quarta-feira, 9 de julho de 2014

Democracia

MagritteHá coisas em que temos de nos colocar de igual para igual para serem entendidas. Por isso tive de me pôr no mesmo plano, naquele plano onde um cidadão se consciencializa de que só tem um voto e que só é dono do seu voto e que para conduzir um processo tem de se disponibilizar com o intuito de agregar vontades.

Anda por aí muito boa gente que pensa ser dona dos votos dos outros e que, por isso, tem um estatuto especial, gente que se julga acima dos seus iguais.

O que nos dois últimos dias apresentei nas redes sociais (e que nunca concretizei porque nunca comuniquei aos orgãos do meu Partido a minha disponibilidade de candidatura) não foi uma brincadeira.

Foi uma chamada de atenção séria para a compreensão de que, em democracia, ninguém se pode arrogar dono das vontades alheias e que deve respeitar a vontade dos cidadãos (sejam ou não militantes do seu Partido).

Agora que já demonstrei o que queria demonstrar (que o "eles" e o "nós" não existe) e, dado que a reunião de ontem da CPN do PS indica que se vai iniciar a preparação do processo de inscrição de simpatizantes e de recolha de assinaturas para as eleições primárias, dou por finda a minha disponibilidade para concorrer.

Não por não ter todas as condições e direito para avançar, mas porque entendo que António José Seguro, que é o nosso actual candidato a PM desde que foi esmagadoramente eleito pelos militantes do PS no Congresso de há um ano, tem muito melhores condições para reunir à sua volta o conjunto de cidadãos que levarão o PS ao poder nas próximas legislativas.

A todos (e foram muitos) que se disponibilizaram para assinar a minha propositura deixo um agradecimento reconhecido.
LNT
[0.291/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLII ]

Arroz de pato à portuguesa
Arroz de pato à portuguesa - Por aí - Portugal
LNT
[0.290/2014]

terça-feira, 8 de julho de 2014

Razões - Respeitar

Candidatura a candidato

Segunda razão - RESPEITAR A DEMOCRACIA

A segunda razão da minha candidatura a candidato e possivelmente a mais importante é a vontade de querer manter a democracia. Já que parece não ser, para já, possível dar mais corpo a essa democracia, pelo menos vincando o valor do voto e obrigando a respeitá-lo.

É imprescindível que militantes socialistas que têm obrigações especiais por terem acesso privilegiado à comunicação não desvalorizem os votos propagando pérolas como as de chamar "distraídos" ou "complacentes" a mais de 90% dos delegados eleitos para representar todos os militantes, ou propaguem chavões que apelidam de blindagem as alterações produzidas nos Estatutos do Partido Socialista pelos representantes de todos os seus inscritos.

É imprescindível que os eleitores sejam respeitados quando elegem os seus representantes por um tempo determinado, principalmente quando os seus representantes cumprem aquilo a que se comprometerem quando se apresentaram a votos e quando conseguiram no País resultados eleitorais que os confirmam perante os cidadãos.

É imprescindível que os regulamentos, estatutos e a declaração de princípios do Partido Socialista sejam respeitados pelos seus militantes e que as minorias, mantendo o estatuto de minoria e todos os direitos de livre expressão, sejam respeitadoras dos órgãos eleitos. E isso é tão imprescindível como, como cidadãos, estarem obrigados ao respeito pela Constituição da República Portuguesa, ao cumprimento das Leis e ao acatamento das penalizações por transgressão.

É imprescindível que o Grupo Parlamentar seja a guarda avançada do Partido Socialista na Casa da Democracia e que os deputados, nossos eleitos, respeitem quem os elegeu. É imprescindível que compreendam que não estão lá por direito próprio mas só porque nós os escolhemos e que não lhes perdoamos se usarem o poder emprestado para minarem a direcção do Partido que representam.

É imprescindível que se respeitem as nossas regras, os nossos votos, a nossa vontade, a nossa delegação de competências, a nossa procuração, porque só assim farão com que os cidadãos continuem a reconhecer no voto uma arma útil a ser usada.

Esta é, como já disse, a segunda razão da minha disponibilização. Foi feita para que se entenda que todos nos podemos disponibilizar e que não aceitamos ser objectos nem propriedade de outros que julgam estar acima de nós. Mesmo que não venha a concretizar a minha candidatura por entender que o nosso candidato a Primeiro-ministro já foi eleito há um ano e que respeito os meus camaradas que, tal como eu votaram nesse sentido, ela serve para, em pé de igualdade, que não se esqueçam.
LNT
[0.289/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXLI ]

Carapaus alimados
Carapaus alimados - Por aí - Portugal
LNT
[0.288/2014]

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Razões - Agregar

Candidatura a candidato

Primeira razão - UNIR

A primeira razão da minha candidatura a candidato é unir a família socialista que está profundamente desunida como o comprova a última eleição do seu Secretário-geral por 96,39%. Sabe-se agora que essa eleição, os documentos, propostas e resoluções aprovados por percentagens igualmente divisionistas, se deveu a militantes "complacentes" ou "distraídos" (1.702 delegados ao Congresso Nacional) o que faz com que os seus votos tenham um valor de Pirro e sem valor em termos temporais de mandato atribuído.

Olhando para este panorama de profunda desunião que anunciava uma efectiva impossibilidade de atingir uma solução de governo forte e capaz de garantir a mudança, senti o dever patriótico de me apresentar como alternativa.

Com duas palavras, Unir Esfrangalhando, ou com três, Estava Escrito nas Estrelas, eu sinto ser aquilo que os socialistas e muitos cidadãos que não sendo socialistas acham que eu posso e tenho o dever de dar.

Por isso, para satisfazer o que eu sinto ser, para garantir a mudança e para atingir uma solução de governo forte, disponibilizo-me.

Conto com a vossa igual disponibilidade para subscreverem a minha intenção de propositura.
LNT
[0.287/2014]

Omnipotência e omnipresença

Espírito SantoSem pretensões a dissertar sobre a terceira prosopon do catolicismo e menos ainda a blasfemar sobre os mistérios da fé, vejo com todas as reservas a entrada de uma Trindade Cavaquista, por mui douta que seja, no CEO do Espírito Santo. Tenho razões, as mesmas tidas por todos os contribuintes deste País que não tiveram a capacidade de ressuscitar ou renascer, para estar incomodado.

Ao contrário de muitos outros, pouco me importa que o Estado avance pela banca privada uma vez que, se o Estado é o seu grande financiador em alturas de aperto, tem o direito de se sentar na sua administração quando a coisa dá para o torto.

Acontece que é politicamente inaceitável que a intervenção estatal se faça com uma trindade abençoada por quem representa o Estado, mas não o é.

E como gato escaldado, de água fria tem medo, espero que tão venerável trindade se abstenha de disponibilizar, no futuro, participações celestiais reservadas, e fora do mercado terreno, a correctores de clientes sem pecado.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
LNT
[0.286/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXL ]

Polvo na brasa
Polvo na brasa - Por aí (cada vez mais por aí) - Portugal
LNT
[0.285/2014]

domingo, 6 de julho de 2014

Protesto

Candidatura a candidato

PROTESTO

Tendo tantas assinaturas como o outro candidato a candidato e tendo todas as condições para participar nesta disputa, apresento um veemente protesto pela Comissão Nacional do PS não me ter chamado a contribuir para o Regulamento das Primárias.

O facto da minha candidatura não dispor de verba suficiente para alugar o Tivoli não deveria ser razão para que me negassem direitos iguais.
Espero que o Regulamento também preveja a atribuição de um lugar de observador à minha candidatura a candidato.

Oportunamente lavrarei o protesto oficial a entregar no Rato.
LNT
[0.284/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXXXIX ]

Campo Grande
Campo Grande - Lisboa - Portugal
LNT
[0.283/2014]

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Janelas de oportunidade

Militante disponível procura 1.000 / 1.500 assinaturas para se fazer candidato a candidato nos termos da resolução contida neste link.

Primárias - LNT candidato a Primeiro-ministro

Bom homem, embora sem acesso aos tradicionais meios de comunicação, sem nunca ter sido membro da Juventude (quando entrou – logo no início - já era um homenzinho), sem nunca ter sido ministro, deputado, nem presidente de câmara, mas com sólidos conhecimentos de militância de base e quotas em dia, com vasto curricula de trabalho, pagamento de impostos e descontos para a Caixa Geral de Aposentações, sem dívidas ao fisco e sem nunca ter recebido apoios do FSE, FEDER, FC, FEADER, FEAMP ou quaisquer outros apoios comunitários, extra ou intra-comunitários, procura um lugar ao Sol que, como se sabe, quando nasce é para todos.

Assunto sério e garantia de sigilo absoluto.
Respostas para o apartado do costume.
LNT
[0.282/2014]

O barbeiro [ XVI ]

O BarbeiroDe novo sexta-feira, dia da semana programado para higiene e balanço de caixa na barbearia.

As receitas continuam diminutas, embora a troika já tenha desligado o relógio do(as) Caldas. A clientela que felizmente continua a não faltar e que cada vez mais se diversifica aparecendo de precedências nunca vistas, mantém o hábito de pedir, no fim de cada função, que acrescente o valor do corte ao rol dos calotes.

- Isto continua sem saldo e, do pouco que recebo, um quarto vai directo para a almofada do Coelho - desabafa o Sr. Luís frustrado por não conseguir pecúlio bastante capaz de reempregar uma ou outra colaboradora que anime a malta e a descontraia enquanto lhes cerceia os topetes.

Perdido na limpeza das navalhas e no afiar dos outros instrumentos de corte, o barbeiro alertado por um seu concorrente, procurou a tesoura usada no último corte e confirmou que estava romba, o que poderá ter provocado alguma dor durante o aparo e penenticia-se:

- Talvez devesse ter usado outra tesoura, alguma mais afiada mas de menores dimensões, mas foi aquela que estava mais à mão. Tenho de ter mais atenção até porque há clientes que não merecem sacudiduras por mau estado das ferramentas. Quando o homem cá voltar hei-de dar-lhe uma palavrinha. Com isto foi buscar o rebolo e amolou a tesoura deficiente.

Entretanto na rádio cantava o Carvalho do depois do adeus. O Sr. Luís, que a sabia de cor, trauteou-a com saudade e sentimento:

- E depois do adeus e depois de nós, lá, lá, rá, lá, lá. – e voltando ao pensamento anterior - Mas, chiça, o tipo com aquelas coisas dos costistas irritou-me porque parecia não perceber que isso não existe (para além dos do Castelo, freguesias adjacentes e mais uns quantos “complacentes” ou “distraídos”, como dizia o outro), assim como não haviam assististas, conforme o próprio percebeu logo que perdeu o concurso de há três anos. O que há são outros “istas” à procura de testas de ferro. Quando o cliente retornar hei-de desbastar com mais precisão evitando o repelão - Concluiu, arrumando.
LNT
[0.281/2014]
Imagem: http://www.gutenberg.org/

Já fui feliz aqui [ MCDXXXVIII ]

Comes
Gambas, Pleurotus e Paio - Por aí - Portugal
LNT
[0.280/2014]

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Os fins e os meios para os atingir

Keiti OtaDeixando para considerações futuras o comportamento das duas partes que ambicionam apresentar um candidato do PS com credibilidade para que o Presidente da República venha a empossar como Primeiro-ministro nos termos da Constituição, ficam algumas questões sobre o desenrolar do processo interno para escolha do futuro Secretário-Geral do PS, caso o actual não atinja a meta a que agora se propõe.

Também para esse processo deixo de parte o comportamento das linhas que se apresentarão a votos porque creio que a violência verbal e o extremar de posições será ainda maior do que aquele que tem havido nesta fase e aponto cenários que alguns apelidarão de mirabolantes, como sempre se apelidam quando são apontados, e que só o deixarão de ser quando se comprovarem como realidade.

Imaginemos, por absurdo, que António José Seguro, no dia 28 de Setembro, deixa de ser o candidato a sugerir ao PR caso o PS consiga vencer as legislativas e em virtude disso cumpre a sua palavra e se demite do cargo de Secretário-geral abrindo o processo eleitoral para a liderança do PS e consequente marcação de um Congresso Nacional para debate e aprovação das linhas programáticas e moções políticas (e eventuais revisões estatutárias, a manter-se a ideia de que os actuais estatutos não servem).

1- António Costa e António José Seguro apresentam candidaturas ao cargo de SG.

É um cenário no mínimo estranho uma vez que, se Seguro perder as directas e por tal se demitir, não parece curial.

2- António Costa apresenta-se como candidato único ao cargo de SG.

É um cenário no mínimo estranho uma vez que significará a desistência de todos os que não estão conformados com o avanço perpetrado contra a actual direcção.

3- António Costa apresenta-se como candidato e contra ele apresentam-se um ou vários candidatos ao cargo de SG.

É um cenário interessante principalmente se Costa perder essas eleições ou se tiver uma vitória de Pirro uma vez que, no primeiro caso, deverá abrir novo processo para escolha do candidato a sugerir ao PR para o cargo de PM ou, no segundo caso e aplicando a lógica em voga, terá de se demitir à mesma.

O imbróglio criado tem responsáveis mas não terá fim, restando por saber se o fim de tudo isto não foi precisamente criar um tal imbróglio que só possa ser resolvido com o aparecimento de nova força política (que possivelmente até já foi testado como piloto nas últimas europeias).

Um fim como qualquer outro, mas um fim que o Partido Socialista não merecia que lhe tivesse sido decretado.

Bom fim-de-semana.
LNT
[0.279/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDXXXVII ]

Leitão
Leitão assado - Bairrada - Portugal
LNT
[0.278/2014]