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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Je suis

Moaz al-Kasasbeh

Aqui fica uma homenagem a Moaz al-Kasasbeh que os “somos todos qualquer coisa” se esqueceram de fazer.

Tal como os católicos (e outros) fizeram na Idade Média, os selvagens do costume queimaram vivo o piloto da Royal Jordanian Air Force. Desta vez para realizarem um vídeo e divulgarem a pior face do mal como se se tratasse de um videogame dos muitos que por aí andam nas mãos de jovens e menos jovens.

Curiosamente no mesmo dia em que, dizem-nos as notícias, em Portugal civilizado, manso e de brandos costumes, uma mulher foi queimada viva pela sua nora.

O mal – o mal absoluto - anda por aí e tem de ser combatido sem tréguas, de forma eficaz, e o combate dispensa caricaturas que ofendam quem o não pratica.
LNT
[0.065/2015]

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Esta gente

MãosQue gente é esta que assassina sem qualquer remorso? Que gente é esta que atenta contra a humanidade com a mesma frieza paranóica com que milhões em todo o Mundo são capazes de estar em frente a um ecrã de computador a matar gente virtual julgando-se num jogo?

Seja em nome de um Deus, seja em nome de uma crença, seja em nome de um insano divertimento, seja em nome de não valores, seja em nome do que for, que gente é esta?

Seja em Paris, seja numa qualquer escola americana, seja em Londres, seja em Madrid, seja em Nova Iorque, seja em Oslo, seja em Utoyea, seja na Síria, na Turquia, na Nigéria, ou em qualquer outra parte do Mundo, que gente é esta?
LNT
[0.006/2015]

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Terrorismo*

Terrorismo
Estava castelando no Alvito de caipiroska em punho para tentar resistir ao sofrimento de mais uma comunicação ao País, feita pelo eleito patrão do homem que nunca foi eleito (e abomina quem o tenha sido), para anunciar a última dose de cicuta que antecederá a seguinte quando se confirmar que Gaspar falhou mais uma previsão, quando vi na SICn a imagem que se reproduz (agradecido à Pastelaria pelo recuerdo).

Foi alegadamente uma graça combinada entre o operador de câmara em primeiro plano e o que lhe fez o boneco das costas tendo o Pedrito de Portugal ao fundo ladeado pelas janelas escancaradas aos jardins e à piscina de Cavaco e enquadrado pelas bandeiras que se aqueciam à lareira.

Tal, foi um acto terrorista, dirão.

Também assim o considero, embora não me esteja a referir ao estampado da camisola nem à graçola tipo "óh Pedro, fico melhor assim, ou assim?".
* Sistema de governo por meio de terror ou de medidas violentas (Dicionário Priberam)
LNT
[0.093/2013]

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Da amoralidade

Laço pretoHá assuntos sobre os quais reflicto, falo, mas raramente escrevo. Não vos sei explicar porquê, talvez porque a brutalidade, porque a desumanidade e porque a aberração ultrapassam toda a minha compreensão e me bloqueiam as letras.

Nada, nem mesmo a violência, nem a loucura, nem a guerra me deixam nesse estado.

Em memória dos inocentes da Noruega nem sequer evocarei o entendimento, porque a morte que lhes foi provocada não é bem, nem mal, só um acto de amoralidade que ultrapassa todos os meus limites de racionalidade e me fazem perigar a coerência da defesa intransigente do direito à vida.

O que se passou na Noruega abalou-me como se se tivesse passado na minha rua. Os crimes contra a humanidade não têm limites, nem jurisdição, nem fronteira.
LNT
[0.301/2011]

sexta-feira, 13 de março de 2009

Botão Barbearia[0.213/2009]
Real ShowPatas de pulga

Pelo que se ouviu esta manhã foi decidido encerrar uma escola na Alemanha devido a suspeitas de que pudesse estar em preparação um novo atentado contra os estudantes.

Mesmo abstraindo das razões e das (i/a)moralidades que podem estar por trás destas acções juvenis, mesmo não havendo sequer vontade de perceber o que significam estes actos tresloucados, os orgãos de comunicação social, principalmente as televisões, não prescindiram dos títulos e das imagens que serviram directamente as pretenções de quem cometeu este tipo de actos.

Ontem, quase em sessão contínua, passavam-se nas televisões portuguesas (imagino que também no resto do Mundo) os últimos segundos da vida de Tim K., embora tenha havido a decência de baixar a objectiva no momento em que ele se matou (ou o mataram). Vê-se o miúdo sentado no chão depois de ter sido alvejado numa perna, baixa-se a câmara para o chão para logo de seguida se passar a cena do adolescente morto. Hoje soube-se na rádio que ele teria declarado ir fazer uma coisa que o colocaria nas primeiras páginas mundiais do dia seguinte.

Objectivo conseguido.
LNT

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Botão Barbearia[0.699/2008]
September 11 NY

NY 11 de Setembro

Ah, perante esta única realidade, que é o mistério, perante esta única realidade terrível, a de haver uma realidade.
Perante este horrível ser que é haver ser.
Perante este abismo de existir um abismo, este abismo de a existência de tudo ser um abismo, ser um abismo por simplesmente ser, por poder ser, por haver ser!
Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem, tudo o que os homens dizem, tudo quanto constroem, desfazem ou se constrói ou desfaz através deles, se empequena!
Não, não se empequena... se transforma em outra coisa, numa só coisa tremenda e negra e impossível.
Uma coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino.
Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino, aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres, aquilo que subsiste através de todas as formas, de todas as vidas, abstractas ou concretas, eternas ou contingentes, verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora, porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar por que é um tudo, por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa!
Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor, e é com minhas ideias que tremo, com a minha consciência de mim.
Com a substância essencial do meu ser abstracto que sufoco de incompreensível, que me esmago de ultratranscendente, e deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser, não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!
Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?
Ah, não, nenhuma – nem morte, nem vida, nem Deus!
Nós, irmãos gémeos do Destino em ambos existirmos, nós, irmãos gémeos dos Deuses todos, de toda a espécie, em sermos o mesmo abismo, em sermos a mesma sombra, sombra sejamos, ou sejamos luz, sempre a mesma noite.
Ah, se afronto confiado a vida, a incerteza da sorte, sorridente, impensando, a possibilidade quotidiana de todos os males, inconsciente do mistério de todas as coisas e de todos os gestos, por que não afrontarei sorridente, inconsciente, a Morte?
Ignoro-a? Mas que é que eu não ignoro?
A pena em que pego, a letra que escrevo, o papel em que escrevo, são mistérios menores que a Morte? Como, se tudo é o mesmo mistério?
E eu escrevo, estou escrevendo, por uma necessidade sem nada.
Ah, afronte eu como um bicho a morte que ele não sabe que existe!
Tenho eu a inconsciência profunda de todas as coisas naturais, pois, por mais consciência que tenha, tudo é inconsciência, porque é preciso existir para se criar tudo, e existir é ser inconsciente, porque existir é ser possível haver ser, e ser possível haver ser é maior que todos os Deuses.
Álvaro de Campos

LNT

terça-feira, 11 de março de 2008

Botão Barbearia[0.239/2008]
Coisas a não esquecer em cada 11 de Março11 de Março de 1975

Uma, que é já História e que poucos terão percebido quão perto esteve o caldo-entornado.

Madrid 11MFoi ali, para as bandas do RAL 1 (junto ao aeroporto) e, não tivesse havido mais vontade de festejar do que de guerrear, alinhava-se um banho de sangue.

Não me lembro de hoje ter ouvido qualquer referência ao evento.


Outra que não pode passar à História e que faz parte da nossa História de todos os dias, embora pareça não merecer a atenção redobrada de quem a deveria merecer.

Em Atocha há quatro anos, aqui ao lado, os cobardes de todos os dias destruíram a vida de milhares de pessoas.

Acabaram com gente que estava na sua vida, gente com tantas ou mais dificuldades do que as dos energúmenos que os mataram ou mutilaram em nome de Deus, ou do Diabo.
LNT
Rastos:

USB Link-> ElMundo.es - 11-M Massacre em Madrid

-> Walkarounds - Nuno Martins - 11 de Março de 1975
(siga Monografias ->North American T6)

domingo, 30 de dezembro de 2007

Botão Barbearia[0.405/2007]
Imorais

SalHá comentários que identificam bem quem os faz.

Um tal All-facinha anónimo, como não podia deixar de ser, e artista na arte de meio-pensar já demonstrada em comentários anteriores resolveu deixar no texto sobre o assassinato de Benazir Bhutto o seguinte:

«Quem a matou também morreu, também lutou pelos seus ideais e pelas suas convicções. Também não deixou que o medo, os medos, lhe tolhessem a vontade. O seu exemplo também vai fazer escola. Cobardia?»

A imoralidade do comentário onde confunde assassinato com suicídio, vítima com criminoso, convicção com alucinação e cobardia anónima com coragem identificada, diz tudo.

É com esta matéria imoral que se moldam os terroristas.
pqp
LNT

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Pan Am Flight 103

[0.342/2007]
Pan Am Flight 103
Pan Am Flight 103

Aquele anormal que está alojado na tenda em São Julião da Barra e que mereceu honras de estado em Portugal é o terrorista que mandou executar 270 passageiros do Pan Am Flight 103.

Diz-se que é menos mau porque já se disponibilizou a pagar indemnizações às famílias das suas vítimas.

Mais palavras para quê?
LNT
Rastos:
Link - Arlington Cemetery
Link - Pan Am Flight 103
Link - Vida das Coisas

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Botão Barbearia[0.245/2007]
Coisas que dão mau nome á profissão

SchoorNão se comenta outra coisa na rua de Cimo de Vila.O argelino Samir, detido ontem por suspeita de terrorismo internacional, é conhecido na zona apenas como o barbeiro barato, bem disposto que não fazia mal a ninguém.

As portas da antiga barbearia fecharam ontem, para surpresa dos vizinhos.


Samir foi detido pela Polícia Judiciária e esteve pouco mais de uma hora no Tribunal da Relação do Porto, onde foi ouvido por um juiz desembargador.

O argelino é suspeito de terrorismo internacional, contrabando e imigração ilegal.
Ficou em prisão preventiva.
SIC OnLine

LNT
Rastos:
Imagem - SIC - OnLine

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Botão Barbearia[0.040/2007]
11/09
Terrorism - New York - 11 September

Há seis anos a insanidade marcou de ferrete a humanidade.
A violência, como era de esperar, só serviu para gerar mais violência.
Não há como esquecer.
LNT