terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Novos tempos

Para um Tempo Novo

Houve um tempo em que não poderia haver campanha eleitoral sem haver Blogs (oficiais ou só de apoio) aos candidatos que se faziam a todas as eleições. Hoje, a coisa transitou mais para as outras redes sociais, Face e Twitter.

Felizmente alguém ainda mantém a praxe dos blogs. Desejo a JPN e aos seus companheiros sucesso nesta esperança de um novo tempo com António Sampaio da Nóvoa.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.004/2016]

domingo, 10 de janeiro de 2016

Sinal do tempo que passa

Sampaio da NóvoaOs tempos estão de chuva. Os novos e os velhos tempos, se é que há tempos novos e velhos e se é que se poderá chamar novos tempos ao desengonço que por aí vai.

Por não saber se há tempo, por se terem deixado as presidenciais para o fim dos mesmos - uma armadilha lançada por Marcelo que não necessitava de tempo e que foi secundada por muito(a)s que não perceberam a cilada do silêncio - e no cansaço da mudança dos tempos que uns dizem residir numa realidade inexistente e outros na inexistência de realidade, decido-me finalmente por um dos três candidatos que gostaria de ver na segunda volta destas presidenciais.

Reconheço não ser o que mais facilmente mereceria o meu voto, principalmente por não o conhecer pessoalmente e nunca ter com ele participado em qualquer luta que me lembre, mas é decididamente o que melhor se posicionou, a meu ver, para recolher na segunda volta o maior número de apoios que possam proporcionar a Marcelo mais uma derrota para somar a todas as outras que conseguiu sempre que se dispôs a concorrer a eleições políticas fora do seu Partido.

Sampaio da Nóvoa demonstrou que é o candidato que, caso consigamos evitar a eleição de Marcelo à primeira, neste tempo que não é novo nem velho por ser somente um anúncio de outros tempos, poderá derrotar o candidato da direita democrática na segunda volta e tudo aquilo que ainda lhe desconheço deixou de ser um entrave para a minha confiança desde já.

Maria de Belém, que conheço há muito e com quem já travei partidária e politicamente muitos momentos de poder e de cidadania, não me deixou agora a esperança necessária para vencer este desafio e, Henrique Neto, com quem estive e estou de acordo com muito do que tem dito e feito toda a vida, não me convenceu da possibilidade de atingir esse objectivo.

Marcelo, a quem vejo muitos dos meus camaradas e amigos diabolizar como se fosse um antidemocrata, coisa que entendo como uma falta de senso só possível num tempo de desnorte e de luta eleitoral tem, no entanto, de ser travado por todos os votos que se possam recolher fora da sua candidatura, razão suficiente para que nesta primeira volta me recuse a fazer campanha, embora não possa deixar de anunciar publicamente que confiarei a esperança deste combate em Sampaio da Nóvoa.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.003/2016]

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Presidenciais

Pavilhão PRAinda bem que assisti aos debates de ontem entre Marisa Matias e Rebelo de Sousa e entre Maria de Belém e Henrique Neto. Ainda bem porque senão ia ficar convencido, pelos comentários que hoje li, de que Marcelo tinha sido engolido por Marisa e de que Belém tinha sido mastigada por Henrique.

Do que vi, Marcelo pareceu-me especialmente bem ao ter sido confrontado com os habituais temas fracturantes que continuam a ser as únicas bandeiras do BE, por ter afirmado que não deixaria de promulgar os diplomas aprovados na AR, independentemente deles serem, ou não, do seu agrado. Esta posição deixou-me descansado sobre o exercício do cargo para que concorre uma vez que também não considero que a opinião pessoal do Presidente da República sobre temas não essenciais para os portugueses seja objecto do poder de veto.

Do que vi, Maria de Belém pareceu-me especialmente bem no abespinhamento contra Neto quando ele deixou matérias de índole pessoal para um período em que ela já não poderia defender-se. Saiu-se mal Henrique Neto que passa a vida a evocar a ética e depois procede desta forma.

Para que não restem dúvidas, mantenho que o meu voto servirá para provocar uma segunda volta.

Num tempo de total ausência de propostas empolgantes pelos actuais candidatos à Presidência da República e depois da descredibilização do cargo provocada pela desastrosa partidarização e facciosismo de Cavaco, acredito que a abstenção irá atingir níveis nunca antes alcançados o que levará Marcelo a instalar-se no Pátio dos Bichos logo à primeira contagem dos votos.

Os portugueses parecem já ficar suficientemente satisfeitos por verem pelas costas o Presidente mais detestado desde sempre (Cavaco), conforme se pode observar pelos estudos de opinião, e esse facto determina a irrelevância (para mim absurda porque já deviam ter aprendido com Cavaco a importância que o lugar tem) e, ou não votarão, ou votarão em qualquer candidato desde que lhe seja simpático, uma vez que nenhum deles se destaca pela positiva.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.002/2016]

domingo, 3 de janeiro de 2016

Barba non facit philosophum

Ano novoBom 2016, meus e minhas caros e caras leitores e leitoras.

Como podem ver adoptei a forma, ou fórmula, politica e idioticamente correcta para iniciar os textos desta Barbearia no ano, num português anti- AO e sem capacidade de assimilar o androcêntrico como capacidade de escrita assexuada.

Assim, minhas caras e meus caros clientes, fica provado que a passagem do ano é pouco mais do que a ultrapassagem de determinado ponto da translação da Terra que, embora este ano vá sofrer a correcção de um dia para acertar os devaneios dos anos anteriores, nada acrescenta ao fogo-de-artifício e às bebedeiras do fim-do-ano a não ser umas rugas aos nossos rostos.

Costuma ser uma época de balanços que me dispenso de fazer porque as tonturas da idade que avança aconselham, cada vez mais, ao caminhar direito com postura correcta da coluna, embora seja indispensável observar os que se curvam sob o peso acumulado nos ombros pelos que lá se encavalitam.

Vamos nisto. Deixemos que se percorram trajectos esconsos que, de escombro em escombro, farão cair de mais alto quem os escolheu como caminho, saudemos os construtores das novas veredas e a partida, de rastos, de quem por cá viveu quase quarenta anos acima das suas e das nossas possibilidades.

Se poderem evitem os debates presidenciais, as conferências dos Conselhos de Ministros e as intervenções do Parlamento, evitem.

Tenham um ano divertido, já que nada indica que será bom.

Riam-se muito, porque de siso não há ventura.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.001/2016]

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Elogio a Portas, Paulo

Paulo PortasComo diria o saudoso António Silva, adeus e quando lá chegares manda saudades, que é coisa que cá não deixas.

Paulo Portas não merece que aqui lhe faça um epitáfio, até por não ter morrido, e mesmo politicamente recuso-me a fazer elogios públicos pois o único político que sei ter morrido foi há mais de 2000 anos e, ainda assim, consta ter ressuscitado três dias depois.

Portas sai agora (ou ausenta-se agora) pela porta grande. Conseguiu fazer do líder de um partido minúsculo Vice-primeiro-ministro de Portugal e conseguiu que esse minúsculo Partido não fosse absolutamente irrelevante em número de deputados por negociatas que retiraram peso ao PSD. Não conseguiu manter-se no poder actualmente, mas isso deveu-se mais à capacidade de Costa construir geringonças do que a de Coelho conseguir zingarelhos.

Sem ele perderemos os mais fortes sound bites na política portuguesa entre os quais ficarão para História, pelo menos, a revogabilidade do irrevogável e a emersão dos submersíveis.

Deixa órfão o PP, partido que sucedeu ao CDS para se afirmar Paulo Portas.

Se não for à lavoura, espero que se dedique agora à cozinha, às sopas frias, e ao comentário político que está vazio desde que o comentador principal fez as malas para Belém.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.306/2015]

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal


Feliz Natal.
Ainda hei-de voltar para desejar bom ano de 2016 com poucos Banif's no sapatinho.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.305/2015]

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A geringonça e o zingarelho

Geringonça ZingarelhoPortas, ex-PàF, sempre foi um vendedor de banha-da-cobra a quem todos nós, que já tivemos oportunidade de observar a vender esticadores para os colarinhos e pentes para os carecas nas feiras saloias, nunca deixamos de prestar alguma atenção. Não tanto com o intuito de lhe comprar algo - por sabermos, à partida, que estamos perante produto defeituoso ou falso - mas pela graça do seu proclamar.

Nas últimas subidas ao palanque para vender mais um xarope miraculoso, Paulo Portas, ex-VicePM e mais uma data de ex-coisas, rotulou com a designação de “geringonça” o conjunto de intenções que quatro Partidos assinaram para garantir um Governo legitimamente democrático.

Acontece que uma geringonça é algo que não se compreende, algo que para ele e para os seus não tem compreensão por não entenderem o funcionamento da democracia, coisa até já entendida pelo Presidente da República como não o sendo, uma vez que acabou por ter de dar posse ao Governo Costa e o viu confirmado pela maioria dos deputados.

Portas e os seus deputados eleitos à boleia daquele zingarelho a que se chamou PàF, que nunca funcionou e que para nada mais serviu do que para garantir ao CDS/PP um número de deputados que nunca teria conseguido se não estivesse engajado nas roldanas desse zingarelho, podiam parar com a histeria dos sound-bites (geringonça) e caírem na realidade de que as pessoas estão muito mais interessadas em coisas que lhes digam respeito do que na dor de corno de políticos irrevogavelmente remetidos ao lugar que lhes compete.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.304/2015]

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O quarto Rei Mago


Como ainda não é em 2015 que voltará o famoso concurso de Natal da barbearia, aqui fica um musical natalício bem ao jeito desta loja, onde nem sequer faltam os instrumentos que por cá se usam.

Boas-Festas, se poderem.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.303/2015]

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O pin do “chefe do governo”

Passos Coelho PinPedro Passos Coelho, líder da oposição, subiu ontem à tribuna dos deputados para frisar que se continua a julgar o único possível Primeiro-ministro uma vez que é o chefe do Partido mais votado e que nunca lhe passou pela cabeça que essa condição poderia não ser suficiente para se manter no cargo que ocupou nos últimos quatro anos e tal.

Foi exactamente a incapacidade de entender que tinha perdido a maioria absoluta nas eleições de 4 de Outubro que o fez ignorar a negociação a que ficava sujeito para se fazer sucessor de si mesmo e que não lhe bastaria a bênção presidencial e o abraço de urso do seu ex-vice-PM para poder meter a democracia na gaveta.

Mas a democracia já o chamou à razão duas vezes (a ele, ao seu ex-vice e ao seu patrono) dizendo-lhes que não o queria - uma vez na rejeição que a AR aprovou e, ontem, na rejeição que a AR lhe chumbou - mas insiste em não compreender que os cidadãos elegem deputados e que são eles que dão assentimento às nomeações que o Presidente da República entende fazer para a liderança do Governo.

Até que volte a ter uma maioria de deputados que lhe dêem esse poder, Passos bem poderá guardar o pin que continua a ostentar na lapela e passar a tratar por Primeiro-ministro o Primeiro-ministro agora investido no pleno exercício de funções, porque a figurinha que está a fazer só serve para lembrar aquela que outro, antes dele e da democracia, já fez quando entrou em negação ao saber que tinha Caetano como Presidente do Conselho de Ministros.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.302/2015]

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Portas “o Fofinho”

Oliveira Figueira Forever Friends
“Ficam escolhidos hoje os seu BFF”, disse Portas para António Costa. “Catarina é best friend de António, António é best friend de Jerónimo, Jerónimo – e só isso não é novo – é best friend de Eloísa.” A esquerda protestava, a direita ria e aplaudia. LOL

Paulo Portas, o mais fofinho de todos os fofos de Belas, o mais velho charlatão e vendedor de banha da cobra dos políticos portugueses, o mais balelas de todos os Oliveira da Figueira que Hergé poderia ter criado num improvável episódio do Tintin, passou-se à oposição dois anos e tal após se ter feito revogavelmente irrevogável e subiu à tribuna para representar o papel ressabiado que lhe está destinado.

Portas, prenhe dos sound-bites que há anos o emprenham, vestiu a fatiota da irrelevância que o faz estar num Parlamento democrático às cavalitas de uma coligação PàF onde os seus votos não diferem no peso daqueles onde se encavalitou e usou da jactância cínica, mas fofinha e adocicada dos ursinhos “Forever Friend”, para catalogar o que os seus “inconseguimentos” (e os do seu parceiro galhofeiro) não obtiveram no jogo da democracia.

Habituado a ser charlatão (ele próprio se reconhece como a personagem da banda desenhada que representa o vendedor da banha-da-cobra das feiras saloias) trapaçou do palanque e fez ir às lágrimas o seu público que desta vez não tinha mordomias para lhe oferecer em troca da comédia . Confundiu a condição de tribuno com a de entertainer com a mesma lábia com que esconde a careca no cabelo comprido que saca das orelhas.

Usando a metáfora que ontem se usou no início do debate sobre o Programa do XXI Governo, Portas ficará para a História com o cognome do Fofinho.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.301/2015]

domingo, 29 de novembro de 2015

Je ne suis pas

Ron MueckNão sou homem para tapar a cara com uma qualquer bandeira quando um anormal terrorista decide despejar a sua anormalidade em chumbo ou explosivos.

Nem sequer sou homem para um “je suis” qualquer coisa, porque Je suis moi même, coisa adquirida por berço e por muita formação e informação já sem cueiros.

Recuso, sempre, expressões do tipo “não aceito lições de ninguém” porque aceito lições de alguém dado não me julgar mais do que aquilo que sou e por ter sempre dúvidas razoáveis reconhecendo que, por vezes, me engano (todas as vezes que forem precisas).

Talvez por todas estas coisas e sujeito a mais uma vez estar a errar (o que me fará aprender de novo), olho com a maior desconfiança para as vitórias que os animalescos terroristas conseguem, quando vejo os gorilas, de preto, soltos nas ruas de Paris a interceptar e agredir a liberdade dos cidadãos usando as máscaras, os lacrimogéneos, os bastões e todas as outras armas que lhes foram confiadas para defenderem as liberdades desses mesmos cidadãos.

O terrorismo, venha de onde vier, vai fazendo o seu caminho que só será barrado pelo nosso antiterrorismo e pela nossa vontade de nunca nos rendermos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.300/2015]

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Foram precisos cinquenta e três dias

Posse XXI Governo

Só me é possível desejar ao XXI Governo Constitucional de António Costa o melhor sucesso.

Esse sucesso será a alavanca da nossa melhoria de vida e do retorno a um ciclo de normalidade onde as pessoas que se queixem das condições que lhe são impostas não sejam considerados piegas mas sim cidadãos a quem é necessário dar voz e proporcionar uma vida melhor.

Esse sucesso será também a vitória dos nossos jovens que passarão a ser olhados como riqueza do nosso País e não como carne de canhão para desenvolvimento dos outros Países.

Esse sucesso passa pela normalidade da vida dos cidadãos onde o trabalho volte a ser um bem maior e onde o desemprego tenha uma luta dirigida em vez de ser considerado como um efeito colateral de uma economia neoliberal.

Quem me lê sabe que não sou propriamente um crente da solução conseguida. Penso que, em situação normal, deveríamos estar perante um poder executivo diferente com uma oposição forte para o condicionar. Mas isto não foi uma situação normal por diversas razões, entre elas a incapacidade de os ganhadores das últimas eleições não terem tido o bom senso de conseguir um assentimento mínimo de sustentabilidade.

Agora resta a esperança, o que já não é pouco dada a sua falta nos últimos quase cinco anos.

Resta a exigência, que se espera sempre maior àqueles que nos são mais próximos do que aos de quem já nada se espera.

Boa sorte para todos nós.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.299/2015]

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Aos figos

Cavaco aos figosCinquenta dias depois de Cavaco ter percebido que afinal nem todos os cenários que traçou se podiam concretizar, o Presidente eleito pela menor maioria de sempre exigiu seis esclarecimentos que nada esclareçam e que ele nunca poderá atestar porque já não estará na Presidência para o fazer.

Se Costa lhe tivesse escrito uma carta de amor, ridícula como são todas, ficaria Sua Excelência tão ridiculamente esclarecido como já é ridículo o papel que anda a fazer.

Mas há aqui uma artimanha que parece estar a passar ao lado de todos os que nunca aprenderam a apanhar figos no Algarve.

Cavaco quer deixar uma papel assinado por Costa que permita ao próximo Presidente da República dissolver a Assembleia da República, no caso de se conseguir suceder por quem ele entende que o sucederá.

O Presidente que no seu discurso de vitória fez saber que só seria presidente de quem o apoiou, pretende agora deixar um testamento político que permita ao seu sucessor fazer aquilo que ele próprio não fez (por sua vontade ao deixar que as legislativas só se realizassem quando já não estivesse no pleno poder das suas competências).

Um dia há-de dizer, como ele sempre gosta de fazer, que bem avisou. Uma prática que usou em todos os tempos em que preferiu “avisar” do que fazer.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.296/2015]