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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A queda (do muro)


Segundo António, sopram os ventos da mudança.

Do lado de cá abrimos os braços da liberdade. Abrimos-vos os braços à liberdade.

Regressem e cantem connosco a suprema libertação.

Embora com o atraso habitual português, voltou a cair o muro.
Sejam bem-vindos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.277/2015]

segunda-feira, 28 de março de 2011

Do sótão

FuryQuando eu era miúdo vivia com uma matilha de irmãos numa moradia em São Domingos de Benfica. Na nossa rua só haviam mais duas casas, outras moradias iguais à nossa que se distinguiam pela cor dos frisos da fachada.

Na casa ao lado moravam uns refugiados alemães da segunda grande guerra, talvez um pouco mais velhos que a minha mãe. Ele, alto e reservado. Ela, que tinha um nome que não sei escrever mas que soava em português “Fiuri” (a quem nós chamávamos Madame Fury – o Cavalo Selvagem, como tínhamos aprendido na série que na altura passava na televisão), fazia-nos tremer de medo cada vez que uma bola mais alta passava o muro e aterrava no meio das rosas do outro lado. Quase sempre cabia-me ter de ir buscar a bola, coisa própria para um dos mais novos que, com mais ou menos resmungos alemães, de lá regressava com o rabo entre as pernas mas com o esférico debaixo do braço.

A Madame Fury – o Cavalo Selvagem, ficou-me guardada num qualquer recanto da memória e foi preciso passarem todos estes anos para a rever, embora mais peituda e anafada, na figura de mad. Dorothea a barafustar no seu melhor alemão contra as tretas portuguesas, a falta de tempo de Cavaco e a infantilidade de Coelho.
LNT
[0.102/2011]

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cries & Whispers

Lágrimas e SuspirosMesmo em período de defeso há sempre a possibilidade do Governo ser demitido.

Mesmo neste período em que o Presidente da República não pode dissolver a Assembleia da República e assim sendo, não pode convocar eleições, há sempre a possibilidade do Governo ser substituído. Basta por exemplo que o Orçamento que vai entrar na Assembleia da República não seja aprovado ou que o Primeiro-ministro entenda pedir a sua demissão (embora Sócrates não seja Durão Barroso, nem tenha tido nenhum convite – que se saiba – para ocupar um lugar de destaque num qualquer organismo internacional).

É por isso mesmo que vamos ver em breve um Coelho a engolir um sapo, coisa imprópria para coelhos dado serem, em princípio, herbívoros.

À pala disto o País prepara-se para mergulhar num mar de lágrimas (de crocodilo) e suspiros. De um lado o excelentíssimo Presidente que promulga, sem concordar, para chorar de arrependimento imediato, do outro o excelso líder da oposição a dizer que sim com a mão e a abanar a cabeça em negação, como se nada mais pudessem fazer.

Na quarta-feira abram-se as hostilidades com o pressuposto de que delas sairemos tão amigos como dantes.
LNT
[0.305/2010]