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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Apelos à amálgama

BoteroSucedem-se os apelos para a convergência. Fico cada vez mais preocupado com esta vontade de uniformização e para este apelo à indiferenciação. A insistência para acordos provoca as meias tintas do costume, as cedências ao mal menor e a morte do regime.

Votar neste ou naquele não pode ser igual e, se não queremos que a política seja só disputa clubista, há que basear a nossa escolha na diferenciação e demonstrar que os modelos em disputa apresentarão resultados diferenciados. Não é possível pedir participação cívica se se inviabilizar a escolha.

Sempre preferi a diversidade até porque, em limite, só ela nos proporcionará a mestiçagem.

Já nos basta estarmos confrontados com a alternância de poder ao centro e com as lideranças personalizadas que no PS e no PSD transformam o colectivo em colectividade. Só nos faltava agora ficarmos sujeitos à amálgama.

Se é verdade que o cinzentismo reinante transformou a política em danças de salão, pelo menos não se prescinda da possibilidade de nos deixarem escolher a dança para Dona Constança.
LNT
[0.399/2010]