quarta-feira, 3 de junho de 2009

Importância de votar

VotarAssunto de areias movediças é o que trata de questões ligadas ao voto branco e ao voto nulo. Idem para a abstenção. Há dezenas de teorias para análise destas realidades e vou só centrar-me no facto em si.

Quem se abstém (excluir os impossibilitados p.f.) indica a indiferença em relação ao Sistema existente. Não acredita nele, ignora-o ou despreza-o.

Quem vota branco ou nulo identifica-se com o Sistema, mesmo que seja para através dele apresentar o seu protesto. No voto branco o eleitor não se reconhece representado por qualquer candidatura. O voto nulo é tecnicamente um voto mal votado, digamos que é um erro do eleitor. Acontece que há a desconfiança na idoneidade das Assembleias de voto. Em tempos idos tínhamos a certeza de ter, entre delegados e membros da mesa, representantes que inviabilizavam a transformação de votos brancos noutra coisa qualquer. Hoje existe alguma desconfiança resultante de em muitas mesas ter deixado de haver a representação dos concorrentes (por falta de capacidade das forças políticas se fazerem representar, leia-se, porque a Lei continua a prevê-los) o que leva muitos eleitores que pretendem votar em branco a anular os seus votos, inviabilizando outros usos.

Os brancos e os nulos são contados e contabilizados em separado, mas não entram nos cálculos do método de Hondt para apuramento eleitoral. Quer isto dizer que, por exemplo, num universo de 100 eleitores e três eleitos, se 50 eleitores não forem votar (abstenção) e 49 eleitores votarem branco ou nulo, os três eleitos serão escolhidos pelo centésimo eleitor (o único que votou válido).
LNT
[0.432/2009]

Já fui feliz aqui [ DXLVI ]

Guincho
Guincho - Cascais - Portugal
LNT
[0.431/2009]

terça-feira, 2 de junho de 2009

A quem serve a abstenção?

OlhoColoco esta questão vezes sem conta. Se o apelo fosse muito forte, tão forte que só um votasse, esse elegeria no próximo Domingo, 22 deputados ao Parlamento Europeu. Como se sabe é impossível um apelo tão eficaz e talvez seja essa a razão para circularem mensagens de apelo ao voto branco ou nulo.

Pensamentos saramagos, coisa de romance, mas que a terem eficácia garantiriam a abertura do champagne a quem melhor controlasse um grupo razoável de fiéis.
LNT
[0.430/2009]

Rastos:
USB Link
->
Imagem ≡ Rui Perdigão

Já fui feliz aqui [ DXLV ]

Cadeira Minas
Genebra - Suiça
LNT
[0.429/2009]

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Para ler alto às crianças

Desdentado
- Vem comigo – disse o rapaz – eu levo-te à terra e mostro-te coisas lindas.

- Não posso porque sou uma Menina do Mar. O mar é a minha terra. Tu se vieres para o mar afogas-te. E eu se for para a terra seco. Não posso estar muito tempo fora de água. Fora de água fico como as algas na maré vaza, que ficam todas enrugados e secas. Se eu saísse do mar, ao fim de algumas horas ficava igual a um farrapo de roupa velha ou a um papel de jornal, destes que às vezes há nas praias e que têm um ar tão triste e infeliz de coisa que já não serve e que foi deitada fora e que já ninguém quer.

- Que pena que eu tenho de não te poder mostrar a terra! – disse o rapaz.

- E eu que pena tenho de não te poder levar comigo ao fundo do mar para te mostrar as florestas de algas, as grutas de corais e os jardins de anémonas!

E nessa manhã o rapaz e a Menina, enquanto nadavam na água, iam contando um ao outro as histórias do mar e as histórias da terra.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Menina do Mar
Versão completa em pdf
LNT
[0.428/2009]

Rastos:
USB Link

->
Minerva ≡ Universidade de Évora - Menina do Mar

Doidos da bola

BolaRangel evolui a meio-campo e enche o pé à meia-lua num petardo digno. Infelizmente a redondinha segue para lá das quatro linhas e é a vez de Moreira a voltar a pôr no relvado.
Rangel tenta um frente-a-frente com Moreira que o dribla aguentando-se à rasteira e remata com efeito, mas o esférico bate na trave.

Mantém-se o contador a zero aos 25 minutos da segunda-parte deste emocionante jogo.

O árbitro levanta o cartão laranja e repreende Moreira por frases ofensivas. O público assobia e enquanto o mister faz um sinal de três-vezes-nove-vinte-e-sete sobre a linha lateral, a claque ulula ”roubalheira, roubalheira – fora o árbitro”.

Vêem-se lenços brancos.
LNT
[0.427/2009]

Nada. Eu estou desolado.

Já fui feliz aqui [ DXLIV ]

Casa Fernando PessoaCasa Fernando Pessoa
Casa Fernando Pessoa (Manuel Amado) - Lisboa - Portugal
LNT
[0.425/2009]