domingo, 6 de novembro de 2011

Portugal território, Portugal nação

Homem passadeiraHá duas coisas em política que nunca se podem fazer:
- Pedir o apoio incondicional a alguém; e
- Partir para uma negociação com o anúncio prévio de que, para o resultado a obter, é indiferente aquilo que vier a ser negociado.

Sobre a primeira coisa estamos conversados. É sabido que apoiei e continuo a apoiar o Secretário-geral do Partido Socialista mas que esse apoio não é incondicional. António José Seguro, como qualquer outro camarada meu, contará com o meu apoio mesmo em circunstâncias que não coincidam com as minhas convicções desde que reconheça que essas circunstâncias são coerentes e não representam abdicação dos valores fundamentais que me norteiam.

Sobre a segunda coisa estamos ainda a conversar. Existem três momentos regimentais na Assembleia da República para discussão do Orçamento de Estado:

Um, que trata da admissão para discussão e negociação – a votação na generalidade – em que os considerandos em jogo impõem ao Partido Socialista que se abstenha não obstante o OE 2012 conter excessivas clausulas de grosseira violação dos mais elementares direitos dos (de alguns) cidadãos portugueses. Ao fazê-lo satisfaz a imagem externa de coesão nacional e proporciona a força negocial necessária para tentar minorar a grosseria;

Outro, que é o momento da negociação – a discussão na especialidade – em que se impõe que o Partido Socialista disponha de soluções alternativas coerentes e bem fundamentadas para negociar as clausulas grosseiras. Para que essa negociação tenha efeito é necessário dispor de peso negocial. Ao anunciar previamente que as negociações não influenciarão o resultado final, o Partido Socialista ficou na mão dos seus opositores e, em vez de exigir o que entende ser justo, limita-se a receber o que a “boa-vontade” dos Partidos do Governo lhe quiser dar. Arrisca-se a que, num jogo de polícias bons e polícias maus, o CDS possa aparecer como o “amaciador” das grosserias ou que o PSD surja como o “bonzinho” deste Portugal pequenino.

O terceiro momento é o da viabilização – votação final global – em que o voto socialista não influi na aprovação do OE, uma vez que existe uma maioria absoluta no plenário, mas dá um sinal fundamental externo e que tem uma carga política importante porque a abstenção significa a existência de um acordo mínimo de menorização das grosserias e o voto contra implica transitar a responsabilidade do fracasso para a incapacidade de negociação do Governo e mede a competência do Presidente da República no que respeita à fiscalização política da actividade legislativa.

Com o anúncio de que em qualquer circunstância o Partido Socialista se absterá na votação final global o PS abdicou do seu dever de negociação tendo-o transformado em cedência e subordinação à ditadura da maioria. O PS, evocando Portugal, abdicou da defesa dos portugueses, deixando-os à mercê de todos os grosseiros, iníquos e excessivos sacrifícios que a política da direita retrógrada impõe sem oposição, escudada num acordo internacional que não os exige.
LNT
[0.495/2011]

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Não virar as costas às bengaladas em Portugal

BotaSabe-se que há Partidos do poder e há os outros, os que fazem política só para se entreterem. Os Partidos do poder podem ser responsáveis, como é o Partido Socialista ao aceitar que as propostas do Governo dêem entrada na Assembleia da República para serem discutidas em especialidade, ou podem não o ser, como num passado muito recente o foi o PSD e o CDS ao recusaram o menos mau para poderem impor o pior.

Os Partidos que não são do poder podem ser irresponsáveis porque nunca assumem a responsabilidade, fogem dela como o Diabo da Cruz.

Os do poder, ao serem irresponsáveis, criam a quem neles confia (e aos outros que neles não confiam mas que os terão de aturar) o maior prejuízo. Se para além de serem irresponsáveis ainda forem aldrabões, impreparados e amorais podem deixar um País à beira do esgotamento. Se para além de irresponsáveis, aldrabões, impreparados e amorais ainda forem injustos e ressabiados deixarão certamente uma porção muito curta da população desse País a pagar tudo aquilo que resulta da má gestão nacional feita pelos Partidos do poder.

Os recuos deste Governo em relação a todas as selváticas medidas que estão a tomar à excepção daquelas que foram aplicadas à Administração Pública e ao Estado Social (SNS, Educação, etc.), a par das nacionalizações a tostão (o BPN foi o primeiro exemplo), só pode ser adjectivada com todos os adjectivos anteriores e ainda com um enorme nojo civilizacional e de cidadania.

Leio que afinal há mais recuos (agora no lóbi autárquico do PSD) e lembro-me sempre de Eça "... era um dever de moralidade pública dar bengaladas ... ".
LNT
[0.494/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCVI ]

Palmeira Beja
Palmeira - Beja - Portugal
LNT
[0.493/2011]

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Surdinas [ XIV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Papandreu encheu o peito de ar, endireitou a espinha e gritou para os mastins que o ameaçavam:
- O que é que vocês querem? Querem porrada?
Os mastins ainda não se recompuseram do susto.
LNT
[0.492/2011]

Vemo-nos gregos

Cão OssoQuando Mário Soares teve de recorrer ao FMI para não nos vermos gregos, tratou igualmente de fazer Portugal entrar na CEE e aí ir buscar as verbas que permitiram pagar ao FMI e dar gás ao pai do monstro, nosso actual presidente e senhor.

Quando Sócrates o fez porque uma coligação do CDS/PSD/PCP/BE o obrigou a tal, o pai do monstro, invejando os gregos e alucinando com os "mercados", destabilizou o que restava da política e levou o Coelho ao colo, mesmo sabendo que a tradição dos ovos láparos é uma tontice inventada para comemorar o milagre da ressurreição.

São estas diferenças de perspectiva que nos trouxeram até a este Portugal Pequenino.

São elas que determinaram que Portas ande de boné na mão a correr atrás do ditador populista venezuelano, que Coelho tenha aprendido contorcionismo para caber no bolso dos trocados do casaquinho da nova Heidi europeia e que o Cherne continue a alimentar-se do que lhe resta da baba de camelo conseguida na tenda do beduíno.

Nós, os zombies mortos-vivos, cada vez nos vemos mais gregos com tudo isto.
LNT
[0.491/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCV ]

Corvos
Corvos - Lisboa - Portugal
LNT
[0.490/2011]

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Onde estão os defensores da abstenção do PS antes do OE entrar na AR?

Pé de FranciscanoDefendo que o PS deve abster-se na votação global do Orçamento de Estado para que este baixe à Comissão e, na especialidade, sejam negociadas as alterações que o PS venha a propor.

Se na especialidade forem inviabilizadas as propostas de alteração, o PS deverá votar contra este OE quando ele regressar a Plenário para a votação final.

Os efeitos práticos são nulos uma vez que o Governo tem a maioria absoluta e o OE será aprovado.

Mas em termos políticos irá ser completamente diferente, inclusive para o Presidente da República que, se o PS votar contra, irá de ter de assumir politicamente, na promulgação, as consequências de já ter considerado publicamente este OE como iníquo.
LNT
[0.489/2011]

Duas ou três coisas

ChapeuRapidinho porque hoje tenho muito que fazer mas não quero deixar de registar.

Sobre o esquema do referendo na Grécia
Quando a Dona Manuela, que o Deus da política mandou recolher ao sector sombra, resolveu apregoar que a democracia teria de ser suspensa por meia dúzia de meses foi um aqui d’ el Rei que só visto.
Agora que o Governo Grego resolve anunciar que as medidas de austeridade na Grécia devem ir a referendo, é ver os que se amotinaram contra Manuela, a criticarem veementemente a democracia anunciada.
Ter cão e ser preso ou não o ter e ir para a prisão é o que está a dar.

Sobre o tal Cartão Oferta FNAC, nicles batatoides.
A ASAE demora a responder. Aguardo a resposta para continuar a denúncia. Entretanto agradeço a todos que multiplicaram nos Blogs, no FaceBook e no Twitter (impossível listá-los) o que aqui já foi publicado sobre a nova forma que a FNAC arranjou para ganhar dinheiro sem esforço. Devido aos comentários que tenho lido, acredito que estes 120 Euros de que a FNAC se apropriou já devem ser a receita mais cara, em termos de prejuízo, de toda a História daquela loja. A FNAC deveria aprender que os clientes quando têm razão (e qualquer cliente tem razão quando lhe subtraem 120 Euros sem lhe dar qualquer contrapartida) fazem tudo para serem ressarcidos e que a não implementação de acções correctivas para essas não-conformidades só pode trazer desvantagens para a própria organização.
LNT
A ler hoje sobre o Cartão Oferta FNAC o apontamento do Economia & Finanças (obrigado Rui)
Agradecimento especial aos "destaques" da SAPO que, independentemente da plataforma deste Blog, ajudaram na divulgação do caso.
[0.488/2011]

Já fui feliz aqui [ CMXCIV ]


Seagull - Galapos - Célia Margato
Seagull - Galapos - Portugal
Imagem
LNT

[0.487/2011]