segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Pescadinhas de rabo na boca [ I ]

Pescadinha Rabo Boca
Imaginem um Sindicato (STI) que tem um seguro de “complemento de comparticipação” firmado com uma companhia de seguros (MEDIS).

Imaginem que o “complemento de comparticipação” é um seguro que se destina, aos filiados no Sindicato que aderiram (e pagam por isso), a cobrir parte daquilo que a ADSE não comparticipa, incluindo actos médicos não cobertos pela comparticipação da ADSE.

Imaginem que a Companhia de Seguros (Médis) e o Sindicato (STI) acordaram que, para que a seguradora comparticipe, é necessário uma declaração de complemento de comparticipação (que informa qual a parcela do acto médico que a ADSE não comparticipa) e igualmente estabelece que o original do recibo do acto médico lhe seja enviado.

Imaginem que, por sua vez, a ADSE (que é um organismo tutelado pelo Ministério da Saúde e como tal com idoneidade suficiente) exige que para passar a tal declaração que lhe sejam enviados os originais dos recibos/factura que não devolverá aos seus beneficiários (mesmo no caso de não comparticipar, dado que passa a tal declaração que a Medis exige).

Imaginem uma pescadinha de rabo na boca.

Imaginem mais uma daquelas situações em que as companhias de seguros estão sempre prontas para receber mas evitam sempre pagar.

Imaginem Portugal em 2017 a ser, como sempre, o centro do Mundo dos “espertalhões”.

Imaginem a irritação e o prejuízo que tudo isto causa num filiado(a) do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos e num(a) cliente da Médis que é bombardeado com exigências impossíveis de cumprir pela seguradora, num jogo do empurra que se destina a não ter de pagar por aquilo que cobra.

Imaginem tudo isto e espantem-se porque é verdade.
ET. Ver Post nº 13/2017
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.004/2017]

Já fui feliz aqui [ MDXLVI ]

Guterres

António Guterres - ONU - USA
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.003/2017]

2 notas prévias:

1ª - Um dos meus “wishful thinking” para este ano foi reavivar a Barbearia que, em 2016, andou pelos serviços mínimos. Veremos se foi só isso mesmo, ou se terei vontade de o cumprir;

2ª – Há quem se queixe de lhe aparecer uma mensagem quando acede a este Blog informando que o mesmo não é seguro (ou coisa que o valha). A Barbearia não só é um Blog seguro como também é, e principalmente, um sítio recomendável.

Penso que a advertência vem do facto das imagens da Barbearia estarem alojadas num servidor seguríssimo que, no entanto, não as disponibiliza com o "https" de que o Blogger gosta.

Não tenham medo. Não será por entrarem na Barbearia que correrão perigo.

Preocupem-se mais com as “seguranças” (oficiais e não oficiais) que por aí abundam e que mais não são do que o espiolhar detalhado das vossas vidas privadas.

Tenham um bom 2017 e preparem-se para o corte a eito mesmo que for sem jeito.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.002/2017]

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Falácia de pinguim

Como dizia alguém no FB (já não me lembro quem) a mudança de ano é só uma mudança de minuto.

A passagem de ano é uma falácia.

Haviam de dizer isso a quem anuncia para o dia 1 de Janeiro os aumentos na electricidade, nos transportes, nas portagens, etc.

Entretanto tenham uma boa falácia com, no mínimo, o dobro daquilo que me desejarem.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.054/2016]

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Assim, a modos que coiso

Corte de cabelo

A Barbearia não fechou mas tem estado em remanso para descanso do pessoal. Não por cansaço de escrita, mas por ânsias de mais ler do que escrever.

Coisas da vida” - como desabafou, antes de o ser, o melhor Secretário-geral que a ONU conheceu até hoje.

Farei como ele.

Quer gostem quer não, no início do ano da graça de 2017, dando por findo o bissexto de má memória que tarda em se finar, voltarei às lides bloguistas.

Entretanto varre-se o chão.

Tenham um Natal feliz e, como era da praxe dizer-se nas “mensagens de Natal”, um ano novo cheio de propriedades.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.053/2016]

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Veneza que se vai afundando enquanto vivemos

Enquanto Veneza se Afundava

B. fez-me chegar pelo carteiro um envelope almofadado com um monte de crónicas encadernadas da autoria de Ana Cristina, ao que sei publicadas no Expresso, jornal que já não leio desde o tempo em que preferi os almanaques do Tio Patinhas porque jornalices sobre ricos e remediados dá-me mais gozo considerar as de patos animados do que as de patos trombudos que raramente se enganam e se julgam donos de isto tudo.

Claro que esta opção fez-me perder coisas interessantes como as crónicas de Ana Cristina, mas como sempre tive esperança que, mais dia, menos dia, elas haviam de aparecer isoladas do jornalismo que as embrulhavam, a espera concretizou-se graças à autora que, em boa hora, as confiou a B. por ela as saber embrulhar como ninguém. Já cá cantam para as ler e saborear decifrando com sorrisos as dificuldades de quem não se roga com vocábulos banais e os saboreia na catadupa com que são impressos.

Com o embrulho vieram dois bónus. Um curto, em caligrafia de palavras amáveis a anunciar um romance de Ana Cristina e um caderno marmoreado de dez páginas dactilografadas com o tal vocabulário de acepipe que, como na nouvelle cuisine, mistura crocantes acres com aveludados doces que se desfazem na boca para que o palato distinga as especiarias de que são feitos.

Ora vejam lá: “A carroça que manobra junto ao cadáver esmaga-lhe o peito num solavanco brusco. O condutor sente o embate, salta com destreza do alto do assento e encara o morto. Sacode os fiapos de neve do capote com as costas da mão, pragueja e pontapeia-lhe as botas que oscilam como um pêndulo. Fica a mirá-las por segundos, baixa-se, puxa-as com um golpe e lança-as para dentro da carriola. Sem apartar os animais, começa a descarregar o frete”.

A coisa promete. A última vez que tinha ouvido a expressão “apartar” foi no Lourenço & Santos, vão umas décadas, quando o mestre-alfaiate que me tirava as medidas das virilhas do fato de casamento me perguntou, com o ar mais efeminado que tinha, se eu os apartava para a direita ou para a esquerda. Já lá vão anos.

Voltando ao que interessa. Agradecimento à feiticeira dos conteúdos já consumidos em meio volume e mais agradecimentos à Beatriz que não descansou enquanto não os valorizou com o seu sempre inigualável esforço e bom gosto.

Fico à espera de saber o que o condutor fez com as botifarras, assim me considerem na vossa lista de sortudos leitores. Um autógrafo das duas só me orgulhará.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.052/2016]

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Guterres é bom para a ONU

António Guterres

É um orgulho e uma honra ter um Homem bom, um português, um amigo e um camarada, exactamente por esta ordem, como Secretário-geral das Nações Unidas.

Bem pode o esganiçado Paulo Rangel, e quejandos, fazerem a comparação disto com o cargo de Presidente da Comissão da União Europeia, que não colhem.

Em primeiro lugar, porque Durão Barroso foi nomeado sem concorrentes por Merkel (com o apoio do bando das Lajes) porque se pretendia um pau-mandado no lugar e António Guterres foi eleito em concorrência com muitos outros candidatos sendo que uma delas resultava de uma golpada inaceitável de Merkel e da diplomacia alemã que tiveram uma derrota em toda a linha ao não conseguir ter uma mandatária sua na direcção das Nações Unidas;

Em segundo porque a adjectivação acima feita, tirando a segunda, não se aplica a Durão Barroso;

Em terceiro e último lugar porque, e só porque não me apetece continuar a marcar as diferenças entre uma coisa e a outra, ao contrário de Barroso, Guterres não atropelou qualquer outro português que estivesse na disputa do lugar, nem abandonou vergonhosamente um cargo para que tinha sido, pouco antes, eleito pelos portugueses.

Interessa pouco a defesa disto, sei, mas Paulo Rangel e quejandos, incluindo um seu companheiro de Partido, têm muito pouco espaço para se pôr em bicos dos pés e sacar quaisquer vantagens com uma vitória clara da diplomacia portuguesa e, sobretudo, com a vitória pessoal do homem bom e capaz que António Guterres é.

A ONU está de parabéns (digo isto apesar de muitas críticas que já anteriormente lhe fiz) por não se ter deixado manobrar pelo golpismo de quem quis anular a nova forma transparente que a Organização estabeleceu para eleger o seu dirigente máximo.

Diga-se de passagem que o maior beneficiado desta eleição é a própria ONU (e por isso todos os humanos) pois não é todos os dias que uma Organização consegue um dirigente com as características e capacidades que Guterres já comprovou nos seus desempenhos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.051/2016]

sábado, 1 de outubro de 2016

Quarteirões pobres mas orgulhosamente honrados

Prédios degradados Lisboa

Quem é de Lisboa sabe que a Baixa esteve décadas em acentuado processo de desertificação e que os proprietários dos prédios alfacinhas do centro se viram obrigados a deixar os imóveis ao abandono por impossibilidade financeira de lhes fazerem obras de manutenção.

Conheço bem quem tenha despachado, por tuta e meia, prédios na zona do Cais do Sodré dado não ter forma de satisfazer sentenças de obras coercivas impostas pela CML apesar de serem os senhorios que já substituíam o Estado no apoio social que prestavam aos seus inquilinos com rendas miseráveis, insuficientes para pagar ligeiros rebocos ou reparações nas canalizações.

Pasmo agora ao ouvir e a ler de quem se desabituou a ver vida no centro da cidade, principalmente à noite dada a ausência de residentes, críticas fortes contra o “turismo” que invadiu Lisboa e sobre os alugueres locais de casas recuperadas, “hostels” e outras formas de recuperar, rentabilizar e reanimar o centro até aqui entaipado e/ou em ruínas.

Dizem que a cidade se desvirtuou, se descaracterizou, mas prefiro aquilo que agora vejo à miséria e abandono em que a Capital tinha mergulhado.

Não nos conseguimos livrar do chavão salazarista dos “pobrezinhos mas honrados”, coisa que sempre foi dito por quem tinha a barriga cheia e que nunca se apoquentou com a desgraça alheia.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.050/2016]