sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Razões

Manuel AlegreIrei votar em Manuel Alegre porque não me conformo com o destruir do sonho antigo de ver Portugal no grupo dos melhores da Europa.

Ser socialista, em Portugal, é ser social-democrata na Suécia, na Finlândia, na Dinamarca, na Holanda, na Noruega, etc. Não é uma utopia, como alguns querem fazer crer, mas sim saber que há sociedades tão avançadas que as crises passam por elas sem as matar porque se baseiam no bem comum, na liberdade responsável, no mérito e na solidariedade na adversidade. Sociedades onde se exigem os direitos porque se cumprem os deveres e onde se combate o falso moralismo e a intolerância ao diferente com a mesma normalidade com que os moralistas da Europa do Sul praticam a corrupção, o individualismo e a hipocrisia.

Alegre é um destes socialistas. Toda a vida se bateu por esses princípios e se alguma vez entendeu que esse socialismo passava pelo outro socialismo científico, rapidamente corrigiu a mão ao constatar que a sua prática repressiva e autoritária não se coadunava com o pensamento livre.

Ao contrário de outros socialistas modernaços, que julgam que o Estado Social é um conjunto de princípios que, de vez em quando, se pode esquecer por crerem que a verdadeira solução passa pelo capitalismo selvagem (a que agora gostam de chamar "liberal" e que as elites apelidam de "neo-liberalismo"), Manuel Alegre é voz activa e corajosa dentro do Partido Socialista que não fundou, mas de que foi um dos primeiros e mais intransigentes militantes, e sempre se bateu na defesa desse Estado Social que sabe conter a solução para os problemas criados pelo capitalismo selvagem e agiota que pretende reduzir o nosso povo ao estado de miserável.

É por isso que me choca ver determinados nomes na lista da Comissão Política Nacional de Alegre. Não por eles terem defendido nas últimas eleições outros candidatos à Presidência, coisa democrática e curial, mas por saber que eles são co-responsáveis por termos tido na presidência, nos últimos anos, o detentor político que se afirma apolítico e que é o recordista da detenção do poder no Portugal democrático. Os resultados desse poder continuado estão à vista.

Apesar deles, e ainda mais por causa deles, votarei Alegre. Não abdico do meu sonho e fá-lo-ei em memória de todos os que se bateram por um País mais justo e a favor de melhor vida para as gerações futuras.
LNT
[0.395/2010]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Já fui feliz aqui [ DCCCXIV ]

Casas Novas
Casas Novas - Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.394/2010]

Memória curta

Tribuna Alegre 2006
Só passaram cinco anos.

Há nomes nesta lista da Comissão Política Nacional que são uma afronta para quem sempre esteve ao lado de Manuel Alegre.

Isto não vai correr bem, acreditem.

LNT
[0.393/2010]

Acerta o passo, coelho

Cartaz interdito


Agora que o PSD "finalmente ouviu Sócrates" chegou a altura de despachar o parceiro de tango para retornar ao fandango.

Manuela Ferreira Leite conseguiu explicar a Passos Coelho que o que se passou há uns meses no PSD não foi a sua derrota, mas só a demonstração de que ela vale mais na sombra do que ele com dez Sóis apontados.

Passos Coelho recolheu à toca, conforme tem sido patente nos últimos dias, possivelmente para tossir o engasgo que a estratégia desastrada que traçou lhe está a provocar.

Mesmo que venha a ganhar as eleições seguintes tem o destino marcado pelas sombras que mandam no seu Partido. A pouca rodagem com que ascendeu aos holofotes não lhe trouxe a sabedoria necessária para localizar a voz que o atormenta.

Ao contrário de todos os outros, ainda não percebeu o que o fez não ter assento na Assembleia da República.
LNT
[0.392/2010]

Greve geral -SIM

Greve Geral


Quando João Proença disse, aqui há uns dias, que a UGT iria estar em sintonia com a CGTP para concretizarem a greve-geral de 24 de Novembro, acrescentou que também entendia ser inevitável aprovar o OE que tinha sido entregue na AR.

De imediato ouviram-se críticas que apontavam contradição nas posições assumidas e ouviram-se as gargalhadas provindas dos fazedores de espuma.

No entanto não há qualquer contradição. Tal como Proença, também compreendi desde o início a necessidade de ver aprovado este Orçamento, mas não prescindo de aderir à greve-geral.

São duas questões a serem tratadas em separado:
Uma (a questão de aprovação do OE) destina-se a tentar evitar o mal maior;
A outra (a da greve-geral) destina-se a dar o sinal de que foi atingido o limite da tolerância e que deixou de haver margem para continuar o rega-bofe.

É importante que os políticos que nos governam e os especuladores nacionais e internacionais que nos estrangulam entendam que chegou o momento em que a nossa compreensão para as actuais medidas não é um sinal de aceitação dos erros continuados que nos conduziram até aqui. É inevitável fazê-los entender que não estamos na disposição de continuar a admitir novos pedidos de austeridade para tapar os buracos de uns e os roubos de outros.

Isto serve para todos os que têm responsabilidades começando pelo Governo, passando pela Assembleia da República e pela oposição e terminando no Presidente da República.

Quanto aos especuladores há que dar o sinal de que também eles estão no limite.

Impingem condições e chantageiam-nos com ameaças de corte de crédito fazendo-nos crer que o crédito que nos atribuem é uma dádiva e não o negócio de agiotagem que justifica a sua existência.
LNT
[0.391/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCCXIII ]

T6 G
T6G - BA7 - São Jacinto - Portugal
LNT
[0.390/2010]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Outro esfolar ( III )

Bola vermelha
O caso do pai incógnito

Como em todos os casos de ejaculação precoce e falta de preservativo, seguindo as normas em vigor para o coito interrompido recomendadas pelo Vaticano, temos aí uma criança indesejada que esteve quase nas mãos da abortadora mas que escapou, in extremis, pela voz do Deus de Belém.

Sabemos que isto que está a ser aprovado na Assembleia da República é um Orçamento filho-da-puta.

Sempre que a relação é deste tipo, o pai irresponsável foge à paternidade como o diabo da cruz. Embora o miúdo tenha orelhas de coelho e o nariz arrebitado, fisionomia que denuncia o progenitor, ele nega sempre, negando inclusive o acto praticado, embora seja público que se tratou de uma mal amanhada rapidinha, em pé, no beco escuro da Av. de Berlim.

O pai recusa-se ao teste de ADN mas é sabido que a pensão de alimentos lhe vai ser exigida.

É só uma questão de tempo.
LNT
[0.389/2010]

Outro esfolar ( II )

Bola vermelha
O caso da paternidade do OE

O nosso Primeiro adoptou, nos últimos tempos, um gesto masturbatório para dar mais ênfase aos seus discursos. Já todos reparámos que a amplitude com que o faz é manifestamente exagerada, o que não se estranha, uma vez que pretende exemplificar o tamanho do imbróglio que aí vem.

Olhar a expressão facial do orador ao mesmo tempo que se acompanha o movimento cadenciado do seu braço direito faz perceber que a solidão do acto lhe provoca mais dor do que satisfação. Estamos claramente perante um acto falhado de sadomasoquismo solitário.

No entanto, a gesticulação agora adoptada para com os representantes do povo, tem o sentido claro de tentativa de desresponsabilização pela paternidade do OE. Quer fazer passar a ideia de que é terapêutico, que se destina à recolha do sémen necessário para se conceber o feto orçamental in vitro.
LNT
[0.388/2010]

Outro Esfolar ( I )

Bola vermelha

Consta que já estão a ser distribuídos na bancada do PSD os kits com a medicação do dia. O kit contém uma ampola de matéria lubrificante untuosa que se destina a reduzir o atrito na passagem do batráquio pela glote e uma pílula destinada ao enfraquecimento da memória.

Avisam-se os clientes mais sensíveis desta barbearia de que, durante o dia de hoje (Outro Esfolar – OE), é possível que sejam publicados alguns textos em vernáculo forte pelo que, caso ainda não estejam habituados aos diálogos dos nossos parlamentares, deverão evitar lê-los.

Esses textos serão sempre assinalados com a bolinha vermelha.
LNT
[0.387/2010]

The ugly frog and the little rabbit

Frog Rabbit

LNT
[0.386/2010]

Sakineh Ashtiani

PedrasQuando hoje a pendurar pelo pescoço, o regime iraniano estará a enforcar todo o Mundo Ocidental que se movimentou para evitar que lhe fossem desferidas as noventa e nove chicotadas e lhe atirassem as pedras da selvajaria machista.

O regime iraniano vai assim terminar uma mulher que não cometeu qualquer crime, em nome da demonstração do seu poderio prepotente, alarve e desumano.

Pouco podemos fazer mas aqui ficam os caminhos para o nosso repúdio:

iranembassy@emb-irao.pt
21 3010 871; 21 3010 706
LNT
[0.385/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCCXII ]

Picador de gelo
Filmes
LNT
[0.384/2010]

terça-feira, 2 de novembro de 2010

OE - Uma questão de bisturi

Facas laranjaCulpa minha, reconheço que me é difícil ler o OE, mas ainda assim gostava de ter uma ideia sobre se as verbas para o BPN foram objecto de negociação na abstenção do PSD.

É que, se a única coisa a negociar eram os benefícios fiscais, vulgo deduções no IRS, fico sem entender como é que as receitas que daí adviriam serão compensadas pelos cortes na despesa-gorda, uma vez que maior banha do que aquela (do BPN) é difícil de encontrar.

Até mesmo na obesidade uns são mais iguais do que os outros.
LNT
[0.383/2010]

O Dilema

Bandeira do BrasilContra o que muitos comentadores ambicionavam, o milagre da desmultiplicação dos pães não se deu e Dilma levou a bom termo aquilo que qualquer observador médio-atento previa. Ganhou, ganhou bem e recomenda-se.

Os brasileiros estão de parabéns. Mais pela esperança do novo que o Brasil pode vir a trazer com Dilma do que pelo facto de ser mulher o que, sendo notável, é irrelevante para os resultados. Mais pela história de vida de Dilma e de resistência ao velho, do que pela menorização dos que a apelidam de delfim de Lula.

O Brasil é, sempre foi, uma potência de recursos e de matéria-prima. Faltava-lhe aquilo que nos últimos anos se foi fazendo: formação, democratização e socialização. Uma questão geracional.

Se Dilma quiser, e não lhe restam muitas alternativas a esse querer, manter o rumo da democratização através da especialização, do desenvolvimento que terá de ser mais sustentado e ecológico, da investigação e do equilíbrio da riqueza, há realmente grande esperança para o povo brasileiro.

O Dilema de Dilma, o seu maior dilema, será conseguir que o trabalho seja mais compensador do que a inactividade e não se deixar ir no canto das sereias que continuam a advogar que um país para ter competitividade tem de ter salários baixos e uma classe trabalhadora sem perspectivas de progresso social.

Para já fica a esperança.
LNT
[0.382/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCCXI ]

Pousada de Arraiolos
Pousada de Nª Sra da Assunção - Arraiolos - Alentejo - Portugal
LNT
[0.381/2010]