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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sem pingo de vergonha

Governo na galhofa
"É uma alteração com um impacto social enorme, que abrange uma boa parte das 15 mil crianças que recebem este apoio do Estado"
Associado a esta medida escondida num rectificativo para ver se passa sem que se dê por isso, anda ainda mais um jackpot atribuído a Jardim para a continuação do regabofe.

O PS só pode votar contra este orçamento rectificativo e o PSD e o CDS, que quebraram todos os entendimentos que havia na sociedade portuguesa, vêm agora acusar o PS de ruptura.

Sem pinga de vergonha na cara, atiram-se ao orçamento europeu para encherem os noticiários, não porque o orçamento comunitário os incomode muito, mas porque é necessário distrair.

Estamos perante umas bisarmas colossais.
LNT
[0.592/2012]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Caridadezinha, beatificação e culpabilização

VelhoContinua a política de vexame. O PSD não está sozinho no Governo e o CDS, seu parceiro dissimulado, não perde a oportunidade de apregoar os camelos pobres e os buracos das agulhas, convencidos serem eles os camelos ricos que passarão pela dificuldade e atingirão o reino dos céus.

O Ministro Mota Soares faz saber, depois de ter retirado o direito aos nossos velhos de terem uma velhice decente, que vai responsabilizar as famílias que não pratiquem a caridade.

Tal como somos culpados da crise e dos milhões que foram desviados da economia pelos BPN’s deste Mundo que fizeram evaporar em fugas e privilégios privados montantes que agora todos somos chamados a repor e de muitos outros milhões arrecadados pelos “aguenta, aguenta” quando perseguiam os cidadãos prometendo-lhes o mel em troca de garantias que não tinham, somos agora também culpabilizados, mesmo no caso de não podermos dar aos nossos seniores a assistência a que têm direito, por aquilo que não necessitariam de esmolar caso o Estado fosse pessoa de bem e cumprisse o acordado quando arrecadou parte dos seus salários.

É o mesmo Ministro que corta nas pensões e nos cuidados médicos e sociais de milhares de pessoas que descontaram para poder usufruir da sua independência e dignidade que vem dar lições de moral e se prepara para criminalizar muitos que, pelas mais variadas situações, muitas delas determinadas pelo confisco e desemprego decretados pelo seu Governo, nunca poderão substituir os direitos todos os dias vilipendiados.

Não se leia aqui qualquer justificação para o abandono dos nossos velhos pelas suas famílias, porque não é isso que aqui está escrito, nem aqui se defende. A cada um a sua responsabilidade.

Leia-se que a hipocrisia da beatice chegou ao cúmulo de retirar tudo a todos e se prepara para culpabilizar todos, menos os hipócritas que tudo tiram e para quem a Constituição é um entrave, pela desumanidade que estão a promover num País conhecido por ter um dos povos mais solidários do Mundo.

Sendo crentes deveriam conhecer a expressão de que Deus não dorme. Acreditando no prémio e no castigo divino deveriam saber que irão arder eternamente.

Não sendo crentes, talvez fosse tempo de aprenderem que o castigo humano também os poderá atingir.
LNT
[0.576/2012]

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

FMI – Consultores & Comp.ª Ld.ª

PescaAo ser anunciado que o Governo contratou o FMI para a consultadoria sobre a reforma refundação do estado social português, é bom que os portugueses entendam duas coisas:

1ª - O Governo não tem competência e não reconhece competência a técnicos portugueses para fazer essa reforma. Uma vez mais fica explícita a desconfiança que esta gente tem em relação à tecnicidade portuguesa e ao conceito que têm das competências nacionais, preferindo a parolada habitual de consideram que o que vem de fora é melhor do que o produto nacional.

2ª - O Governo Passos Coelho/Paulo Portas vai, uma vez mais, buscar lá fora e neste caso ao FMI o bode expiatório para as medidas que sempre quis tomar mas que nunca teve coragem de assumir como suas. Quando chegar a altura de apresentarem as razões que o levaram a tomar as medidas que vão tomar (e que ditaram ao FMI, como aliás o têm feito com a tróica no intuito de irem para além daquilo que nos tinha sido imposto pelos credores) irão apregoar aos quatro ventos que estas medidas são-nos impostas pelos credores.

Mantém-se a ideia de destruir o estado social para que as suas funções passem para o privado ao mesmo tempo que o dinheiro arrecadado em impostos servirá cada vez menos como incentivo à melhoria dos cuidados sociais públicos.

Mantém-se igualmente a cobardia de não explicar que esse é um plano desta matilha que se alapou no poder na lógica de sugar o pote e distribuir os seus conteúdos pelas clientelas que a suportam, deixando o povo português entregue à caridade subsidiada com o dinheiro que até agora pagava direitos.

Passos Coelho já avisou que fará isso mesmo, custe o que custar, se necessário só com Paulo Portas, caso o PS não se mostre disponível para apoiar o ataque radical à Constituição.

António José Seguro já disse sonoramente que o PS não está disponível para os ajudar a concretizar o plano radical extremista que está em marcha. Cavaco continua mudo e quedo.

Resta-nos estar atentos e prontos para o que der e vier.
LNT
[0.547/2012]

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Até as sopeiras já se vestiam como as meninas da casa

SopeiraEntre uma direita que tomou conta da Europa e uma esquerda que a antecedeu convencida que as soluções de direita eram inevitáveis, o espaço da sociedade social-democrata foi-se encarquilhando até retornarmos a um ponto de desenvolvimento social impensável há meia dúzia de anos.

Não é verdade que a democracia e o estado social não fossem projectos sustentáveis só que, à sombra do estado social e da democracia, desenvolveram-se interesses baseados em cadeias de favor destinados a criar riqueza pessoal.

Os cidadãos adoptaram a mentalidade Oeirense em que a máxima mais propagada era a de que “este rouba mas, ao menos, nós também temos benefícios” sem que houvesse a consciencialização de que os benefícios decorriam da contribuição de todos e que o roubo que lhes estava associado retirava, para proveito exclusivo de quem roubava, a parcela destinada à sustentabilidade do estado social.

Esta mentalidade levada ao extremo conseguiu, inclusive, usar a democracia para perpetuar legitimamente o poder de reconhecidos corruptos.

A direita sabia que estado social e enriquecimento pessoal à sua custa eram incompatíveis. Só teve de esperar que a realidade se mostrasse no seu máximo esplendor e, aproveitando o abstencionismo que o descrédito provocou, levantou o machado de guerra contra o estado social porque, entre uma e outra coisa, o enriquecimento pessoal sempre foi a sua prioridade.

Foi esta ajuda que a esquerda deu ao ajuste de contas que a direita há muito pretendia executar contra os que tinham ousado comparar-se ao seu estatuto social. A lei da selva está de novo a voltar a uma Europa que foi pioneira dos conceitos de justiça social, de solidariedade e de igualdade de oportunidades.

Se não nos convencermos que a liberdade e os restantes conceitos sociais são conquistas que exigem luta permanente que inviabilize a sua extinção, irá restar-nos observar que as sopeiras voltarão a distinguir-se das meninas da casa pela roupa que vestem.
LNT
[0.362/2012]

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Minas e armadilhas

EstetoscópioDiria que o maior inimigo do estado social é o estado deplorável do egoísmo a que chegámos e a falta de sentido de Estado revelada pelas gentes que o deveriam defender.

Essas gentes são os nossos políticos, a classe empresarial subsídio-dependente, as clientelas que se apresentam sem cor para melhor se encaixarem em qualquer uma que lhes mantenha o privilégio e os falsos desfavorecidos alapados à economia paralela e sentados à mesa do orçamento para o qual não contribuem.

O estado social deixou-se minar pelos anti-sociais, gentes que viram forma de ganhar a vida à sua sombra e outras gentes que o parasitaram até à exaustão.

O falso remédio é acabar com ele. O estado social não pode ser objecto de eutanásia, nem do prolongamento da vida vegetal.

Para bem de todos, da nossa dignidade, dos nossos princípios humanistas, da nossa qualidade e da nossa segurança há que descobrir a cura que o recupere e o mantenha saudável.
LNT
[0.041/2012]