terça-feira, 20 de junho de 2017

Quando a notícia passou a ser um não-acontecimento


A notícia passou agora a ser:

"Afinal não caiu um Canadair em Pedrogão"

Os jornalistas da SIC (só falo destes porque tem sido o canal por onde tenho acompanhado os acontecimentos) estão desolados.

Deram a notícia da queda de um Canadair, o que lhes daria mais umas horas de tagarela em loop, e a queda não se confirmou.

De repente parou tudo.

As imagens repetidas até à exaustão dos carros queimados na "estrada da morte" já deixavam de ser matéria e o impacto das novas imagens de um Canadair destroçado, de preferência filmado por um drone, passariam a ser uma "caixa" fantástica para manter o pessoal atento aos ecrãs.

Galo, galo, galo!

É o que dá a excitação das notícias que são disparadas sem confirmação e já não é só do Correio da Manha que estou a falar.

Nota 1: como ainda não tinha referido neste Blog a consternação que sinto pelo devastador incêndio que desde Sábado queima o centro do País, deixo agora e aqui esta nota de pesar, principalmente pelas vidas que se perderam. Esse sentimento não me abafa, no entanto, a crítica que acima faço.
Se a consternação é minha (e de todo o País de luto) e de pouco serve, entendi não deixar passar uma das muitas revoltas que sinto no meio de tudo isto. O espectáculo mediático que se monta à volta destas tragédias (de que a anormalidade perpetrada por Judite de Sousa foi o expoente máximo) é desumano e macabro.

Nota 2: Há cinco minutos que a notícia de abertura do Jornal da Noite da SIC é:
"Não temos notícia. O tal Canadair não caiu" (faltou-lhes o ... infelizmente não caiu)
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.057/2017]

terça-feira, 6 de junho de 2017

Um pentelho que mexia


Conversa para surdos foi o que a maioria dos electro-dependentes portugueses, pagantes das pornográficas facturas da eléctrica, concluíram da conferência de imprensa promovida esta manhã pela EDP.

A linguagem de trapos habitual baralhou, sem explicar limpinho, porquê pagamos o que pagamos pela electricidade e o cúmulo foi quando, em vez de se apresentarem desculpas pela porno-chachada dessas facturas se cuspiram pentelhos ameaçantes contra alguém que, anónimo, colocou a Judiciária e o Ministério Público no terreno para apurar as razões do pornógrafo.

Mais pentelho, menos pentelho foi isto.

Pagas e não bufas e, se bufares e mexeres com os citados pentelhos milionários, haverás de pagar mais porno na conta mensal destinada a alimentar também um batalhão de advogados.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.056/2017]

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Sargent Pepper's lonely hearts club band


Eramos todos tão irritantemente novinhos e escandalosamente tão bem apessoados..

E os que não eram novinhos, por ainda não passarem de cogitações, andem por aí a mandar bocas com a ideia de que são gente.

Feliz quinquagésimo aniversário, meu caro Sargent Peppers lonely hearts club band
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.055/2017]

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Colinhos


Vejarâmos as coisas como elas serem. Tu sabêras que o Esprito Santo devêra estar em terceiro parque o sagundo que é evocado na benza é o Filho. Já o primeiro, o lugar que todos quererem para ficar ao colo do Pai, é muito difícil se tu fores um clube de acandemia, parque isto não vai lá com acandémicos.

Parexemplo: Tu tens esse desejo grandíssimo de ser Tenta e sabes que se não tiveres garra para ensinar nem massa para comprar fora da acandemia ficáras de calças na mão a vêramos os penátis passarem ao deslargo.

Eu soubéra quando atravessára a 2ª circular com a tralha e a apps adebaixo do braço, no sovaco, para fazer do nosso clube um campeão que iria ser uma terefa defícil, mas prantos, tentei e quando se tentra a gente não se apoquenta.

Os nossos sócios é que estão fora da realidade.

Parexemplo: poderiam ter faturado a festa do tetra, penta ou sétima, já nem sei quantos anos seguidos no terceiro lugar, na praça do café central da Raboleira e se eu próprio e a rapaziada não iramos á varanda da Câmara de Lisboa, poderamos ter ido mostrar as medalhas de bronze na açoteia da Junta de Freguesia de Alvalade.

Já com o Parsidente da República era bom que ele não fosse também da corda. Podéra ter oferecido à gente um lanche parque pódio é pódio e nós santáramos o dito no terceiro degrau do mesmo.

Este ano vamos nova-mente fazer um Tenta, com ou sem colinho, não me chame eu pelo Santo nome que herdei dos meus priginitores e o Bruno me assegure por mais uma timporada.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.054/2017]

Já fui feliz aqui [ MDLXVI ]


Sport Lisboa Benfica - Tetra 2017 - Lisboa - Portugal
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.053/2017]

domingo, 21 de maio de 2017

Marcelo, o selfie made president man


O nosso Marcelo, professor para os amigos, podia aproveitar a sua tendência selfie para diminuir substancialmente o contributo do Orçamento de Estado nas despesas da Presidência da República.

Ao Domingo, antes da Santa Missa e depois do mergulho marítimo de Cascais, abria os jardins do Palácio de Belém e, tal como o Pai Natal, sentava-se no banquinho do pechiché que Cavaco lá deve ter deixado e fazia-se selfiar com os seus fãs pela módica quantia de cinco cêntimos/flash.

Para os mais abonados poderia igualmente oferecer um chocho que iria dos cinquenta cêntimos aos vinte euros, consoante o sítio a ser aplicado.

Sempre que, por uma ou outra coisa, o afecto fosse publicado num jornal nacional/televisão de sinal aberto cobraria royalties de acordo com a tiragem/share que a denguice obtivesse.

Fica desde já salvaguardado que os afectos - beijos, abraços, fotografias ou outro tipo de registos – distribuídos e/ou efectuados durante os dias úteis e em horas do expediente normal, não deverão ser cobrados dado que as funções presidenciais já são remuneradas pelo erário público.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.052/2017]


terça-feira, 16 de maio de 2017

Arte urbana


Ao irrecusável convite de Pedro Correia, que reabre a porta do DELITO DE OPINIÃO aos seus camaradas dos blogs seis anos depois, respondo presente
embora os anos tenham feito rarear a vontade de escrever na Barbearia onde já desunhei imaginação, a torto e a direito, para suavizar olheiras e escanhoar bochechas imberbes deitando, não poucas vezes, cal na água sempre que pretenderam deixar as paredes da loja no esquife.

Volto ao DELITO com uma reflexão sobre a última obra-graça de Bansksy.

Um homem de macaco, provavelmente um imigrado em Inglaterra - porque só esses andam de macaco e pendurados em escadas na terra de sua majestade - a desconstruir a estrela dos ilhéus deixando no seu lugar o vazio que se pressente ser o futuro do Continente cada vez mais deserto de autóctones.

Não foi difícil chegar aqui. Na grande ilha nunca se guiou pela direita, nunca se trocou a libra esterlina pelo marco travestido de moeda única, nunca se contrariou a dinâmica americana em favor da solidariedade da União e, tirando a amizade pelas calientes águas mediterrâneas e atlânticas vizinhas do Al-Maghrib e pelo Oporto, nunca se levaram a sério as línguas românicas que, no dizer do Flying Dutchman dos tempos calvino-penitenciais em voga, só servem para gáudio dos prazeres da carne e da gula dos éteres.

Também não foi difícil lá chegar porque os continentais estrelados foram perdendo o gás e, em menos tempo do que qualquer outra constelação, murcharam em sabedoria e ideais e fizeram-se joguetes invertebrados dominados pelo medo, que dizem não ter, a burocratas e banqueiros que lhes extorquem o que resta da sua dignidade e condição histórica.

Volto ao homem de fato-macaco, alegadamente um migrante, neste espaço europeu que as gentes do norte do Douro poderiam designar por “morcão” e as do Sul do Seine por “Marcon” e onde os social-democratas abandonaram o social à sua sorte e os democratas-cristãos evoluíram para o ateísmo, para analisar mais fino a arte de Bansksy.

O operário, embora de balde à cintura, não usa o queirosiano pano encharcado em benzina (transportando Eça para o actual contexto europeu repleto de Abranhos), nem tão pouco repinta a estrela murcha com o azul do fundo. Prefere representar o proletário de marreta e escopro na mão a sacar nacos de tinta sem ferir o estuque de uma bandeira que tem por hino a nona de Ludwig, An die Freude, adaptada por Herbert para que todos os povos do Norte e do Sul o cantem afinados, dirigidos no ritmo pela batuta alemã.

E é isto, Pedro. Um barbeiro a fazer de crítico de arte, um analista a fazer de escritor.
Paz e saúde.
(texto publicado ontem (2017.05.15) no Delito de Opinião)
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.051/2017]

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Delito de Opinião


A convite de Pedro Correia, que saúdo e a quem agradeço a lembrança, publico hoje um texto no Delito de Opinião.

Amanhã trago o Arte Urbana também para aqui.

PS. Esta saudável prática que Pedro Correia reactivou em 2017 faz parte da história da época de ouro dos Blogs em Portugal. Há que visitar o Delito de Opinião, um dos poucos grandes Blogs que ainda se mantém com actualização permanente.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.050/2017]

Já fui feliz aqui [ MDLXV ]


Benagil - Algarve - Portugal
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.049/2017]