sexta-feira, 31 de maio de 2013

Olheiras

CaveiraO grande problema dos viciados da estatística é que perdem a faculdade de perceberem que cada décima da percentagem pode conter muito sofrimento, embora seja difícil quantifica-lo.

Deve ser por isso (pela perda das faculdades) que Gaspar tem os olhos tão encavados.

Mergulha na álgebra mal parida sem perceber que há vida para além das fórmulas idealizadas nas sebentas de quem sempre nada criou e que essa vida viva não admite ensaios que a extingam.

Deve ser também pelos pesadelos que atormentam Gaspar cada vez que recebe notícias de que as suas teorias são um falhanço que a cara lhe está tão marcada.

Ser-lhe-ia fácil entender se ele, os que o seguem e os que o norteiam, viessem à rua perceber que, depois de mortos, os portugueses (e não só) dificilmente conseguem ressuscitar.

(Sim, sei que a rua não lhes é agradável e que por isso se refugiam nos bunkers que os protegem, não vá o diabo tecê-las).
LNT
[0.144/2013]

Com papas e bolos

CenourasA cenoura do Conselho de Ministros de ontem foi o anúncio de que baixava em 1/3 o montante a partir do qual era possível atingir, em sede de IRS, o valor tecto da dedução para quem exija a inscrição do número de contribuinte em facturas de cafés, penteados e bate-chapas.

Seria pouco normal considerar que a medida é errada, porque o não é, ou que seria deslocada da realidade, porque ela contém a intenção importante de consciencializar os contribuintes portugueses para o facto de que a evasão fiscal é um crime contra todos os cidadãos que pagam impostos.

Logo, a cenoura posta à frente das orelhas de quem puxa a carroça até tem as vitaminas anunciadas mas continua a ser, sobretudo, mais uma técnica de propaganda destinada a desviar as atenções de todas as malfeitorias contidas nos restantes itens do Orçamento Rectificativo (agora, ainda por cima, sem almofada que evite mais um assalto aos trabalhadores lá para o fim do ano).

A comunicação social, principalmente a que adora cenouras, divulga mais este xarope até à exaustão, dando mais relevo à propaganda do que à notícia.

Esquece-se de que continuamos a falar de coisas absurdas (continua a ser necessário ter gastos naqueles três sectores na ordem dos 700 euros/mês para poder atingir o tal tecto de dedução) enquanto distrai dos cortes brutais que conduzirão a uma redução generalizada da qualidade de vida dos portugueses.
LNT
[0.143/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXVII ]

Banco Alimentar
e voltarei a ser este fim-de-semana - Banco Alimentar - Portugal
LNT
[0.142/2013]

quinta-feira, 30 de maio de 2013

As sandálias do governador

SapatosSe Juan Carlos tivesse ouvido hoje o governador do Banco de Portugal ter-lhe-ia, certamente, perguntado: "por qué no te callas?"

E teria tido razão para o questionar porque a barriga cheia e os sapatinhos engraxados de um homem que ocupa um lugar público não lhe dão o direito de evocar as sapatarias da Rua Augusta para explicar que elas não existem para calçar todos os descalços, mas sim para cederem o calçado a quem tem dinheiro para o comprar.

É este o verdadeiro estado da nação.

O Governador do Banco de Portugal entende que só se calça quem pode, ficando subentendido que também só comerá quem pode e que a obediência é para quem deve.

É o espírito desta gente que se anichou na manjedoura do Orçamento (ou abancou no pote, como diria Passos Coelho) e faz chalaça com quem põe a palha na manjedoura para que eles se banqueteiem enquanto troçam dos que os sustentam.

A teoria é velha. Já o Botas a usava até ao dia em que escorregou na banheira e descobriu que, calçados ou não, a todos espera marchar com os pés para a frente.

Estes selvagens só conhecem a lei da selva.
LNT
[0.141/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXVI ]

Murtosa
Murtosa - Aveiro - Portugal
LNT
[0.140/2013]

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Gatilho

Canos de armaMais claro não poderia ser o Ministro das Finanças na comissão, esta manhã.

Aquilo que Gaspar e Álvaro anunciaram na passada semana foi um gatilho. Pena que não explicasse melhor, para que melhor se entendesse, que a arma disparada continha um cartucho sem bala e de pólvora seca.

Ainda assim, um tiro é um tiro, mesmo que seja só de fulminante e a lentidão da narrativa foi-nos útil por permitir acompanhar a velocidade do disparo do seu pensamento e ainda os artifícios cadentes contidos na linguagem de trapos com que disfarça.

Quanto ao alvo estamos esclarecidos. Sempre os mesmos e sempre mais do mesmo na senda deste túnel em que nos meteram e a quem teimam acrescentar, em cada réstia de esperança, mais um segmento de túnel no lugar onde devia haver uma luz, por muito baça que fosse.
LNT
[0.139/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXV ]

Jacarandá
Jacarandá - Lisboa - Potugal
LNT
[0.138/2013]

terça-feira, 28 de maio de 2013

Gasparalhices

Cão Coelho
O que será que leva um homem que não tem qualquer pejo em ser deselegante com a humanidade existente em cada ser humano a quem tira a dignidade quando decreta que a sua felicidade reside no empobrecimento, a exigir elegância a quem questiona outros sobre as matérias que, quando lhe são questionadas, recebem em troca uma falsidade, uma meia-verdade, um erro de cálculo, ou um linguajar economicês incompreensível e desajustado da realidade?
LNT
[0.137/2013]

28 de Maio

ColaboradoraHaveria alguma possibilidade de hoje se repetir um golpe de estado que nos levasse a um regime autoritário? Teoricamente não, dado que embora estejam reunidas as condições de descrédito do regime actual que incluem o descrédito dos próprios órgãos de soberania (Tribunais, Governo, Assembleia da República e Presidente da República), não está reunido o consenso nacional para que a solução dos nossos problemas passe pelo fim da liberdade e pela suspensão da democracia.

A nossa integração na Europa e na zona euro (interessante verificar que cada vez mais aparecem vozes a pedir que se repense essa integração), a nossa instrução (interessante verificar que se queira limitar o acesso generalizado à instrução) e a nossa percepção de sermos “gentes do mundo” (interessante verificar que cada vez mais se incentiva a que as “gentes do mundo” abandonem as fronteiras nacionais) dificilmente permitiriam que nos fechássemos no rectângulo de forma albanesa.

Talvez só a questão da independência e do orgulho nacional pudessem servir de mola, mas o orgulho anda pelas ruas da amargura e a independência nacional já não é coisa geográfica.

Não duvido que em breve se irá exigir a alteração de muito.

As instituições terão de voltar a ser credíveis, os tribunais terão de voltar a ser justos (a celeridade e o fim da impunidade são medidas essenciais para essa nova justiça), a política e os políticos terão de voltar a revelar-se fiáveis e o Estado terá de voltar a ser pessoa de bem e de direito. O confisco terá de terminar.

Isto terá de se conseguir pela sociedade até porque já nem existem corpos militares para fazer revoluções, nem tão pouco armamentos capazes de submeter os cidadãos por muito tempo.
LNT
[0.136/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXIV ]

Caranguejo
Caranguejo - Ocaporã - Brasil
LNT
[0.135/2013]

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O inverso

MagritteAté poderá ser possível que se tenha de despedir.

Reorganizar, reestruturar e reformar estruturas pode provocar a necessidade de excluir pessoas (embora haja que demonstrar que elas não são necessárias ao objecto reformado).

Isto é o inverso de manter estruturas inoperacionais como lixo improdutivo e obsoleto despedindo só com o pretexto de excluir pessoas. Todos sabemos que manter um carro velho parado numa garagem não evita que ele tenha custos de seguro e de circulação, embora não constitua qualquer risco a ser segurado, nem circule. É a teoria das armas químicas que abatem seres vivos sem provocar a destruição das matérias inertes.

Por isso identificar como reforma da Administração uma catrefada de despedimentos que só decorrem do ódio ideológico e que nada de vantajoso trazem para os restantes cidadãos é muito mais do que um mau serviço público e revela-se um crime de lesa-pátria. Se esse crime for praticado para benefício de entidade externa assume ainda o cariz de traição. Se acabar por reverter em vantagem do prevaricador é considerado como corrupção.
LNT
[0.134/2013]

Da realidade

cintoAcabadas as distrações depois do Benfica ter perdido tudo o que tinha para ganhar e caído no esquecimento o magno problema de saber se é crime chamar palhaço a alguém que não tem graça alguma, esbarramos com a realidade de termos de satisfazer a ideologia de alguns, poucos, com o sacrifício abnegado de quase todos.

As últimas medidas de austeridade decretadas por Coelho e Portas estão em condições de subirem a plenário escudadas na falsa imposição dos nossos credores e suportadas por uma coligação que não existe e por um Chefe de Estado eleito pela abstenção.

O orçamento rectificativo que vai ser apresentado para contornar a ilegalidade comprovada contida no OE de 2013, e reforçado com a penalização revanchista sobre os cidadãos-contribuintes por terem ousado levantar a questão da ilegalidade, irá ser aprovado por uma maioria que joga na brincadeira do gato e do rato com o intuito de enganar uma vez mais todos aqueles que insistem em pensar que "eles são todos iguais" e que a alternativa à política de empobrecimento não passa de uma mudança de protagonistas para que se continue a empobrecer.

Vamos a isto, não é Gaspar? Vamos mostrar a estas gentes que é da vida que uns sejam sempre mais iguais do que a maioria dos outros.

Não quisemos um justo e alegre Portugal, ficámos com aquilo que a indiferença de uns e a mentira de outros promoveu.
LNT
[0.133/2013]

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Já fui feliz aqui [ MCCLXXIII ]

Sapatos de palhaço
Sapatos (cada um calça aqueles que lhe servem) - Portugal
LNT
[0.132/2013]

Poder-se-á chamar palhaço a um presidente da República?

Nariz vermelho
Poder, pode, mas não se deve.

Pode-se porque a liberdade de expressão faz parte do canhenho (art.º 37) que o Presidente teve de jurar para ser Presidente.

Não se deve, porque o código penal diz que a ofensa à honra do PR constitui crime.

Competirá aos tribunais decidir se apelidar um Presidente da República de palhaço é uma ofensa à sua honra.

Esta barbearia já solicitou um esclarecimento ao Sindicato dos Palhaços Portugueses para apurar se também ele se sente ofendido com a expressão de Sousa Tavares e se lhe pretende mover um processo mas ainda não conseguiu, até ao momento, qualquer resposta.
LNT
[0.131/2013]

10º Congresso Internacional para a Saúde dos Adolescentes

Congresso

Tito de Morais é, como é sabido, o fundador do projecto miúdos seguros na Net.

Com este projecto transformou a sua vida normal numa correria, principalmente para escolas, com o intuito de garantir informação que tem levado milhares de pais e educadores a manterem os seus rebentos e educandos em segurança.

Deixo aqui o eco do apelo para que ele possa participar como orador no simpósio sobre o tema Wired and wireless: Potentials and Perils for Digital Adolescentes no 10º Congresso Internacional para a Saúde dos Adolescentes, a ter lugar já em Junho em Istanbul, Turquia.

É fácil levar lá o Tito e a experiência portuguesa sobre o assunto, numa altura em que é impossível o apoio institucional (pretende-se conseguir 2.400 Euros):
1. Através da divulgação deste apelo nos Blogs e Redes Sociais;
2. Através do patrocínio de operadores turísticos, agências de viagens, etc., para ajuda nas viagens e estadia;
3. Através de outros patrocínios empresariais (Vamos lá SAPO!)
4. Através de um donativo individual (5/10 Euros) feito por transferência Multibanco para o NIB 0010 0000 24188450001 30
Mais informação no FaceBook
LNT
[0.130/2013]

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Georges Moustaki (Giuseppe Mustacchi)


LNT
[0.129/2013]

Contra os tabus, marchar, marchar

rebanhoA encenação circense do comunicado final do Conselho de Estado acabou por revelar mais um dos traços autoritários e de desrespeito que Cavaco tem pelos portugueses e pelos membros institucionais de um órgão que a Constituição (que Cavaco jurou cumprir e fazer cumprir) impõe.

Reconheço ser suspeito na defesa de Jorge Sampaio devido à amizade e camaradagem que já me levaram a consigo partilhar muitos momentos políticos nos últimos quase quarenta anos, mas essa suspeita não evitará que deixe testemunhado o seu perfil frontal e íntegro, o que o impede de dar cobertura aos joguinhos provincianos e tacanhos de Cavaco Silva.

Ao ler o título do I percebo bem a revolta de Sampaio e entendo que não lhe seja possível deixar passar impune um comunicado castrador feito pelo presidente da República em relação às matérias que foram abordadas no último Conselho de Estado. Note-se que Sampaio não quebra o sigilo a que está obrigado, antes se limita a insurgir-se com a falta de verdade contida nas omissões de Cavaco.

O protesto "com fúria" de Sampaio referido no I é próprio da verticalidade de um homem bom e de bem que não se deixa submeter.

Fico-lhe mais uma vez agradecido pela sua recusa de aceitar como inevitável a ideologia do pensamento único e da prepotência reinante no poder instituído.
LNT
[0.128/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXII ]

São Sebastião da Pedreira
Igreja de São Sebastião da Pedreira - Lisboa - Portugal
LNT
[0.127/2013]

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Evitar o aborto

Pedro Correia
Fez-se.

Pedro Mexia teve a graça e o saber do costume.

Pedro Correia teve a assertividade do costume.

O livro ficou no prelo. Os autógrafos ficaram para a posteridade e o escrito está aí para garantir que há um Plano de Acção que garante que o impossível não é mais do que aquilo que ainda não foi possível realizar:

1 – Suspensão imediata do AOPL nos organismos de administração pública e no sistema de ensino;
2 – Revogação automática e prioritária das disposições do AOLP que mereceram reprovação mais generalizada;
3 - Abertura de conversações com Angola e Moçambique para avaliação das discrepâncias entre a norma ortográfica do AOLP e a que vigora naqueles países;
4 – Nomeação de uma comissão multidisciplinar de peritos para uma revisão profunda do AOLP;
5 – Elaboração de um vocabulário otográfico comum, avalizado pela comissão de peritos;
6 – Aprovação de uma moratória de três anos para a entrada em vigor do AOLP, transferindo-a de 2015 para 2018, data em que voltará a ser avaliada a sua aplicação.

E mais não disse.

Façam o favor de ler para reflectir sobre as "vogais e consoantes politicamente correctas do acordo ortográfico"
LNT
[0.126/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXI ]

São Sebastião da Pedreira
Casa dos Pimenta da Gama - Lisboa - Portugal
LNT
[0.125/2013]

terça-feira, 21 de maio de 2013

O lambe-cús

His master voiceIsto vai lá devagar, devagarinho, como é traço de personalidade do Ministro que Coelho escolheu para seu mestre e nosso carrasco.

MEC faz parte das referências que a minha geração (embora ele seja mais novo) seleccionou para modelo.

Os lambe-cús que MEC identificou como uma espécie em crescimento dentro do espaço nacional evoluíram com a globalização e internacionalizaram-se para, tal como os salazarentos que mandaram derreter os carris das linhas de ferro da Madeira para servirem de matéria-prima aos blindados alemães, trocarem um povo por um lugar no coração da Europa, quando Portugal deixar de ser um sítio onde se consiga viver.

Por isso Gaspar vai amanhã prestar vassalagem ao seu mentor alemão.

E nós ficamos para aqui a achar, como diz Constança Cunha e Sá, que tudo isto é normal e não merece que estes lambe-cús levem um chuto no dito.
LNT
[0.124/2013]

A falta que o Loureiro lhe faz

ChaparrosDepois do tempo em que o Loureiro andava pelo Conselho de Estado aquele órgão do presidente deixou de ter qualquer utilidade (mais um órgão do presidente que não tem qualquer utilidade).

Junta-se uma data de gente (senadores e outros) numa sala de doirados e cortinados, servem-se uns pastelinhos com canela e açúcar em pó e, tirando o senador sénior que depois de dizer o que tem para dizer se põe a andar porque sabe que dali nada sai, fica toda aquela gente a ouvir o que já ouviu nas televisões e a suspirar para que nos jardins do Palácio não haja algum chaparro que leve a Senhora de Fátima a fazer uma aterragem.

Termina com um comunicado lacónico em conformidade.
LNT
[0.123/2013]

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Centenário de Álvaro Cunhal

Álvaro CunhalAproveitei a hora do almoço para dar um salto ao Pátio da Galé e percorrer a exposição do centenário de Álvaro Cunhal. Foi pouco mais de meia hora bem gasta.

A exposição, como seria de esperar – ou não fosse um evento do PCP -, está muito bem montada em termos gráficos, cénicos e digitais e apresenta materiais, objectos e artes de imensa curiosidade.

Tenho pena que a exposição seja uma acção do PCP, quando Cunhal merecia que o seu centenário tivesse merecido uma exposição oficial isenta de sectarismo.

Aconselho a visita.

Basta que para tal se dispa o casaco da intolerância e se vista a gabardina contra a propaganda.
LNT
[0.121/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIX ]

Azulejos
Azulejos Lisboa - Baixa - Portugal
LNT
[0.120/2013]

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Hora de orar

ConfessionárioAinda havemos de ver os crentes do poder a rastejar na esperança de que o divino lhes satisfaça as ganas de atingirem os objectivos através das estratégias absurdas que têm imposto aos seus governados.

Só guiados pela maldita realidade materialista/fundamentalista nunca chegarão lá e, quando o INE anuncia mais um valente trambolhão do PIB que terá inevitavelmente de fazer com que a dívida e outros indicadores se espalhem igualmente, é bom que se aliem à nossa Primeira-dama, fiquem de mãos-postas, orem e clamem por milagres.

Se não quiserem ir tão longe embarquem no submarino da fé que serve de veículo ao líder da oposição que está no governo. Façam como quiserem mas rezem com fervor. Não aguentamos mais dois anos com esta cambada de ateus.
LNT
[0.119/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVIII ]

Hélice
Museu da RAF - Londres - GB
LNT
[0.118/2013]

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vamos a isto

Águia
LNT
[0.117/2013]

Notícias da Capital

Terreiro do PaçoNum salto ao Martinho da Arcada para gastar uma das novíssimas notas de 5 Euros que a Troica deixou cá ficar em troca de mais uns milhares de desempregados, encontrei o Sr. Diniz ainda cabisbaixo com a derrota do último fim-de-semana e a resmungar o desalento que prevê para o final do dia.

Disse-lhe que não, que se devia animar porque o chinfrim que a Júlia Pinheiro está a fazer mesmo ali, às suas portas e à torreira do Sol, tem uma intenção sacrossanta e, como diria o nosso pastorinho de Belém em dia de peregrinação, a intervenção divina pode tardar, mas é certa.

Não foi por acaso que o arraial se montou nas barbas do Ministro das Finanças da Troica e não foi um acaso realizar-se em terreiro consagrado por Joseph Aloisius Ratzinger.

O Sr. Diniz que se quede em sossego porque a coisa está no papo. A conjunção dos astros, a protecção do satânico Gaspar e as mastigações de Jesus fazem acreditar que o Mapa Cor-de-rosa, desta vez, vingará.

Com o Dom José, o seu cavalo e o Arco tapados, bem como com o Banco de Portugal de portas abertas para o Museu da Moeda, agora que já a não emite, a bola dá-nos ânimo para enfrentar as agruras com que os nortes e restantes terramotos insistem em nos punir.

Creio que o Benfica vencerá, Ámen.
LNT
[0.116/2013]

Ai aguenta, aguenta

Cavalo LeuvenMuitas vezes tenho concordado, ao longo da vida, com Silva Lopes e desta vez concordo também.

Concordo que não há outro remédio senão cortar parte das pensões dele e de outros que, como ele, transformaram uma retribuição justa do trabalho e das poupanças que fizeram ao longo da vida numa renda escandalosa de benefícios inaceitáveis por terem desempenhado funções que lhes atribuíram privilégios excepcionais.

Poderia mencionar centenas de nomes que estão nesse caso, bastaria referir todos os que desempenharam funções no Banco de Portugal e que, por tal facto, usufruem privilégios muito para além daqueles que a sua vida contributiva lhes permite, mas aí teria também de referir o pensionista Cavaco Silva e não me apetece esborratar este Post.

Isto tudo, que é muito pouco do que por aí anda, só para dizer que embora concorde com aquilo que o estimado grisalho diz em relação à sua (dele) pensão, acho lamentável que continue a confundir reformas com pensões, com aposentações e com aposentadorias.
LNT
[0.115/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVII ]

Socas Holanda
Amesterdão - Holanda
LNT
[0.114/2013]

terça-feira, 14 de maio de 2013

Da parolice das lesmas

Lesma

Sabemos que são necessárias reformas urgentes em Portugal. É inegável que não é possível continuar a ter o nível de despesa se quisermos manter os níveis civilizacionais que adquirimos com a democracia. É igualmente inegável que teremos de aumentar o nível de receitas e que isso só é possível se houver mais trabalho e mais desenvolvimento.

Não tem sido isto que tem acontecido em Portugal. Apostou-se unicamente no corte de rendimentos decorrentes do trabalho. O consumo baixou drasticamente, o desemprego disparou em resultado destas políticas, as receitas caíram radicalmente e o empobrecimento que o Governo anunciou como inevitável criou, para além de uma catástrofe social, um acréscimo insustentável das despesas do Estado.

O Governo faz o que sempre fez para justificar as suas políticas quando lhe dizem que anda pelo caminho errado. Pede ao exterior que lhe dê cobertura para a asneira, seja com palmadinhas nas costas e louvores, seja com “relatórios encomendados” para consumir internamente uma vez que sabe que a parolice nacional gosta de considerar como bom tudo o que vem de fora.

É a política das lesmas. Mais do que procurar soluções que protejam permanentemente os governados das intempéries, procuram o apoio dos caracóis na esperança de se esconderem nas suas cascas.
LNT
[0.113/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXVI ]

Notre Dame
Notre Dame - Paris - França
LNT
[0.112/2013]

domingo, 12 de maio de 2013

Palhaçadas

PalhaçoRecomendar que Vítor Gaspar possa vir a ser um próximo comissário europeu proposto por Portugal é o mesmo que meter uma raposa a tomar conta de um galinheiro.

O homem já está no Governo para garantir que as intenções neoliberais que dominam a Europa se apliquem ao rectângulo com o intuito de empobrecer a Nação e submeter os povos rebeldes ao domínio do império do norte. Agora imaginem no que isto se transformaria se fosse ele (Gaspar) a ordenar a partir da sede desse império.

Marques Mendes já era uma nulidade quando não tinha impacto na comunicação social. Agora associa essa qualidade á de ter um megafone na mão o que faz dele uma nulidade visível.

Merecíamos melhor.
LNT
[0.110/2013]

Portas já marcou outra Conferência de imprensa?

Campo PequenoOs resultados das sondagens do último fim-de-semana foram determinantes.

Se Passos Coelho se pode dar ao luxo de dizer à cacicagem autárquica do seu Partido que se está nas tintas para as eleições (por falar nisso, já terão encontrado candidatos para Lisboa e para o Porto?) – ele que até tem por mentor um homem que gosta de deixar claro que exerce o poder sem nunca ter sido eleito -, já Paulo Portas sabe que quem tem um Partido transportável num táxi nunca poderá ambicionar a passear de Falcon, ou coisa que o valha.

Diz-nos agora o Expresso que “A convocação das duas reuniões extraordinárias, do Governo e do PSD, ilustra o regresso de um clima de ameaça de crise à coligação” como se o tal clima de ameaça alguma vez tivesse sido abandonado, ou não fosse Paulo Portas uma ameaça permanente a qualquer coligação, principalmente quando percebe que a sua pose e prosápia já não engana quem quer que seja.

Quanto ao PSD ser posto de prevenção é um manifesto exagero. Se não acreditam perguntem ao Carlos Abreu Amorim.
LNT
[0.109/2013]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Rats abandon a sinking ship



Este é o mesmo CAA que ainda há pouco se deitava no chão para o Relvas passar por cima?

Como diria o José Simões:
Esta gente não presta!
LNT
[0.107/2013]

Submarino ao fundo

Batalha Naval
Se este Governo fosse uma folha de cálculo era fácil demonstrar que também tinha as fórmulas erradas. Por alguma razão os americanos chamam sheet ou spreadsheet às folhas de cálculo electrónicas Excel (não confundir com shit embora a pronúncia seja a mesma e, para algumas teorias económicas, o sentido também).

Mas este governo não é uma folha de cálculo porque é uma grelha de batalha naval, senão vejamos:

Há uns dias Paulo Portas, um submarino no governo, disparou três tiros e conseguiu acertar um no porta-aviões. Sabe, quem já jogou, que os porta-aviões alvejados com um tiro ficam meio desasados mas só vão ao fundo se receberem cinco bojardas.

Já com os submarinos a coisa pia mais fino porque lhes basta um petardo para que naufraguem. Hoje, Passos Coelho fez isso e estoirou com as fronteiras que Portas dizia serem intransponíveis.

Ficamos na expectativa das consequências. Afinal tão aldrabão é o que diz que não cortará os subsídios e os corta, como o que declara fronteiras intransponíveis e as deixa violar enquanto assobia para o lado.
LNT
[0.106/2013]

Only 50%, she said

GafanhotoParece que a Ministra Cristas quer pedir explicações ao INE sobre a taxa de 50% de desemprego na agricultura.

Diz que: - "não corresponde à sensibilidade que existe no terreno".

Se Assunção Cristas tivesse sensibilidade para o que existe no terreno não faria parte deste Governo extraterrestre. Aliás, não ter sensibilidade para o que existe no terreno é o principal requisito para se ser governante no Portugal encavacado.

Tudo isto faz lembrar o dito de Juca Chaves:
«Gafanhoto, quando um dia sentires duas bolas no meio das pernas, ficarás a saber que já és um homem. Mas atenção, Gafanhoto, se em vez de duas, sentires quatro bolas, não te julgues um super-homem, antes olha para trás e foge... (o dito não é bem assim mas consta que este Blog também é lido por menores e por outros alemães sensíveis :))
LNT
[0.105/2013]

Passos Coelho irrita os portugueses

CoelhoDiz-nos o Sol que PSD irrita Passos Coelho.

Por aqui acha-se mal. O máximo que deveria suceder seria que só Passos Coelho tivesse a possibilidade de irritar toda a gente. Deveria caber nos conceitos de impunidade e inimputabilidade tidos por este homenzito, o direito a não ser irritado pela cacicagem alaranjada.

Passos Coelho, ainda por cima, não é gente que se deixe irritar, senão veja-se o sorriso que faz quando a gorducha alemã lhe puxa as orelhas, o cherne português lhe dá um safanão, o algarvio da Coelha lhe dá um beijo na boca, ou o seu parceiro de coligação o deixa a falar sozinho.

Até agora, que se soubesse, ao Coelho só irritava o facto de ter de se submeter a votos porque, embora deixasse claro que nunca cumpriria o que prometia para os ganhar, custava-lhe ter de se comprometer com ideias e doutrinas com que não concorda.

Se o PSD continua nesta senda, Coelho irritado, vai avisando que da próxima fará como Gaspar. Assume o poder sem ser eleito. O PSD que se cuide.
LNT
[0.104/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIV ]

Conquilhas
Conquilhas, Cadelinhas, Condelipas - Ria Formosa - Algarve - Portugal
LNT
[0.103/2013]

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Resistência Activa ao Aborto Ortográfico

Pedro CorreiaO Pedro Correia, do Delito de Opinião, há muito que publica (vai no 65º post) uma rubrica intitulada “Resistência Activa ao Aborto Ortográfico”.

Vejo agora que evoluiu da reprodução das capas dos livros de autores resistentes e passou a guerrilheiro com um livro editado pela Guerra & Paz, integrado na colecção - livros politicamente incorrectos -, onde as Vogais e consoantes politicamente incorrectas do acordo ortográfico são as estrelas de uma investigação ao processo político que fabricou o polémico (des)Acordo.
"O Acordo é tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável"
Pedro Correia
Vou ler. Já sei que está à venda por 14.99 Euros na FNAC. Depois pedirei o autógrafo.

ET. A apresentação do livro será feita no dia 21 de Maio, às 18:30 horas, na Bertrand do Picoas Plaza, Lisboa.
LNT
[0.102/2013]

Bonito, bonito

BeijinhosBonito é ver de fora aquilo que se chama o "ajustamento português" sem especificar a que é que os portugueses se ajustam.

Bonito é ver esta gente a não sair à rua com medo que algum "desajustado" não esteja pelos ajustes e lhe acerte o passo.

Bonito é ter uma manada sem pasto nem ração a deambular pelas falências, a perder a energia e o alento enquanto o conceito de humanidade se reduz ao beijo no dinheiro e o conceito de Nação se traduz em empobrecimento submisso.

Bonito é sentir um Rosalino quando se mete a mão bolso. Bonito é esfrangalhar o músculo em vez de penetrar na gordura.

Bonito é, no Ribatejo, um nome vulgar que se dá aos bois.

Bonito, bonito é o início de uma expressão que usávamos em pilotagem militar para distinguir o bonito, bonito do bom, bom.

1.000.000 de desempregados é o bonito serviço com que esta gente tão feia transformou cidadãos em farrapos.
LNT
[0.101/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXIII ]

Alligator
Mississipi - USA
LNT
[0.100/2013]

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Já não há respeito pela separação dos poderes

Fisga
De uma penada o Poder Judicial interfere no Poder Local e muda a sede da Câmara Municipal de Oeiras.
O que é feito do princípio constitucional sobre a separação de poderes?
LNT
[0.099/2013]

Sucessos estrondosos

Beijo notaVamos imaginar que lá em casa não precisamos de dinheiro para fazer face às nossas despesas mas que estamos a ser pressionados por entidades que emprestam dinheiro a alto juro (digamos a 5,669%) e, por isso e por sermos pacóvios, resolvemos aceder às pressões e contratar um empréstimo de 1.000 euros.

Como não precisamos desse dinheiro que nos é emprestado vamos coloca-lo numa conta a prazo que nos dá um juro baixo (digamos simpaticamente 1.5%) e que rende ao banco onde o depositamos, digamos, simpaticamente, 10%.

Como as entidades que negociaram esse empréstimo terão de se fazer pagar dos serviços que prestaram (digamos simpaticamente 1%) calculamos (malditas folhas Excel) que o dinheiro que colocámos a prazo foi 990 Euros.

Este negócio desnecessário que acabámos de realizar deu, logo à partida, 10 euros de lucro aos nossos intermediários, 56.99 euros de lucro a quem nos emprestou o dinheiro, 84.15 euros de lucro ao banco onde depositamos o empréstimo e a nós criou-nos uma dívida desnecessária de 1.052,14 euros.

Agora imaginemos que em vez de fazer esta tontaria com o nosso dinheiro o fazíamos com o dinheiro dos outros. Não tínhamos qualquer prejuízo (porque o dinheiro não era nosso) e ainda podíamos anunciar um sucesso estrondoso nos mercados.
LNT
[0.098/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXII ]

Instinto Fatal
Instinto Fatal - USA
LNT
[0.097/2013]

terça-feira, 7 de maio de 2013

Na linha do sucesso

Bola
Consta que hoje fomos aos mercados comprar mais dívida cara (caríssima) de que não precisamos. Para nos darmos a esse luxo havemos de entregar aos "mercados" parte do cheque que a Troika anda a decidir se cá deixa ficar em troca de mais uns milhares de desempregados.

Este post não terá imagem porque iria ser eventualmente pornográfica.
LNT
[0.096/2013]

O Benfica empatou

MatrecosA linha de Cascais é tramada, toma conta de tudo.

Mesmo quando o entroncamento se dá em Massamá é a linha de Cascais que prevalece, pelo menos, em termos de impacto mediático.

Foi assim com o pequenote do PSD quando resolveu dar uma deixa sobre o apeadeiro de Belém, o que já obrigou o pica-bilhetes a vir a público informar que de deixas está o inferno cheio, é assim com o eterno candidato a qualquer coisa que geralmente não acerta uma mas que nunca desiste de bater claras-em-castelo na esperança de que algum dia consiga cozinhar um suspiro e foi assim quando, ontem, Jesus passou mais tempo de mãos postas, em oração, do que a conseguir que a rapaziada ganhasse força nas canetas para meter o Estoril no Tamariz de forma a poder rumar ao Douro Litoral com as antas no bolso.

Dizem-me que não se usa a expressão "linha de Cascais" mas sim "o eixo Cascais/Sintra".

Assim Seja! O que interessa é fixar que essa gente é tramada e toma conta de tudo. O Sportengue que o diga.
LNT
[0.095/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXI ]

Amieira
Marina da Amieira - Alqueva - Alentejo - Portugal
LNT
[0.094/2013]

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Terrorismo*

Terrorismo
Estava castelando no Alvito de caipiroska em punho para tentar resistir ao sofrimento de mais uma comunicação ao País, feita pelo eleito patrão do homem que nunca foi eleito (e abomina quem o tenha sido), para anunciar a última dose de cicuta que antecederá a seguinte quando se confirmar que Gaspar falhou mais uma previsão, quando vi na SICn a imagem que se reproduz (agradecido à Pastelaria pelo recuerdo).

Foi alegadamente uma graça combinada entre o operador de câmara em primeiro plano e o que lhe fez o boneco das costas tendo o Pedrito de Portugal ao fundo ladeado pelas janelas escancaradas aos jardins e à piscina de Cavaco e enquadrado pelas bandeiras que se aqueciam à lareira.

Tal, foi um acto terrorista, dirão.

Também assim o considero, embora não me esteja a referir ao estampado da camisola nem à graçola tipo "óh Pedro, fico melhor assim, ou assim?".
* Sistema de governo por meio de terror ou de medidas violentas (Dicionário Priberam)
LNT
[0.093/2013]

Limpinho

Tachos furnasAs homilias televisivas dos fins de semana recorrem cada vez mais aos ensinamentos do Apocalipse. É pena porque, entre um ex-pretendente a Primeiro-Ministro, um ex-pretendente a qualquer coisa (fosse Governo, Poder Local ou nadador-salvador) e um ex-Primeiro-Ministro, poderia haver massa crítica mobilizadora de vontades para se dar a volta a isto.

A questão, é limpinho, é que nenhum deles está ali para apontar caminhos ou incutir esperança e todos têm em comum a ânsia de protagonismo que imaginam ainda os poder guinar a passeios celestiais pelo paraíso em que vivem.

É limpinha a forma como trazem recados sem consequência, uns disfarçados de arbustos, os outros disfarçados de moitas e os outros disfarçados de silvas ferozes. Serve-lhes tudo, desde o anúncio de reuniões da competência do malfadado Presidente eleito pela abstenção, desde o repisar de frustrações (que para o efeito não aquecem, nem arrefecem) até ao jogo do tudo e o do seu contrário para que nunca falhe.

Nenhum deles aponta luz, nenhum explica porque é que Gaspar não se dirige aos portugueses em alemão, nem qualquer um ajuda a perceber a técnica que usa o Primeiro-Ministro para não gargalhar de gozo sempre que anuncia nova porrada ao País.

É limpinho que precisamos de mudar de elenco e de guião. Já não nos bastava termos de aturar os efectivos, ainda temos de apanhar com os reservistas.

Não resta pachorra.

É limpinho que só Jesus se salva neste purgatório de mortos-vivos e zombies pós-jogo que povoam as televisões aos fins-de-semana.
LNT
[0.092/2013]