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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Aposto que a emigração desceu

Montanha Russa

E assim, como não podia deixar de ser dado que a política de destruição de emprego interno se mantém nos níveis desejados para o recrutamento de mão-de-obra qualificada a preço de saldos, o desemprego voltou a aumentar pelo terceiro mês consecutivo.

A culpa não é, ao contrário do que pretendem fazer crer, nem do actual poder político, nem do renovado e fortalecido “maior Partido da oposição”, mas sim desses desobedientes jovens que terminaram antes do Verão os seus cursos universitários e que, em vez de embarcarem na Portela e no Sá Carneiro em busca do caminho longe da zona de conforto, preferiram engrossar os números do desespero.

Talvez a culpa seja também dos trabalhadores da TAP que, com as greves que fizeram no ano transacto, impediram a partida de mais estes quantos milhares de desocupados.
LNT
[0.005/2015]

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aos 31 minutos

Desemprego

"Eu gostaria muito que fosse mais porque 14,8% de desemprego é um ... um desemprego muito elevado, é um desemprego muito elevado.

menhããã, portanto não há dúvida nenhuma, tenho dito várias vezes, a taxa de desemprego é talvez a coisa mais dramática que nós temos em Portugal, quer pelo que representa para todos aqueles que estão desempregados, uma perda muito grande, não é só uma perda financeira, é realização profissional também, de dignidade, nhum,nhum, da maneira como se inserem na sociedade esse é um custo elevadíssimo, mas é também um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido se elas tivessem a trabalhar portanto é um resultado, é um resultado negativo."

Principalmente a ênfase em: “um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido

Um artista português que sabe que o País só está melhor porque os portugueses vivem em confisco e, por isso, estão pior. Palavras para quê?

Impostos

LNT
[0.136/2014]

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Alarvidades

Assembleia da República - ObrasOutro dia ouvi um deputado do PSD (Montenegro) anunciar que, há largos anos, Portugal não registava um decréscimo de desemprego tão elevado como aquele que agora foi anunciado.

(sic) "o que significa um desempenho que só encontra paralelo em fevereiro de 1999"

Demorei dias para poder deixar o registo neste blog devido à dificuldade de o fazer sem que ao mesmo tempo não me abstivesse de proferir um forte insulto contra quem se atreve, a partir da Assembleia da República, a proferir tal alarvidade provocatória que revolta a inteligência de um povo subalternizado e ultrapassa em cinismo e em pouca vergonha qualquer outra das muitas provocações que têm sido feitas aos portugueses.

A desfaçatez desta gente já não tem qualquer catalogação.
LNT
[0.474/2013]

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

É só fazer as contas

Mural NyonA propaganda do poder coloca disponível, em local de destaque, os grandes sucessos que se vão conseguindo com o esmagamento da classe média e o implacável fundamentalismo da austeridade em que já nem Gaspar, seu maior mestre impulsionador, acredita.

Os fundamentalistas homem-bomba ao serviço do terrorismo de estado apostado em empobrecer a média, pequena e micro populaça, embandeiram em arco com as novas do decréscimo do desemprego e dizem que se trata de uma tendência continuada.

Ora, sabendo-se que a média de abandono do País por gente no activo é de 10.000 almas/mês e que a tal "tendência continuada" ronda um decréscimo mensal de 9.000 inscritos nos centros de emprego, é fácil entender (mesmo sem falar de todas as outras circunstâncias conhecidas para a baixa) que estamos perante mais uma patranha de publicidade enganosa.

É só fazer as contas, como diria o meu caro Guterres.
LNT
[0.418/2013]

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Olheiras

CaveiraO grande problema dos viciados da estatística é que perdem a faculdade de perceberem que cada décima da percentagem pode conter muito sofrimento, embora seja difícil quantifica-lo.

Deve ser por isso (pela perda das faculdades) que Gaspar tem os olhos tão encavados.

Mergulha na álgebra mal parida sem perceber que há vida para além das fórmulas idealizadas nas sebentas de quem sempre nada criou e que essa vida viva não admite ensaios que a extingam.

Deve ser também pelos pesadelos que atormentam Gaspar cada vez que recebe notícias de que as suas teorias são um falhanço que a cara lhe está tão marcada.

Ser-lhe-ia fácil entender se ele, os que o seguem e os que o norteiam, viessem à rua perceber que, depois de mortos, os portugueses (e não só) dificilmente conseguem ressuscitar.

(Sim, sei que a rua não lhes é agradável e que por isso se refugiam nos bunkers que os protegem, não vá o diabo tecê-las).
LNT
[0.144/2013]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Only 50%, she said

GafanhotoParece que a Ministra Cristas quer pedir explicações ao INE sobre a taxa de 50% de desemprego na agricultura.

Diz que: - "não corresponde à sensibilidade que existe no terreno".

Se Assunção Cristas tivesse sensibilidade para o que existe no terreno não faria parte deste Governo extraterrestre. Aliás, não ter sensibilidade para o que existe no terreno é o principal requisito para se ser governante no Portugal encavacado.

Tudo isto faz lembrar o dito de Juca Chaves:
«Gafanhoto, quando um dia sentires duas bolas no meio das pernas, ficarás a saber que já és um homem. Mas atenção, Gafanhoto, se em vez de duas, sentires quatro bolas, não te julgues um super-homem, antes olha para trás e foge... (o dito não é bem assim mas consta que este Blog também é lido por menores e por outros alemães sensíveis :))
LNT
[0.105/2013]

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Bonito, bonito

BeijinhosBonito é ver de fora aquilo que se chama o "ajustamento português" sem especificar a que é que os portugueses se ajustam.

Bonito é ver esta gente a não sair à rua com medo que algum "desajustado" não esteja pelos ajustes e lhe acerte o passo.

Bonito é ter uma manada sem pasto nem ração a deambular pelas falências, a perder a energia e o alento enquanto o conceito de humanidade se reduz ao beijo no dinheiro e o conceito de Nação se traduz em empobrecimento submisso.

Bonito é sentir um Rosalino quando se mete a mão bolso. Bonito é esfrangalhar o músculo em vez de penetrar na gordura.

Bonito é, no Ribatejo, um nome vulgar que se dá aos bois.

Bonito, bonito é o início de uma expressão que usávamos em pilotagem militar para distinguir o bonito, bonito do bom, bom.

1.000.000 de desempregados é o bonito serviço com que esta gente tão feia transformou cidadãos em farrapos.
LNT
[0.101/2013]

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Podiam fazer a festa do Pontal no Alfeite

CapSeria uma questão de coerência. Seria uma precaução de segurança. Seria uma extensão do bunker onde andam refugiados vai para ano e picos. Seria a utilização de uma terra de ninguém onde poderiam acolher os seus parceiros de coligação. Finalmente, seria a forma de darem alguma utilidade aos meios submarinos perdidos no meio dos papéis que fizeram perder.

Não só Portas poderia usar o “cap” da Navy e as condecorações de Rumsfeld, como os seus anfitriões poderiam apresentar-se de galochas para evitarem molhar os pés no lastro que não pára de jorrar sempre que o INE faz mais uma divulgação dos números resultantes da política de empobrecimento que insistem em levar a cabo.

Poderiam igualmente fazer discursar o soba madeirense já que ele prescindiu da sua festarola de Chão de Lagoa na sequência da queimada que afligiu a nossa Pérola do Atlântico.

Se fizessem a festa do Pontal no Alfeite podiam aproveitar a capela da Escola Naval para que Cristas rezasse por chuva, para que a outra senhora loira da justiça (de quem não se pode dizer o nome), vestisse o camuflado dos fusos para ficar invisível, para que Crato se voltasse a fazer Prior e para que Macedo levantasse as mãos ao céu e orasse uma prece em memória dos defuntos que vai enterrando.

Seria também o local próprio para que Álvaro reencarnasse o Adamastor e para que Pedro se penitenciasse das coberturas que Marcelo sentencia que Coelho faz a Relvas ao invés das que Relvas, sem equivalências, lhe deveria fazer a ele.
LNT
[0.371/2012]

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Janelas de oportunidade

Corte cabeloCom esta coisa do Livro das Caras e este escrever aqui e ali vou-me esquecendo de ser actual nesta Barbearia.

O Blog até nem é mais difícil do que o Livro das Caras (isto sou eu a fazer de tradutor, coisa que está muito em voga entre bloguistas) e até tem a vantagem de atirar para as redes sociais o que aqui se comenta mas, em boa verdade sendo um caderno diário, deveria ser a matriz do barbeiro. Queiram desculpar estes lapsos mas, como pelo FB parece mais directo e menos exigente, estas coisas às vezes acontecem.

Vem isto a propósito de nada ter referido neste Blog sobre a imaturidade política e o incitamento à ofensa que o nosso actual Primeiro-Ministro anda a fazer ao pagode. Primeiro escaqueirou as portas para que os professores fossem dar aulas para outro lado em vez de lhe estarem a exigir medidas que garantissem que os nossos filhos e netos pudessem ter uma educação decente e agora, perante este incómodo de o tentarmos pôr a pensar sobre soluções para o desemprego, ter aberto, de par em par, as janelas de oportunidade para gente que não tem onde ir buscar comida para os filhos, nem tem banca capaz de apoiar iniciativas.

Resisto a não convidar Passos Coelho a experimentar a sua própria teoria, largando-nos da mão (sempre podia fazer como Durão Barroso), até porque de trabalho ele só entende aquilo para que serve uma muleta como a que Ângelo Gepeto lhe estendeu quando Coelho, já adulto, resolveu passar da inteira inutilidade para a inutilidade com salário. Resisto porque sou respeitador e sei que ele não diz estas alarvidades com a consciência de uma pessoa normal. É só um problema de imaturidade e isso é desculpável tal como seria desculpável que um miúdo de oito anos disparasse uma rajada se um adulto lhe tivesse posto nas mãos uma G3 carregada.

Assim sendo e para cumprir a utilidade do registo em diário, deixo a prosa lavrada.
LNT
[0.261/2012]

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Para além da Troika

Ben Shahn UmployementHá três meses atrás, era o actual poder oposição e o Presidente da República também, a crise internacional mais grave desde a segunda grande guerra não passava de uma invenção de Sócrates e de Teixeira dos Santos que acordaram o auxilio externo necessário sem hipotecar a soberania nacional, deixando na mão de alguns (dos bancos que tinham provocado a crise de endividamento privado, p.e) a responsabilidade de resolver, por si, os problemas que tinham criado.

Entenderam as oposições, as que agora são poder e as outras que nunca o quiseram ser para manterem a voz liberta para o populismo, que o tal PEC IV tinha de ser evitado e que a solução passaria por uma invasão estrangeira que obrigasse os portugueses – para as oposições que agora são poder – a medidas extraordinárias para a destruição do social com o pretexto de que são obrigadas a tal e – para as oposições que não são poder, nem nunca o serão por se recusarem a participar das soluções e preferirem a estratégia da terra queimada – a rejubilar com a morte do social, única forma de manterem os fidelizados na mão e arrebanharem o apoio dos descontentes.

Todos os dias vemos que a Troika foi só o pretexto para ir além dela, seja no desmantelamento dos direitos dos cidadãos, seja na protecção dos mais poderosos, seja na destruição da classe média, seja na redução inaceitável do direito ao trabalho ou ainda no sistemático ataque aos mecanismos que desestimulam o desemprego.

A proposta avançada para reduzir os direitos de indemnização aos trabalhadores objecto de despedimento é bem a marca do que se anunciou como necessidade de "ir além da Troika".

Outros "mais além" já estarão na forja e espera-se que o actual maior Partido da Oposição não fique a dormir na forma. É bom que o Partido Socialista nunca se esqueça que foi a ele e a mais ninguém que se ficaram a dever as grandes reformas sociais em Portugal, porque foi o único que as fez implementar no exercício do poder democrático que nunca recusou assumir.
LNT
[0.416/2011]

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O azar dos Távoras

Amolador
A introdução de uma nova modalidade de despedimento por inadaptação, em estudo, irá permitir o despedimento com justa causa dos trabalhadores cuja prestação decresça em termos de produtividade ou de qualidade.
A plebe que assistia às fogueiras mandadas fazer por Carvalho e Melo murmurava entre si:
"Azar ter-se nascido Távora".
Mas não era assim. O azar era ter-se Carvalho e Melo como o dono da caixa de fósforos.

Agora a plebe vai assistindo às brutalidades que destroem lutas de gerações e rasgam a Constituição conseguida a pulso, com a mesma passividade que teve nos tempos de Dom José e com o mesmo murmúrio que remete o azar para si própria (ainda para mais porque quando teve oportunidade de escolher dividiu-se entre isto que aí temos e aquilo que a fez ficar em casa a lamentar-se do seu azar)

Imaginemos que um trabalhador teve o azar de ser bem classificado na avaliação do primeiro ano e que no segundo, porque partia de uma nota máxima, mantinha essa avaliação ou ela era ligeiramente inferior. Estavam adquiridas as condições para ser despedido com justa causa.

Azar, azar, é ter a sina de sermos plebe e mais azar ainda é continuarmos a sê-lo.
LNT
[0.393/2011]

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Desemprego à vista

Desemprego - Cartaz do CDS/PPJá não sei em que ano ou em que campanha o CDS/PP apresentou o cartaz que se reproduz mas, o canudo por onde a menina espreita, faz adivinhar que seria uma estratégia a utilizar assim que o pote lhes ficasse à mão de semear.

Duvido que a promessa dos cinco ministros se cumpra, uma vez tratar-se de um desígnio do Governo inteiro e desconfio que se cumpra a previsão das 5 políticas uma vez que as políticas actuais são alteradas em cada dia que passa.

Importa o título da propaganda:

Desemprego à vista

Desemprego seleccionado, porque o poder é selectivo como já demonstrou com o assalto ao 13º mês, preventivo, para não se correr o risco de mais tarde ter de taxar os que nunca têm crises para pagar.

Desemprego tendencialmente sem justa causa e sem indemnização, porque se se onerar o lucro este não poderá vir a ser poupança isenta de sacrifícios.
LNT
[0.312/2011]