AR aprovou e, ontem, na rejeição que a AR lhe chumbou - mas insiste em não compreender que os cidadãos elegem deputados e que são eles que dão assentimento às nomeações que o Presidente da República entende fazer para a liderança do Governo.

Até que volte a ter uma maioria de deputados que lhe dêem esse poder, Passos bem poderá guardar o pin que continua a ostentar na lapela e passar a tratar por Primeiro-ministro o Primeiro-ministro agora investido no pleno exercício de funções, porque a figurinha que está a fazer só serve para lembrar aquela que outro, antes dele e da democracia, já fez quando entrou em negação ao saber que tinha Caetano como Presidente do Conselho de Ministros.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.302/2015]

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Portas “o Fofinho”

Oliveira Figueira Forever Friends
“Ficam escolhidos hoje os seu BFF”, disse Portas para António Costa. “Catarina é best friend de António, António é best friend de Jerónimo, Jerónimo – e só isso não é novo – é best friend de Eloísa.” A esquerda protestava, a direita ria e aplaudia. LOL

Paulo Portas, o mais fofinho de todos os fofos de Belas, o mais velho charlatão e vendedor de banha da cobra dos políticos portugueses, o mais balelas de todos os Oliveira da Figueira que Hergé poderia ter criado num improvável episódio do Tintin, passou-se à oposição dois anos e tal após se ter feito revogavelmente irrevogável e subiu à tribuna para representar o papel ressabiado que lhe está destinado.

Portas, prenhe dos sound-bites que há anos o emprenham, vestiu a fatiota da irrelevância que o faz estar num Parlamento democrático às cavalitas de uma coligação PàF onde os seus votos não diferem no peso daqueles onde se encavalitou e usou da jactância cínica, mas fofinha e adocicada dos ursinhos “Forever Friend”, para catalogar o que os seus “inconseguimentos” (e os do seu parceiro galhofeiro) não obtiveram no jogo da democracia.

Habituado a ser charlatão (ele próprio se reconhece como a personagem da banda desenhada que representa o vendedor da banha-da-cobra das feiras saloias) trapaçou do palanque e fez ir às lágrimas o seu público que desta vez não tinha mordomias para lhe oferecer em troca da comédia . Confundiu a condição de tribuno com a de entertainer com a mesma lábia com que esconde a careca no cabelo comprido que saca das orelhas.

Usando a metáfora que ontem se usou no início do debate sobre o Programa do XXI Governo, Portas ficará para a História com o cognome do Fofinho.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.301/2015]