sexta-feira, 22 de abril de 2016

Guerra ao condicionamento e à coacção

CyberbullyingCada vez mais reservado em participar no lançamento de livros, porque prefiro seleccioná-los em livraria sem holofotes nem social, estive ontem presente na apresentação do Cyber Bullying, um guia para pais e educadores, publicado pela Plátano Editora que tem por autores Sónia Seixas, Luís Fernandes e Tito de Morais. O livro conta ainda com o prefácio de Daniel Sampaio.

Não se trata de um romance sobre adolescentes e jovens vítimas de “bullying” nas redes sociais mas sim de um estudo que despista este fenómeno actual de quem utiliza as plataformas das tecnologias de informação, tanto na Net, como noutros contextos ligados às redes móveis.

Dá pistas sobre a sintomatologia das vítimas (e dos autores) e abre caminho às boas práticas de acção para o combate e prevenção do “cyberbullying”.

Sem diabolizar a Net, as redes sociais e as redes móveis, antes pelo contrário, reconhecendo a importância destes meios para a socialização, cultura, educação e informação de todos, e em especial dos jovens, sobreavisa para a necessidade de acompanhamento no seu uso e, mais do que responder a todas as dúvidas, assume o papel de guia deixando para todos questões importantes à espera de respostas.

Aconselho a leitura da obra para melhor compreensão do fenómeno que tem atingido utilizadores de todas as idades mas que se revela especialmente grave nos mais jovens principalmente pelas suas características virais e de instantaneidade que o potenciam.

Aconselho a manutenção deste trabalho de partida para traçar diagnósticos e medidas preventivas numa prateleira acessível de modo a que os vossos filhos, netos e/ou educandos lhe tenham igualmente acesso.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.030/2016]

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Escândalos pafiosos

Esquadra 504À falta de motivo de conversa, porque as coisas importantes fazem pouca conversa e são de difícil conversação, vão-se arranjando fait-divers – muitos deles mesquinhos apelando ao sentimento nacional da inveja e do mal dizer – para arengar sobre as peças da dita geringonça que muitos não conseguem digerir como coisa legal e democraticamente aceite em qualquer parte do mundo dito civilizado.

Em voga está, por exemplo e apesar de já ter tido tempo para passar de moda, a viagem do Primeiro-ministro a Atenas a bordo de um dos Marcel-Dassault Falcon 50 da Força Aérea Portuguesa.

Ora, a missão da Esquadra 504 é:
“Executar operações de transporte aéreo especial. Esta tipologia de missão leva a que a esquadra esteja geralmente associada às missões de transporte aéreo de altas individualidades nacionais e estrangeiras, embora sejam executadas, também, outras missões de transporte aéreo menos comuns. Como o próprio nome indica, operações de transporte especial, operações em que o factor distância e tempo são de grande importância, por vezes vital, como por exemplo voos de apoio logístico, evacuação sanitária e de transporte de órgãos para transplante. “

Se existe uma Esquadra da Força Aérea para estes serviços (e só nos últimos tempos já se realizaram várias missões de evacuação sanitária sem que tal criasse qualquer frenesim) qual será o motivo de tanta indignação?

Costa Falcon

Irrita-os ver uma foto de Costa a bordo de uma máquina que voa (só aceitável se for um pafioso a usar), é isso não é?
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.029/2016]

terça-feira, 19 de abril de 2016

43 vezes parabéns

Portugal Socialista nº1

Fax símile do Portugal Socialista nº 1 de Agosto de 1973 (nova série) onde se dava nota da transformação da ASP (Acção Socialista Portuguesa) no Partido Socialista.
(Aqui, para ver maior)

Curiosidades:
O emblema do Partido Socialista onde o punho era atravessado por uma faca;

A não menção (no texto) do dia em que se fundou o PS (1973.04.19) e a não menção do local onde se realizou o Congresso (Bad Münstereifel);

Evidentemente também não é publicada a acta por motivos de segurança, nem o nome dos participantes.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.028/2016]

sábado, 9 de abril de 2016

Para ler

Livros

Três escritos diferentes que importa citar, mesmo ainda sem os ter lido:

de Manuel Alegre, apresentado na semana que agora acaba, Uma outra memória (Dom Quixote);
de Tito De Morais, Sónia Seixas e Luís Fernandes, a apresentar no dia 21 de Abril, Cyber Bullying (Plátano);
de Ana Cristina Leonardo, à venda a partir de 25 de Abril, Diário do Farol – A ilha, a cadela e eu (Hierro Lopes).

Não vale a pena oferecer-mos porque eu próprio o farei.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.027/2016]

quinta-feira, 7 de abril de 2016

São bengaladas, pá!

João Soares
(...) Nessa manhã ele mandara aos Olivais dois criados para arejar as salas, espanejar, encher tudo de flores. Agora ia lá, como um devoto, ver se estava bem enfeitado o sacrário da sua deusa... E era através destes deliciosos cuidados, em plena ventura, que lhe aparecia outra vez, suja e empanando o brilho do seu amor, a tagarelice do Dâmaso!

Até aos Olivais, não cessou de ruminar coisas vagas e violentas que faria para aniquilar o Dâmaso. No seu amor não haveria paz, enquanto aquele vilão o andasse comentando sordidamente pelas esquinas das ruas. Era necessário enxovalha-lho de tal modo, com tal publicidade, que ele não ousasse mais mostrar em Lisboa a face bochechuda, a face vil...

Quando o coupé parou à porta da quinta, Carlos decidira dar bengaladas no Dâmaso, uma tarde, no Chiado, com aparato (...)

(...) Mas depois, ao regressar da quinta, vinha já mais calmo. (...)

(...) No meio destas voluptuosidades magníficas, que lhe podia importar o Dâmaso, gorducho e reles, palrando em calão nos bilhares do Grémio! Quando chegou à rua de S. Francisco resolvera, se visse o Dâmaso, continuar a acenar-lhe, de leve, com a ponta dos dedos.Mas quando o Dâmaso parou defronte, no outro passeio, todo de costas para ele, ostentando rir alto com o Gouvarinho, não se conteve, atravessou a rua.

Foi breve, e foi cruel: sacudiu a mão do Gouvarinho, saudou de leve o Cohen: e sem baixar a voz, disse ao Dâmaso friamente:
- Ouve lá. Se continuas a falar de mim e de pessoas das minhas relações, do modo como tens falado, e que não me convém, arranco-te as orelhas.

O conde acudiu, metendo-se entre eles:
- Maia, por quem é! Aqui no Chiado...
- Não é nada, Gouvarinho, disse Carlos detendo-o, muito sério e muito sereno. É apenas um aviso a este imbecil. (...)
Eça de Queiroz
Os Maias
...
Em 1999 prometi-lhe publicamente um par de bofetadas. Foi uma promessa que ainda não pude cumprir. Não me cruzei com a personagem, Augusto M. Seabra, ao longo de todos estes anos. Mas continuo a esperar ter essa sorte. Lá chegará o dia. Ele tinha, então, bolçado sobre mim umas aleivosias e calunias. Agora volta a bolçar, no "Publico". É estória de "tempo velho" na cultura. Uma amiga escreveu: "vale o que vale, isto é: nada vale, pois o combustível que o faz escrever é o azedume, o álcool e a consequente degradação cerebral. Eis o verdadeiro vampiro, pois alimenta-se do trabalho (para ele sempre mau) dos outros."
Estou a ver que tenho de o procurar, a ele e já agora ao Vasco Pulido Valente, para as salutares bofetadas. Só lhes podem fazer bem. A mim também.
João Soares
Facebook
E ai, aqui d’el rei! que o Ministro da Cultura, por não ter bengala e por já não ser hábito descalçar a luva para a passar pela cara de quem vetupera, nestes magníficos tempos de liberdade de expressão escrita, arreia uns tabefes (ou exprime a vontade de os enfardar) através do seu pessoalíssimo mural do Facebook.

Cai o Carmo e a Trindade e as bofetadas que João Soares promete a Augusto Seabra e a Pulido Valente são tanto para serem chapadas nas ventas dos cronistas das colunas de opinião em moda, com foram as bengaladas e o arrancar das orelhas que Carlos da Maia prometeu a Dâmaso.

Grita-se no reino por simpatia aos ameaçados, gente mansa a quem nunca faltam ofensas para alinhavar nas colunas que os sustentam, e a cultura dos cultos agiganta-se na defesa dos comentadores que descarregam os ódios do costume entre anónimos, apócrifos e nas almas sensíveis das elites sempre prontas para o ferrete agora travestido de punhos de renda e colarinhos a condizer.

Demita-se pois o coiso: pim, pam, pum!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.026/2016]

domingo, 3 de abril de 2016

O que sobrou

PinNeste fim de semana em que Passos Coelho se consciencializou de que o PSD não se podia manter no exílio, aconselhou a sua gente a fazer do PPD um Partido da oposição, de preferência o Partido líder da oposição.

Evidente que esse conselho não se aplica a ele próprio, uma vez que para si reserva a condição de Primeiro-ministro no exílio como faz questão de afirmar com o uso do pin que inventou para o seu ex-governo, ou melhor, para o seu ex-ex-governo uma vez que que a invenção foi do governo que existiu antes do nado-morto com que Cavaco fez questão de encerrar as suas hostilidades antes de partir para o convento.

Por isso encerrou o Congresso à boa maneira de qualquer comício Norte-coreano onde espingardeou banalidades para "a ventoinha", como ele gosta de dizer, e fez um ataque de gargalhada à Terra do Sol Nascente. Coreano, mais coreano, não podia ser. Só lhe faltou um ensaio nuclear.

Em conclusão, para quem teve pachorra de acompanhar os farsantes da festa laranja e de ouvir as discursatas de lamento e dor por lá recitadas, fica o retorno do PPD-PSD à democracia portuguesa, ao seu lugar de oposição, comandado por um bi-ex-Primeiro-ministro-exilado, sem nada de novo para além das promessas de que, se lhe permitirem voltar, voltará para tirar tudo o que puder tirar, para além da Troika, com as portas abertas para a emigração dos jovens e com a Ministra das finanças a tiracolo.

Ou por outras palavras, o que sobrou deste fim de semana político foi um pin na lapela, um alfinete de peito.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.025/2016]

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A Geringonça está no ar

GeringonçaSem ser mentira do dia um de Abril, a Geringonça está no ar.

Daquilo que tive oportunidade de ver, trata-se de um Blog (ou similar) bem estruturado e com humor suficiente para que seja seguido com atenção.

Tem igualmente presença no Twitter, Facebook e YouTube.

Lê-se na sua apresentação:

"A geringonça governativa nasceu após várias esquerdas concordarem que seria melhor mudar do que manter uma solução de governo demissionária face ao futuro do país. Assim se fez e continua a fazer história na democracia portuguesa.
O novo espaço político gerado por este compromisso parlamentar deve continuar a ser aprofundado. Deve até ser celebrado. Daí esta Geringonça digital.
A Geringonça é um exercício colectivo de opinião à esquerda e informação às direitas, orientado por uma agenda que todos entendemos ser necessário discutir publicamente, independentemente da esquerda que aqui nos trouxe.
Sendo um exercício coletivo para um espaço plural é, naturalmente, um sítio em que as posições são individuais. Por isso, não se surpreenda se aqui vir, às claras, tantos pontos de convergência quantos de discussão. Nós chamamos-lhe progresso."
É subscrito por: Maria João Pires, Pedro Sales, Tiago Antunes, Luis Vargas, Vasco Mendonça, David Crisóstomo, Ana Martins, João Martins, Sofia Cordeiro e Patrícia Gonçalves.

Fica inscrito na lista de links da coluna da direita.

Desejo-lhes sucesso.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.024/2016]

quinta-feira, 31 de março de 2016

Túberas

TúberaO belo exemplar reproduzido à direita foi uma oferta/troca por um ovo que fazia falta ao meu vizinho do lado atarefado com uma açorda e recém-chegado das terras onde os alentejanos incestam antes de se pendurarem pelo pescoço num qualquer chaparro, como diria o Raposo deserto por promover gratuitamente uma obra da moda.

A Malou, sempre atenta ao que por aqui se publica, deixou-me a dica para acasalar a túbera (num tupperware) com os ovos com que a hei-de comer, para que eles assimilem os seus perfumes.

Logo ao jantar darei o tratamento que o fungo merece para o fazer de entrada.

Quanto ao resto vão por aqui. Ficarão a saber tudo o que interessa.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.023/2016]

Pessoa esgotado

Pomar - Fernando Pessoa
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa - Mensagem

Agora sim, cumpriu-se o desígnio português. Camões, Gama, Cabral e Pessoa podem descansar finalmente e, mesmo não sendo uma polis, a cidade do futebol dará novos mundos ao Mundo.

Cumpriu-se Portugal!

Bem hajam!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.022/2016]

quarta-feira, 30 de março de 2016

Dos PMS sociais-democratas

Poor meCosta esteve bem no debate que hoje travou no Parlamento, numa assembleia que, como diria o Arroja, está acrescido com mais uma esganiçada, desta feita líder do CDS-AC.

Pena que tarde o fim do “poor me syndrome” (PMS) estampado nas ventas do Primeiro-ministro exilado e que condiciona o PSD pelo "self-pity sound" que Passos Coelho lhe impõe.

Gostei especialmente de ficar a saber que será o Programa de Reformas, agora aberto à discussão para contributos e propostas de melhoria, que irá determinar o PEC. Já não era sem tempo que em Portugal se começassem a distinguir os objectivos dos meios para os atingir.

Resta agora aguardar que o PSD realize o seu primeiro congresso no exílio para ficarmos a saber se pretende voltar à realidade ou se se vai continuar a condicionar ao pin que o seu norte-coreano líder obcecadamente exibe na lapela.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.021/2016]

terça-feira, 29 de março de 2016

Deixem-se de merdas

Libertação de prisioneiros políticos

Não sei se escrever merda é uma falta de educação neste Portugalinho cada vez mais correcto, amistoso, menos crispado e principalmente a tender para o consensual e afectuoso.

Mas seja, ou não, escrevo que é bom que se deixassem de merdas do tipo "à justiça o que é da justiça" e de outras merdas semelhantes quando querem esconder o cinismo e não se pronunciam sobre o julgamento político que foi feito em Angola contra a liberdade de opinião.

É que a justiça só é justiça em democracia e Angola, que se saiba, anda longe, muito longe desse regime.

Seria como se os povos estrangeiros não se tivessem pronunciado quando, em Portugal, se prendiam as pessoas por delito de opinião no tempo da outra senhora alegando que não se queriam imiscuir na "justiça" de um Estado Soberano.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.020/2016]

sexta-feira, 25 de março de 2016

Bonam festa paschalia

Ovo
Aos meus amigos desejo Boa Páscoa.

Assim mesmo, sem mariquices, pratinhas e, especialmente, sem coelhos.

(e aos meus inimigos também)
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.019/2016]

Sextas-feira santas e não só

Diana 27

Na adolescência passei muitas Pascoas no Casal de São José, em São Jorge da Várzea, lá para as bandas de Felgueiras.

Era sabido que nessa altura nada de televisões, nem rádios. Um livro “sério” à noite e às refeições peixe, e pouco, que o tempo era de jejum.

Na sexta-feira santa saíamos em bando para o campo de Diana27 ao ombro, pontaria afinada e, no cinto, um fio em laços de forca que esperavam pelos pardais e melros que se distraíssem em reflexões pascais. Às 15 horas, alertados pelos sinos, dobrávamos as armas e fazíamos os três minutos de silêncio da praxe, especados quase em sentido, a fingir a pungência enquanto tirávamos as coordenadas dos chilreios infiéis que aumentavam na ordem inversa do nosso silêncio e falta de movimento. Depois íamo-nos a eles sem dó nem piedade porque, mesmo sabendo-os também filhos de Deus, tinham desrespeitado a quietude exigida.

Coisas da fé.

Ao voltarmos para casa no fim da jorna deixávamos a passarada pendurada na adega, de patinhas para o ar, a aguardar pelo sábado santo, que isso da depena e fritura era trabalho, logo inviável em dia santo.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.018/2016]

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dos empichamentos

Órgão de MafraAgora que o acordo ortográfico anda por aí, os nossos queridos jornalistas e comentadores importaram mais uma expressão do português do Brasil e, diga-se de passagem, raramente uma expressão dos nossos irmãos de além-mar foi tão bem assimilada pelo calão do politiquês lusitano.

No Brasil andam a tentar empichar a Dilma, uma expressão forte, mas bem entendida por todos, mesmo pelos que normalmente se abstêm dos palavrões e do calão.

Por cá é o São Pedro que nos empicha a Primavera. Quando todos esperávamos que os passarinhos acasalassem e que as florinhas brotassem, os cumulonimbus cercaram a capital e despejaram toneladas de gelo empichando as intenções dos passarinhos e atrasando os rebentos hortícolas.

Em terras cubanas também se empicha nos tempos que correm. Obama foi com a família e a sogra visitar La Habana enquanto os cubanos, de bandeirinhas americanas na mão, gritavam por Fidel e Obama, uma espécie de hossana dos tempos novos, multiculturais e ecuménicos, ou seja, um empichamento adjacente ao triângulo das Bermudas de Raúl (mano menor do grande e decrépito revolucionário).

Voltando aos limites da Europa, dois empichamentos estão também em curso no dia de hoje. O primeiro e mais grave, diz respeito à rolha que a União comprou para fazer da Turquia um dos maiores campos de concentração do Mundo. O outro, um empichamento menor perto da terra deles, dos empichamentos das Caldas, onde Marcelo reuniu as tropas e mandou dar uso ao órgão, no Convento.

De resto tudo como sempre, mais empichamento, menos empichamento, cá nos vamos governando entre as geringonças, zingarelhos e traquitanas. Empichados, mas felizes.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.017/2016]

quinta-feira, 10 de março de 2016

Dos aplausos e ausências

Shame on YouVai para aí um burburinho dos diabos sobre as palmas que se batem, ou não, no hemiciclo e sobre a deselegância da recusa de comparência de um chefe de governo exilado a um almoço de Estado.

Sobre a primeira coisa deixo para depois, arrumando já o segundo acontecimento com uma evidência: Um exilado é um exilado e um exilado que se preze não pode, sob qualquer pretexto, arregaçar as mangas, pôr o babete ao pescoço e partilhar de um repasto pago pelo pote, agora que já lá não tem as manápulas.

Passo então às palmas. Julgava que a forma de protesto parlamentar mais grave era a ausência da sessão e que a segunda mais grave seria a pateada. Mas uma vez mais eu, que por vezes me engano e que por outras tantas não tenho razão, vim a descobrir que aquilo que entorna o caldo do rebanho é um Deputado, ou uma ou mais bancadas partidárias, absterem-se de aplaudir ou de se levantar no final de uma alocução. O BE, o PCP e o PEV deveriam ter vergonha, até porque o discurso foi inclusivo e, numa altura em que se critica o PSD por ser alheio à discussão do Orçamento de Estado, deveriam ter ovacionado sem reservas as palavras de Torga.

É uma vergonha este atentado às boas-maneiras perpetrado pela engrenagem que dá suporte à Geringonça. Como diria qualquer inglês do seriado Yes Minister: - Shame on you!

E por hoje, dia em que o circo ainda anda na rua e se respira de alívio por se terem finalmente arejado as bafientas salas do Palácio de Dom Manuel de Portugal, é tudo.

Agradecido, voltem sempre.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.016/2016]