sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A dissertação

CasteloTópicos para o discurso de amanhã:
1 - Já não vinha aqui desde a última vez que aqui estive;
2 – Mencionar a raça da República;
3 – Apelar à união nacional;
4 – Evocar a sustentável leveza da dívida externa;
5 – Voltar a frisar que já antes não vinha aqui desde a penúltima vez que aqui tinha estado;
6 – Não falar do segundo resgate;
7 – Citar Maquiavel, Sade e um dos masoquistas Roteiros acrescentando a expressão “bem avisei”;
8 – Não fazer qualquer leitura nacional de quaisquer eleições;
9 – Vários vivas.

Cuidado especial: Ouvir o Hino com antecedência para ter a certeza que não começará por “contra os canhões, marchar, marchar”.
LNT
[0.351/2013]

Ditos populares à Moura Guedes [ I ]

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Oliveira escondido com Costa de fora
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LNT
[0.350/2013]

Hoje em Lisboa

Infinito MajestosoComo foi para dar boas notícias lá apareceu o Vice-Primeiro nas pantalhas com a sua irrevogável amiga. A maçaroca já cá canta. Venha o cheque, esqueçam o segundo resgate porque o tempo da chantagem pré-eleitoral já lá vai e tratem de amochar mais um ano porque isto é a vida real e reformar o Estado dá um trabalhão quando se quer ir além da troika e aquém de tudo o que é decente.

A coisa não merece mais referência. Paleio até que o OE entre na Assembleia da República e se entenda, de vez, que o caminho do empobrecimento é um trilho estreito à beira do precipício que terá de ser palmilhado até ao fim, quando se confirmar que o trilho foi um beco sem saída.

Passemos então ao que interessa e o que hoje interessa é a apresentação da narrativa ficcional que está contida pela capa do novo livro de José António Barreiros. Infinito Majestoso será hoje presente em Lisboa, Telheiras, na Biblioteca Orlando Ribeiro e a Labirinto de Letras convida de porta aberta.

Tenho por Barreiros uma simpatia especial que vem desde o tempo do VI Governo Provisório e do I Constitucional onde partilhámos tarefas no gabinete de Manuel Tito de Morais.

Desconheço o que está escrito nesta obra mas posso adivinhar a forma porque lhe conheço o estilo, a clareza de raciocínio e o rigor das palavras.
Até logo.
LNT
[0.349/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXC ]

Leica
Leica - por aí - Portugal/Alemanha
LNT
[0.348/2013]

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Valha-nos São Jorge

Lisboa Castelo de São JorgeNuma última volta pelas eleições para estabelecer estratégias de fuga de Lisboa dou com:
Oeiras tomada pelos independentes;
Amadora, Odivelas, Vila Franca de Xira, Sintra, Arruda dos Vinhos, Torres Vedras, Alenquer, Azambuja, Lourinhã, Salvaterra de Magos, Cartaxo e Montijo tomadas pelas forças aliadas;
Loures, Sobral de Monte Agraço, Benavente, Almada, Seixal, Barreiro, Moita e Alcochete tomadas pelas forças vermelhas;
Cascais e Rio Maior tomadas pelas forças do poder e Mafra, Cadaval e Santarém tomadas pelas forças laranja.

As fugas para Norte e terras saloias estão garantidas pela A8 só tendo de me blindar às portas de casa e na passagem pelo Convento.

As fugas para Sul ficam garantidas pela Vasco da Gama desde que cuide do flanco esquerdo ao cruzar o Tejo.

Atravessar a 25 de Abril ou meter-me pela A1 está fora de causa.
LNT
[0.347/2013]

Melhor quer dizer mais bom ou mais bem

Machina SpeculatrixAté percebo o Porfírio. Também me irrita a tendência portuguesa para o exagero, por exemplo quando o nosso Presidente anuncia que terminou a recessão ou o nosso PM diz que estamos no bom caminho, e por isso entendo que teria sido desnecessário o PS andar com cartinhas (aliás, esta moda das cartas irrita-me quase sempre) a anunciar “os melhores resultados de sempre” conseguidos numas autárquicas.

Mas (isto dos mas também me irrita, porque é irritante ter de haver sempre um mas) a verdade é que melhor quer dizer mais bom ou mais bem e mais bom ou mais bem é obter melhores vantagens. O Partido Socialista obteve essas vantagens (mais câmaras, três das quatro maiores e mais importantes câmaras do País e a Associação Nacional de Municípios - a confirmar no dia 23 de Novembro) embora não tenha conseguido ter o maior número de votos de sempre em eleições autárquicas.

Também sabemos que maior não significa melhor mas essa é outra conversa.

No entanto há coisas muito mais importantes para nos irritar, como por exemplo a preocupação com as vitórias "estrondosas" dos comunistas no Baixo Alentejo (qualquer coisa que significa um universo de – Évora: 83512 votos totais entrados + Beja: 82470 votos totais entrados + Setúbal: 302712 votos totais entrados = 468694 votos totais entrados – atenção que se está a falar de votos entrados nas urnas para todos os concorrentes – num universo nacional de 4.996.088 votos entrados) que desta vez concentraram muitos votos dos descontentes com a actuação dos Partidos do "arco da governação".

Eu ficaria muito mais preocupado se esses votos de protesto se tivessem reunido à volta da extrema-direita, como é costume acontecer pela “Europa civilizada”, mas enfim.

Dito isto, resta-me reconfirmar que concordo com o Porfírio sobre a desnecessidade de se ter escrito aquela carta nos termos em que foi escrita. Talvez a sua redacção inglesa devesse ter sido feita com mais cuidado mas, como se sabe, estas coisas do inglês técnico são sempre uma pedra no sapato socialista.
LNT
[0.346/2013]

Falta de inspiração

UnhasA eterna mudança nos tempos correntes e a rápida evolução dos acontecimentos no Mundo moderno provocam nos seres humanos estados de desânimo e de frustração insuperáveis.

Depois de ter aprendido tanto com a magnífica discussão sobre os piropos que animou as hostes e tanta tinta e papel de jornal fez vender na época alta do Sol escaldante, confronto-me agora com a impossibilidade de observação das unhas multicoloridas que, até há pouco, se sentavam nos bancos do Metro onde me desloco todos os dias para a baixa pombalina e dos pombos. Bastou que o Céu abrisse as torneiras para que os pés que expunham tantas obras de arte se escondessem dentro de ignóbeis botifarras.

Resta-me agora pensar, já que não me passa pela cabeça vocalizar piropos embora saiba distingui-los da ordinarice. Resta-me agora olhar para dentro, já que olhar para dentro dos olhos de alguém pode ser assédio. Resta-me agora pedir amizade a desconhecidos no FaceBook, já que se o fizer na rua pode levar-me à prisão. Resta-me observar o calçado sem lhe equacionar a qualidade, já que dissertar sobre o assunto pode fazer-me passar por assassino cruel dos bois (insistem que são vaca) que se compram no talho.

Resta-me isolar, escrever e não falar. Mas assim é difícil a inspiração.
LNT
[0.345/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXIX ]

Melga
Melgas - por aí - Portugal
LNT
[0.344/2013]

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Democracia, Cidadania

BarbeiroEspero que já tenham acordado das alucinações e que tenham regressado à realidade. Espero que libertem os votos dos cidadãos eleitores e os façam retornar aos seus detentores e se conformem com a vontade, o secretismo, o universalismo e a responsabilidade de quem nunca abdicará de usar o poder de decidir, até porque esse direito custou muito a impor.

Os votos são de quem os usa e a sua expressão traduz-se no que, agregados, determinam. A democracia é uma maçada, mas quem não entender estas coisas tão simples nunca entenderá coisa alguma.

Dito isto, passo às saudações especiais que a camaradagem e amizade não permitiriam deixar de expressar neste meu reduto de liberdade de opinião.

Abraços especiais para os vencedores António da CML, Helena da AML, Carlos Manuel Castro (vereador CML), Pedro Cegonho de Campo de Ourique, Inês Drummond de Benfica, Miguel Coelho de Santa Maria Maior e para a Alexandra da minha Freguesia que, não tendo conquistado a presidência de Carnide, será sempre uma vencedora pela forma exemplar como se bateu.

Saudações a todos os restantes que, vencedores ou vencidos, deram o corpo ao manifesto e permitiram que na minha cidade tivesse havido tanta variedade de escolha o que nos permitiu exercer livremente a cidadania custosamente conseguida, em tempos de Abril, pela coragem e sacrifício de tantos.

Cada acto eleitoral é uma lufada que nos revitaliza. Venham os seguintes para que os eleitos não esqueçam que o poder que delegamos nunca deixa ser o de cada um de nós.
LNT
[0.343/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVIII ]

Balugães
Balugães - Minho - Portugal
LNT
[0.342/2013]

terça-feira, 1 de outubro de 2013

De regresso à Terra

Planeta TerraVoltando à vaca fria, isto é, à terra que um dia nos há-de comer, voltamos às espantosas contradições da propaganda Lombo-Madura.

Em semana de eleições estávamos à beira da catástrofe com segundo resgate à vista, os troikos enlouquecidos ordenavam o passo em frente para o precipício, o Mais Alto Reformado da Nação encharcado em bolo-rei soltava perdigotos sobre aquilo de que se pode ou não falar e o Paulo (o nosso querido, sorridente e irrevogável Paulinho) dormia a sesta nos seus aposentos palacianos com a cabeça almofadada pela papelada da Reforma do Estado que está a ser parida na paisagem protegida do Zoológico de Lisboa.

Agora, passados 4.995.174 votos e uma semana, tudo é diferente. Da tempestade passámos à bonança, da beira do precipício passámos à beira do pote e da recessão passámos a uma recuperação nunca vista na Europa. O OE que está a fermentar para nos embebedar de alegrias e a avaliação troika das oitava e nona etapas vai mitigar os riscos. Passaremos a ser, para além dos melhores e mais bem comportados alunos da escola primária europeia, os mais esmifrados infantes do Mundo.

Neste regresso ao planeta Terra, com a máquina da propaganda oleada a vaselina e a funcionar a mata-cavalos para nos distrair do essencial, vamos ficar ainda mais atolados no saque que parece não ter fim.
LNT
[0.341/2013]

O Puarto é uma Naçon

"O nosso Partido é o Porto"

Diz a Lei Fundamental no nº 4 do artigo 51:
"Não podem constituir-se partidos que, pela sua designação ou pelos seus objectivos programáticos, tenham índole ou âmbito regional".
Sim, sabe-se que era só um cartaz e não a constituição de um Partido Político embora se adivinhe ali uma proveta para fertilização Presidencial in vitro.
LNT
[0.340/2013]

Das vitórias (reais e morais)

Foice e marteloPor aqui basta de análises dos resultados eleitorais. Já se sabe, basta ler por aí e ouvir os comentadores do costume, que o grande vencedor destas eleições foi o PCP, logo seguido do CDS. O grande derrotado foi o PSD, logo seguido do PS. O BE não interessa para nada e os Independentes passaram a liderar o País.

Mesmo o facto do Partido Socialista ter tido sozinho 36,25% - 1.810.744 votos, o PSD ter tido sozinho 16,69% - 833.772 votos e mais uns pós coligado com o CDS e outros, o PCP ter tido (sempre com a muleta do PEV para esconder a foice e o martelo) 11,06% - 552.506 votos, o CDS ter tido sozinho 3,04% - 151.828 votos (mais 30.000 votos do que o BE) e mais uns pós coligado com o PSD e outros e os Grupos de Cidadãos terem conseguido 6,90% - 344.566 votos (o que é mais do dobro dos votos do CDS) não muda as intenções nem as vontades que atribuem vitórias morais a quem superou os maus resultados obtidos anteriormente.

Até há quem faça as contas comparando o número de votos obtidos em 2009 e em 2013 sem ter o cuidado de mencionar que nestas eleições votaram menos 538.000 eleitores.

Assim sendo, nesta barbearia tudo se fará para não continuar esta discussão onde, inclusive, há quem queira fazer crer que os eleitores foram às urnas numas eleições primárias para decidir o candidato a Secretário-Geral do Partido Socialista.

Dito isto, para terminar a coisa, resta parabenizar o PCP e a sua muleta verde pelo fantástico resultado, O CDS pelo “penta” (não esquecer de o incluir também na vitória portuense) e os fantásticos independentes que quase tiveram 7% da votação e que representaram desde cidadãos independentes que não se revêem nos Partidos até militantes descontentes com os seus próprios Partidos passando ainda por alguns que se substituem a outros cidadãos que têm de comemorar as suas vitórias dentro de um estabelecimento prisional.
LNT
[0.339/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVII ]

Padaria Ribeiro
Padaria Ribeiro - Porto - Portugal
LNT
[0.338/2013]