segunda-feira, 30 de abril de 2012

O 1º de Maio

Primeiro de Maio
Gasparalhinho, moço fino que nem um alho conforme negava afirmativamente a cabeça da senhora professora, era o mais sonso da classe. Traquinas, como não havia outro, Gasparalhinho era conhecido por fazer disparates, uns atrás dos outros e enquanto o diabo esfregava um olho, e sempre que era chamado à lousa para explicar o que fazia de rajada, demorava um tempo infindo para desenvolver. Desconfiava-se que ele fosse gago e que, como não sabia cantar, soletrava as palavras para disfarçar.

Um dia, a professora marcou-lhe um tpc de castigo, em véspera de feriado, que consistia numa redacção sobre o Primeiro de Maio.

Gasparalhinho, arreliado com a calcadela moral que tinha recebido à frente de todos os seus não-amigos da turma, despachou a encomenda com o seguinte texto:

O Primeiro de Maio é o dia que se segue ao dia Trinta de Abril.

Ainda hoje Gasparalhinho, que foi longe por ser fino que nem um alho, continua a asneirar num ápice, a explicar as traquinices muito lentamente e a fazer o mesmo tipo de composições.
LNT
[0.241/2012]

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tralalá

TralalaSei lá o que é Tralalá. Não sei russo nem sequer alemão. Português sei pouco, o suficiente para ir dando novidades daquilo que se faz por aí.

Se querem saber o que é Tralalá perguntem à Helena que anda pelas terras de Merkel a traduzir para português o que é impensável em russo. E, como se não chegasse, refugia-se em estranhos lugares para fazer aquilo que diz serem lançamentos de obra em Portugal.

Fixei que, com entrada livre e depois de autógrafos na Feira do Livro, a trupe se junta na Pensão Amor, coisa "in" vanguardista de Lisboa.

Fica a notícia e, já agora que falei da Feira do Livro, não se esqueçam de que hoje, dia 28, o Porfírio assina o seu “Podemos matar um Sinal de Trânsito?” entre as 15 e as 17 horas, altura em que suspenderá a caneta para dar lugar à de Mário Soares, um pouco mais acima.

Divirtam-se, pois leitura, autógrafos e amores ainda só pagam 23% de IVA.
LNT
[0.240/2012]

Já fui feliz aqui [ MCX ]

Porto Covo
Porto Côvo - Alentejo - Portugal
LNT
[0.239/2012]

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CC

Câmara CorporativaGosto de Blogs porque gosto de ler a opinião dos outros. Mesmo quando não concordo, mesmo quando não digo se concordo, entendo ser importante saber o que as direitas, as esquerdas, as assim-assim e as antes pelo contrário pensam e argumentam sobre o dia-a-dia e sobre as animações diárias que afligem ou descansam o pensar português.

Há Blogs que me habituei a ler todos os dias e há outros onde vou ler quando imagino o que lá deve estar escrito. Esses, especialmente, fazem-me falta.

Podia citar muitos, quase todos os que andam pela coluna da direita desta Barbearia, mas hoje fico-me só pela falta que sinto do Câmara Corporativa que, sabe-se lá porquê, deixou há uns dias de cascar nos “estarolas”.
LNT
[0.238/2012]

O discurso do Presidente

Cravo laranjaAtraso-me nesta observação porque nem a tecnologia deixa que seja de forma diferente, nem urge observar. Ainda teremos mais quatro anos para cumprir a obrigação e o castigo. Os poucochinhos portugueses que se deram ao trabalho de sair de casa para escolher quem protocolarmente encerra as sessões comemorativas da liberdade em cada vinte-e-cinco-do-quatro, optaram maioritariamente por um que nunca foi capaz de ostentar um cravo na lapela para dar consistência à ideia de que "os cravos anunciaram um país livre".

Atraso-me nesta observação sem no entanto a querer deixar passar em claro, por ser necessária, embora não urgente, e para que se note o que foi dito no discurso presidencial-festivaleiro para inglês ver
"No passado, soubemos dotar-nos de infraestruturas necessárias e de qualidade, que agora nos destacam positivamente no confronto com outros Estados da União Europeia. Portugal oferece, sem dúvida, condições competitivas para atrair o investimento estrangeiro, como o atestam os êxitos de grandes empresas internacionais."
e relembrar as críticas que, há um ano, levaram o Presidente a acicatar a rua para que não permitisse a continuidade que agora afirma ser o nosso orgulho e a incitar um espírito pirómano consubstanciado na máxima: "Até agora vivemos acima das nossas possibilidades" e "custe o que custar" teremos de retomar o caminho do "empobrecimento" de uns e o "acesso ao pote" de outros.

Por fim, e porque não adianta esgotar todo o assunto dado ainda termos de percorrer este túnel por mais quatro anos atrelados a uma locomotiva que lamenta não ter reforma bastante para o carvão de todos os dias, friso o orgulho e a comoção do Presidente que reconhece que o
"espírito solidário dos Portugueses adquire uma dimensão que nos orgulha e comove. Estabelecem-se redes de solidariedade, o voluntariado cresce, especialmente entre os jovens, o apoio aos mais atingidos pela crise é uma realidade"
deixando ao espírito desse povo, à sua solidariedade e voluntarismo, a protecção social que a Constituição consagra como um direito garantido pelo Estado enquanto está plenamente consciente de
"o desemprego ou a precariedade do emprego jovem, os novos pobres, o encerramento de empresas, os dramas que atingem famílias inteiras, as condições de solidão e de carência que afetam milhares de idosos."
E ainda se admiram quando os Militares de Abril se recusam a ouvir ao vivo e entre salvas de palmas aquilo que Salgueiro Maia definiu, há quase quatro décadas, como "o estado a que chegámos".
LNT
[0.237/2012]

Surdinas [ XLIV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Nunca percebi esta paixão dos portugueses pelo futebol espanhol.

No fim-de-semana passado era o Barcelona. Ontem, o Madrid e hoje o Bilbao.
LNT
[0.236/2012]

Já fui feliz aqui [ MCIX ]

Praia de Altura
Praia do Hotel - Altura - Algarve - Portugal
LNT
[0.235/2012]

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Inchados [ II ]

Coelho inchado Chegam-me ecos de que alguns não terão ficado muito agradados com o meu Post 232. Nada de grave pois, conforme já expliquei, a minha ideia ao escrever este Blog não é a de agradar mas sim a de dar a minha opinião. Ainda vivemos em liberdade e quando (ou se) deixarmos de viver nesse estado, continuarei a fazer o que já fazia antes de essa liberdade ter sido conquistada.

No entanto volto ao texto para melhor explicação.

Pedro Passos Coelho não é um comentador político. Não é um cidadão comum, nem um Blogger como eu. Não deve comentar na comunicação social sobre personalidades e organizações sociais que fazem parte da nossa vida. Não deve, por exemplo dizer sobre a UGT, que esta ou aquela declaração se deve ao facto de estar próximo o Primeiro de Maio e não deve dizer que os Capitães de Abril, Mário Soares, Manuel Alegre, ou qualquer outro, tomam posições por quererem protagonismo.

Não o deve fazer por duas razões essenciais:
Primeira, porque é uma imbecilidade fazê-lo.
Segunda, porque essa opinião de nada serve a não ser para ofender.

Dizem-me que estas minhas opiniões têm um tom paternalista. Returco não o ser. Faço-o porque tenho direito a expressá-las e para que se note que nós, os governados, não temos de aturar todas as tontarias dos governantes.

É evidente que Passos Coelho usará da arrogância e do inchaço que muito bem entender. É uma sua opção mas faz-me perder todo o pouco respeito que ainda me merece. Essas suas atitudes provocam respostas do mesmo tipo ou até piores. Não temos de lhe ter medo.

Por cada vez que Passos Coelho atacar ou tentar subalternizar aqueles a quem tanto devemos pode esperar o aumento do tom de alerta até porque a ele nada se deve. Ele que veja e oiça como Ramalho Eanes e Jorge Sampaio trataram este caso. Tem aí uma lição para aprender.
LNT
[0.234/2012]

terça-feira, 24 de abril de 2012

Miguel Portas

Miguel Portas

A genuinidade de Miguel Portas é um marco do 25 de Abril.


Por essa característica, por essa estirpe, por esse respeito ao que nos é diferente e nunca nos é indiferente, obrigado Miguel por teres sido quem foste.
LNT
[0.233/2012]