Ouvi, com a atenção do costume, a entrevista que João Soares deu no passado fim-de-semana ao Rádio Clube Português.
João Soares merece-me esse tempo de atenção. Ouvi-lo permite-me com ele concordar em muito e em muito discordar, um hábito de décadas que quase sempre nos fizeram estar do mesmo lado da barricada quando o combate foi externo e muitas vezes em oposição dentro do PS.
A excepção externa foi a anterior candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, que espero não se venha a repetir, mas que foi e é um ponto de divergência no conceito do papel fundamental do Presidente da República, que João Soares trata com displicência chegando ao limite de nele (no papel) ainda ver semelhanças com o de corta-fitas da ditadura.
Voltei a ouvir João Soares falar num candidato do PS, coisa inexistente, porque estamos a falar de candidatos à Presidência da República. As forças partidárias devem prescindir da tentação de querer na Presidência da República uma extensão da sua hierarquia.
É um conceito fácil de entender e basta a João Soares lembrar-se do slogan que tantas vezes repetiu: - "o Presidente de todos os portugueses" – para não falar no candidato do PS. O candidato do PS à presidência é eleito no seu Congresso Nacional e destina-se a presidir ao Partido Socialista.
Manuel Alegre não tem, nem deve, ser o candidato do PS. Tem e deve ser um candidato nacional que se compromete com os seus eleitores a cumprir e fazer cumprir a Constituição sem subordinar essa missão aos interesses de uma ou outra força política.
O Partido Socialista e as outras forças de esquerda, apoiarão um ou outro candidato e aconselharão os seus militantes a votarem no candidato que melhores garantias dá para o bom e independente, mas não indiferente, desempenho do cargo.
Não se espera do PS que tente impor um candidato porque isso resultará, como é patente, na vitória do quadrante político de sinal contrário, ainda para mais numa disputa em que o candidato que federa a direita portuguesa se candidata à sua própria sucessão.
Falamos de política, de interesse nacional e da visão política. Confundir isto com tricas pessoais e familiares ou com estados de alma só poderá levar o actual líder da direita, em si representada, a manter o poder por mais cinco anos.
LNT
[0.132/2010]
João Soares merece-me esse tempo de atenção. Ouvi-lo permite-me com ele concordar em muito e em muito discordar, um hábito de décadas que quase sempre nos fizeram estar do mesmo lado da barricada quando o combate foi externo e muitas vezes em oposição dentro do PS.
A excepção externa foi a anterior candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, que espero não se venha a repetir, mas que foi e é um ponto de divergência no conceito do papel fundamental do Presidente da República, que João Soares trata com displicência chegando ao limite de nele (no papel) ainda ver semelhanças com o de corta-fitas da ditadura.
Voltei a ouvir João Soares falar num candidato do PS, coisa inexistente, porque estamos a falar de candidatos à Presidência da República. As forças partidárias devem prescindir da tentação de querer na Presidência da República uma extensão da sua hierarquia.
É um conceito fácil de entender e basta a João Soares lembrar-se do slogan que tantas vezes repetiu: - "o Presidente de todos os portugueses" – para não falar no candidato do PS. O candidato do PS à presidência é eleito no seu Congresso Nacional e destina-se a presidir ao Partido Socialista.
Manuel Alegre não tem, nem deve, ser o candidato do PS. Tem e deve ser um candidato nacional que se compromete com os seus eleitores a cumprir e fazer cumprir a Constituição sem subordinar essa missão aos interesses de uma ou outra força política.
O Partido Socialista e as outras forças de esquerda, apoiarão um ou outro candidato e aconselharão os seus militantes a votarem no candidato que melhores garantias dá para o bom e independente, mas não indiferente, desempenho do cargo.
Não se espera do PS que tente impor um candidato porque isso resultará, como é patente, na vitória do quadrante político de sinal contrário, ainda para mais numa disputa em que o candidato que federa a direita portuguesa se candidata à sua própria sucessão.
Falamos de política, de interesse nacional e da visão política. Confundir isto com tricas pessoais e familiares ou com estados de alma só poderá levar o actual líder da direita, em si representada, a manter o poder por mais cinco anos.
LNT
[0.132/2010]
1 comentário:
100% de acordo, basta de tanto ressábiamento,porra!!
Enviar um comentário