terça-feira, 22 de junho de 2010

Sete a zero

AdamastorEis aqui, quase cume da cabeça
da Europa toda, o Reino Lusitano,
onde a terra se acaba e o Mar começa
e onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floreça
nas armas contra o torpe Mauritano,
deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto o não consente.
A coisa está no papo. Depois de Bento, a bola. Depois de Lanzarote, Lisboa. Depois de zero, os sete. A tribo não sai dos cabeçalhos mundiais onde se afirma no divino, no profano e no excessivo.

Passados quinhentos e vinte e três anos de Bartolomeu Dias ter rebaptizado as tormentas como boa esperança, os novos navegadores oriundos dos quatro cantos do mundo que o astrolábio e a perseverança dos antigos conseguiu reunir desde a santa terrinha às terras de Vera Cruz e ás que Bartolomeu Perestrelo pisou, fazem o feito de encher de brio uma terra orgulhosa dos seus jeitos mesmo que continue a ser tão pobre como era antes do império.

Das bestas e dos bestiais já não são buzinadelas que se ouvem mas sim o monocórdico e igualitário vuvuzelar, arte suprema que acultura o Adamastor e nos leva, além da dor, às glórias que a Pátria tanto almeja.

Heróis do Mar, nobre povo.
LNT
[0.205/2010]

2 comentários:

fatbot disse...

E viva PORTUGAL : ) Enquanto se vai desenrolando o Mundial tudo se pode " decidir " pois ninguém dá por nada! Sexta-feira há mais ... Este post pode dizer-se que é pura escrita ALTERNATIVA! Obrigada Senhor Barbeiro e que venham muitos mais posts ... até SEMPRE

Micael Sousa disse...

Será que estamos condenados a ser um povo incongruente? Será um defeito ou característica? Tão depressa nos píncaros como nas lonas? Povo bipolar? Provavelmente são essas características que nos dão a originalidade e incapacidade de ser conquistados, em todas as acepções do termo!