quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Bom ano e protejam-se

2015

Consegui cumprir a promessa que a mim próprio tinha feito de, até ao final deste ano, não produzir publicamente os meus balanços habituais.

Tinha por objectivo não me chatear com mais ninguém até ao final de 2014 sendo que 2015 será boa altura para o fazer, à boa maneira deste estabelecimento que andou quase clandestino nos últimos meses.

Por hoje, dia em que termina um ano bem balançado, resta-me desejar a quem ainda aqui passe que tenha em 2015 o melhor de tudo e que o cinzento que se vê no horizonte não traga muita chuva.

Sejam felizes e, se não forem de pés direitos, entrem com os esquerdos ou até mesmo de quatro.

O importante é que, como diria a turba gaulesa irredutível, 2015 não nos caia em cima na cabeça.
LNT
[0.345/2014]

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Já fui feliz aqui [ MCDLXV ]

Presentes de Natal

Espera-se que, ao menos e apesar da loucura do consumismo, tenham mandado para a reciclagem os embrulhos e as embalagens do desperdício.

LNT
[0.344/2014]

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Bye Joe





The night gang started working with a mile of southern road
As I watched I got to thinking You ain't never coming home
I looked out of nowhere There was nobody at all To get me help To get through to you
I'm here making night calls

LNT
[0.342/2014]

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

TAP - Todos Andamos a Pagar

AviãoNisto da TAP o que importa reter é o discurso de que a companhia precisa de uma injecção de dinheiro para se manter viável.

Diz esse discurso que só com capitais privados e despedimentos privados é que a companhia aérea portuguesa, que o deixará de ser a partir do momento em que for vendida a um qualquer chinês dos vistos gold, passará a dar lucro.

Quer isto dizer que o dinheiro público não serve para dar lucro e também quer dizer que os despedimentos públicos são muito mal vistos, enquanto os privados são uma visão menos má da coisa.

Claro que haverá sempre a possibilidade dos investimentos privados permitirem reformas antecipadas revertendo para o Estado os custos dessas medidas, ou até mesmo que o ruinoso “negócio de manutenção Brasil” fique do lado do Estado, mas já nos vamos habituando à ideia de que o Estado (nós todos) existe para suportar perdas e os privados para receberem os lucros.
LNT
[0.341/2014]

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

In the land of submarines, all aboard


Full speed it is, Sgt
Cut the cable, Drop the cable
Aye, aye, sir, Aye, aye
Captain! Captain!)
LNT
[0.340/2014]

I'll Be Home (in Évora) for Christmas

Costa Natal ÉvoraI'm dreamin' tonight of a place I love
Even more than I usually do
And although I know it's a long road back
I promise you

I'll be home (in Évora) for Christmas
You can count on me
Please have snow and mistletoe
And presents under the tree

Christmas Eve will find me
Where the love light beams
I'll be home (in Évora) for Christmas
If only in my dreams

Christmas Eve will find me
Where the love light beams
I'll be home (in Évora) for Christmas
If only in my dreams
If only in my dreams
LNT
[0.339/2014]

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Um homem é um homem e um gato grande pode ser um leopardo

Casaco de leopardoUm homem quando morre deixa a sua reputação e quando vive faz por ela.

Um leopardo quando morre deixa o coiro para quem dele pode fazer um casaco de Inverno politicamente incorrecto até mesmo se usado num restaurante à beira mar da praia da Comporta.

Um cidadão que acredita na solidez dos seus bancos, mesmo quando essa solidez é afiançada pelos Chefe da Nação e do Governo deixa, quando morre, uma mão cheia de nada aos filhos e aos netos.

Um relatório quando anuncia que a economia paralela aumenta a olhos vistos, quando morre na redacção de um canal de notícias transforma-se num magnífico chorrilho de informações tendentes a explicar essa economia paralela nas feiras deste calhau à beira-mar largado. Coisas de ciganada, está-se mesmo a ver, que nada tem com os recibos não passados por uma mão cheia de profissionais liberais, diplomados ou não, e com mais uma data de trafulhices que todos conhecemos mas que fazemos por esquecer.

Um homem (ou mulher), é um homem (ou mulher, ou coisa assim) e um gato grande pode ser muitas coisas, até um leopardo.

Quando morrem deixam de estar vivos, como dizia a outra.
LNT
[0.336/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDLXIII ]

Tom Jobim
Tom Jobim - Rio de Janeiro - Brasil
LNT
[0.335/2014]

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Divinas comédias

Cimissão BESClaro que as comissões de inquérito da Assembleia da República têm importância política e podem ser um meio complementar de apuramento da verdade para efeitos judiciais (uma vez que registam falas).

É assim em Portugal como na maioria dos países democráticos.

Também é verdade que, como diz Paulo Querido, “A comissão hoje tão badalada produziu mais ruído do que informação. É justamente vista pelos inquiridos como uma oportunidade de apresentarem narrativas elaboradas para estratégias de gestão de crise. Uma parte dos parlamentares usa o palco com evidente deleite mediático

Mas a questão da coisa não me parece ser tanto do palco mas mais dos comediantes residentes que nele actuam, sempre com o ouvido no ponto, sem capacidade para desmontar o guião e sem rasgo para desconstruir as narrativas e os enredos que as suas divas convidadas trabalharam à exaustão (com profissionais da pantomima) para levarem a representação à cena.
LNT
[0.334/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDLXII ]

Endless River
Pink Floyd - The Endless River - GB
LNT
[0.333/2014]

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Excelentíssimos

Ricardo Salgado na Comissão da AR

Pois, a presunção da inocência é o maior bem do estado de direito.

Já se sabe e também por aqui se acredita no chavão mesmo quando não passa disso e se faz tudo para que os “presumíveis” inocentes subam ao pelourinho na praça pública para serem imolados, sem dó nem piedade, numa qualquer fogueira inquisidora.

Mas essa presunção com os presumidos devido ao seu estatuto de nem todos serem iguais, porque um milhão não é o mesmo que um tostão, ser levada à reverência das “boas-maneiras” na prática queirosiana do chapelinho na mão reverendíssima a “vossas excelências” feita no local que julga sem juízes perante a populaça que ainda se interessa pelo que lhe vai sair do bolso é bem o reflexo dos políticos genuflectidos àquilo que hoje se chamam mercados, finança e quejandos.

Acho graça quando usam a expressão "antigo dono disto tudo" como se ele o tivesse deixado de ser. Basta ver os salamaleques que os nossos ilustres representantes na AR lhe fazem.

Não o ter recebido com a guarda a cavalo em sentido e o estandarte flectido...
LNT
[0.332/2014]

Já fui feliz aqui [ MCDLXI ]

Praia Zavial
Zavial - Sagres - Portugal
LNT
[0.331/2014]

domingo, 7 de dezembro de 2014

Parabéns Pai Fundador

Mário Soares

Dizer, como se ouve por aí a muitos que só o podem dizer porque Soares se bateu para permitir que hoje o digam, que se peça a Mário Soares para se deixar reservado e se abster de comunicar o que pensa, a bem da sua imagem histórica futura, é uma imensa insanidade.

Pedir para que Soares cale é renegar a sua longa vida de luta para que ninguém possa ser calado.

É por essa vida em luta pela liberdade, que os seus 90 anos me calam fundo.

Muitos parabéns Mário Soares. (e obrigado)
LNT
[0.330/2014]

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Prender para: investigar, humilhar, vergar, extorquir, limitar, despersonalizar, calar

Detenção de Sócrates
Prende-se para melhor se investigar. Prende-se para humilhar, para vergar. Prende-se para extorquir, sabe-se lá que informação. Prende-se para limitar a defesa: sim, porque esta pode "perturbar o inquérito". Mas prende-se, principalmente, para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições; és um "recluso" que enfrenta as "autoridades": a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais que tudo - prende-se para calar. E - suprema perfídia - invoca-se, para assim proceder, as regras do Direito, a legitimidade da democracia. "As instituições estão a funcionar."
O que me leva a borrifar para a carta de Sócrates não são as dezenas de verbos que ele usa para dar razão ao que escreve mas sim as centenas de vezes que as razões dele não foram consideradas durante os seis anos em que foi Primeiro-Ministro e nada fez para que essas razões deixassem de o ser.

O 44 de Évora tem razão. É inacreditável que a nossa justiça aja desta forma, mas só é hoje possível que o faça porque houve um PM que durante o tempo em que o foi (quatro dos quais com maioria absoluta) nunca fez o que quer que fosse para ser de forma diferente.

E, se adianta que seja verdade ser necessário sentir na pele o mal que acontece aos outros, não deixa de ser verdade que, quem é eleito para que os outros tenham os seus direitos protegidos, merece sentir na pele os efeitos das suas inconsequências.

É isto que distingue a pungência dos órfãos, da pungência dos eleitores que resulta da incapacidade dos lideres políticos que elegemos.
LNT
[0.328/2014]