terça-feira, 19 de novembro de 2019

A nossa dimensão não é a vida, nem é a morte



Foi por estar a ouvir esta música que levei a minha primeira cacetada da PIDE.

Outros tempos, dirão. Pois foram, mas embora alguns se façam de esquecidos (ou sejam só ignorantes) e acreditem ou não, já foi proibido ouvir o LP "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" de José Mário Branco.

Nunca o conheci JMB pessoalmente mas cedo comecei a ouvi-lo entre amigos. Servia-nos de inspiração.

Descansa meu caro José Mário Branco e se por aí encontrares a Natália dá-lhe um abraço meu.

"Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte"

Poema de Natália Correia (1957)
Álbum de José Mário Branco "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" (1971)

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.036/2019]

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

101 Anos


In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.035/2019]

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O País chave da revolução tecnológica




Portugal, o País chave da revolução tecnológica na realidade virtual, assim transformado em 2019 pela voz no mais alto magistrado da Nação, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, ex-candidato taxista derrotado à edilidade Lisboeta, cabeleireiro nas horas vagas, selfie made man, nadador do Tejo e de outras coisas boas e más, entertainment e ex-comentador político nas pantalhas, homem de bem e do menos bom, viciado em vichyssoise, hipocondríaco-cateterismozado, esperto que nem um alho, professor de direito e de outras coisas.

Portugal, País chave da revolução tecnológica e da dos afectos, afectado.

Portugal, País chave da revolução tecnológica onde anónimos sem-abrigo são heróis na descoberta de recém-nascidos em contentores do lixo - em boa hora salvos e de boa saúde – na realidade virtual das horas da chave, abraçados e beijados e provavelmente nomeados para futuros comendadores, com a promessa de que a revolução tecnológica – e a outra – se venham a cumprir.

Por um canudo e com óculos de realidade virtual.

Oremos, Senhor!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.034/2019]

Albert Camus – 7 de Novembro de 1913

(...)

“Ao mesmo tempo, após haver ressaltado a nobreza do ofício de escrever, eu teria de devolver o escritor à sua verdadeira posição, não tendo outros títulos senão estes que ele compartilha com seus companheiros de luta:

Vulnerável mas obstinado, injusto e apaixonado pela justiça, edificando a sua obra sem vergonha ou orgulho à vista de todos, sem deixar de se dividir entre a dor e a beleza, e dedicado enfim a extrair de seu ser duplo as criações que ele tenta construir obstinadamente no movimento destrutivo da história.

Dito isso, quem poderia esperar dele soluções acabadas e beleza moral?

A verdade é misteriosa, fugidia, está sempre a ser conquistada.

A liberdade é perigosa, tão dura de desfrutar quanto estimulante.

Devemos caminhar em direcção a esses dois objectivos, dolorosamente, mas decididamente, cientes, de antemão, de nossas falhas em tão longo percurso.”

(...)

Albert Camus
à Academia Sueca em Estocolmo, no dia 10 de Dezembro de 1957

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.033/2019]

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A dois dias dos Fiéis Defuntos e a um do de Todos-os-Santos


À falta de Moções de Rejeição dos seis Grupos Parlamentares da Oposição e de uma Moção de Confiança do Governo Minoritário, temos Programa. (os três deputados únicos jogam a bolinha baixa nesta matéria)

Comparado com o frenesim de há 4 anos isto foi um marasmo (não confundir com pântano porque o nosso PM já disse que o pântano secou):

- O Presidente da Assembleia da República foi candidato único;

- Os Partidos quedaram-se em sossego perante o novo topete do nosso Primeiro sem que houvesse um só que o pretendesse despentear; e

- O Presidente da República avançou para um cateterismo tranquilo (felizmente bem sucedido) em vésperas do Dia do pão-por-Deus ao contrário do outro, que por ser personagem típica do Halloween, teve de dar posse a 2 Primeiro-ministros em meia dúzia de dias.

Um País tranquilo a dois dias dos Fiéis Defuntos e a um do de Todos-os-Santos.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.032/2019]

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Sem imagem

Como dizia um subdirector-geral que em tempos tive: “sempre que queira que alguém leia uma coisa importante nunca a expresse em mais do que um A4”.

Lição aprendida. Vivemos num País onde ler mais que um A4 é coisa para intelectuais, ou equivalentes, e a partir daí passei a fazer relatórios, pareceres, informações, projectos, etc. que me demoravam vários dias a construir e depois fazia, para os capear, um A4 resumo que quase sempre me obrigava a mais trabalho do que os documentos capeados.

Mais tarde passei a capear o A4 com um gráfico-boneco, o que ainda se demonstrou mais eficiente.

Como não entendiam o gráfico, liam o A4 e, por não o entenderem, acabavam por ler o trabalho.

Nem sempre foi útil, confesso, porque a meio do trabalho já andavam a ler os outros A4 que tinham em cima da mesa aconselhados pelo tal Subdirector-Geral, mas vamos em frente que ainda não cheguei ao tamanho A4 deste escrito e ainda há muitos caracteres para chegar ao que interessa.

Mais tarde vieram as redes sociais e o Twitter que rebentou de vez com a teoria do A4. Mais que meia dúzia de gatafunhos e um ou dois links (que a maioria não segue porque dá mais trabalho do que ler um A4) é uma enormidade.

Ainda aí está? A ler ou a dormir?

Acabada a provocação, passo ao que interessa.

O que hoje tem impacto, nesta era em que escrever um A10 é já de imensa soberba, é uma imagem (por alguma razão dizem valer por mil palavras) e dou dois exemplos simples em forma de questões para quem ainda não desistiu de ler:

O que é realmente impactante?

1 - Um calhamaço com um Programa de Governo ou uma imagem de dois autocarros movidos a gás para transportar uns setenta empossados?

2 - Uma eleita que não gagueja enquanto pensa e por isso tem muitos A4 para escrever ou um assalariado espampanante pago pelo Orçamento do Estado para a assessorar na concretização desses A4?

Pelos montes de A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10 que li nos últimos dias é sempre a imagem que prevalece, pouco importando se os setenta empossados vão usar no dia-a-dia um topo de gama poluente para se deslocarem ou se a eleita consiga, ou não, cumprir o seu mandato contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

A imagem parece prevalecer sobre o ser. Os estragos que se pouparam por não haver uma imagem de setenta bólides estacionados em frente do Palácio da Ajuda ou a entrada discreta de uma deputada pela porta grande da Assembleia da República enquanto o assalariado entrava pela porta dos funcionários.

Não quero abusar da vossa paciência só para provar que até um A4 já é esforço demais.

Se escrevesse mais uma linha iria estar a confirmar que o meu leitor(a) era um intelectual, ou equivalente.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.031/2019]

sábado, 26 de outubro de 2019

Patetices


Os apressados que nunca têm pressa de estudar antes de se pronunciarem publicamente dizendo as habituais baboseiras ignaras, deveriam saber que a Assembleia da República tem um Regimento no qual está determinado o seu modo de funcionamento.

Basta ler para saber a diferença entre um grupo parlamentar e um deputado único ou um deputado não inscrito em grupo parlamentar.

Entre outros poderão consultar o art.º 71.

Deixo o link para se esclarecerem.

Isto interessa pouco, sei, porque o que realmente interessa é comentar a vestimenta com que um patetóide qualquer (que é um assalariado - nem sequer é um eleito) resolveu usar para provocar os 15 minutos de atenção nacional a que tem direito nesta nova-sociedade que entende que quem não tiver os focos a si apontados, não existe.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.030/2019]

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Hoje é um dia de festa que me faz sentir feliz

Diz-me, quem ainda se lembra, que em 1973 (há 46 anos, não passou tanto tempo como isso) a Acção Nacional Popular elegeu, com menos de um milhão e meio de votos, os 150 deputados que constituíram a última Assembleia Nacional.

A CDE havia desistido deste sufrágio por não reconhecer condições para eleições livres (neste aspecto não me precisam de mo dizer porque fui testemunha).

A Posse deu-se a 15 de Novembro.

Este ano, hoje, são poucos mais deputados (+ 80) que tomaram posse.

A Assembleia da República tem lá representadas dez forças políticas com sete Grupos Parlamentares.

Foram sufragados em eleições livres (quase cinco milhões de votos válidos) e os abstencionistas de agora são-no porque o querem ser e não por estarem impedidos de eleger.

Hoje é um dia de festa que me faz sentir feliz e faz-me muita confusão que seja o acessório que faz notícia deixando o essencial para o esquecimento.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.029/2019]

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Miren como sonríen

Miren cómo se viste / cabo y sargento / para teñir de rojo / los pavimentos

Recordando Machuca.

Milicos Culiaos, Váyanse a los cuarteles!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.028/2019]

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Deixar andar como no Chile


O Chile é um bom exemplo do que resulta do "deixa andar" enquanto o que for importante forem as portas do Parlamento, as tricas sobre o que é a direita, o centro-direita, o centro-esquerda, a esquerda e a União das esquerda(s) (coisa inexistente desde sempre e impossível porque a esquerda-urbana tenta ocupar o espaço da esquerda-tradicional e estas duas chamam direita a uma esquerda-social-democrata).

É o "deixa andar" das quezílias enquanto os salários são muito abaixo do nível de vida, as rendas são muito acima dos salários, a saúde é muito menor que o tempo de espera para a voltar a ter, a justiça é inviável para os justos, os idosos são mais que as crianças e mesmo assim as creches não chegam, nem os lares, e a cultura de um povo se confunde com arte que esse povo não entende porque não tem cultura para a entender.

O Chile é a miséria do "deixa andar" que prefere o prestígio internacional, as guerras e os conflitos dos outros, as cimeiras nacionais, internacionais, continentais, intercontinentais, as selfies, as vaidades e invejas, o poder de ser poder e não o exercer para melhorar a vida e dar-lhe qualidade dos que delegam o poder no poder.

O Chile não é na Europa, mas podia ser.
O clima do Chile é semelhante ao nosso só que no hemisfério Sul. Basta ir ao supermercado para ver que as frutas são iguais, só variam na época do ano.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.027/2019]

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Memórias de coisas antigas [ III ]

1ª Fila: Almerindo Marques, Jaime Ramos, Tito de Morais, Felipe González, ?, Carlos Coelho e Fernando Condesso
2ª Fila: ?Adjunta de Felipe González, José Magalhães, ?, ?, Mimi, Luís Novaes Tito
3ª Fila: Helena Cidade Moura, ?, ?, ?Protocolo Espanhol, ?Adjunto das Cortes
4ª Fila: Paulo Barral, ?, Embaixador Sá Machado
Já que ando nisto de recuerdos españoles, enquanto não se calam com a Catalunya e a propósito de um reencontro que acabei de fazer no Facebook (Paulo Barral), dei mais um mergulho no baú e encontrei esta foto com Felipe González, na Moncloa.

Muitos ainda estão vivos, felizmente.

Tratou-se de uma visita que uma delegação portuguesa da Assembleia da República fez às Cortes Espanholas no âmbito da nossa (então) futura Adesão à CEE.

O Presidente da Assembleia da República era Manuel Tito de Morais.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.026/2019]

domingo, 20 de outubro de 2019

Memórias de coisas antigas [ II ]


Em Agosto de 1973, primavera marcelista, ao amparo do toldo da maralha na praia do Dragão Vermelho da Costa de Caparica (onde ainda não havia paredão nem pontões), espreguiçavam-se meninos maus de boas famílias e meninas boas de famílias más a ressacar a noitada do dia anterior. Entre outros, o Delmiro Andion e eu próprio.

Os altifalantes debitavam para o areal os apelos da cabine de som: “encontrou-se uma carteira que se entrega a quem comprovar pertencer-lhe” ou: “está aqui um menino perdido, de nome Marcelo, que será entregue aos pais devidamente documentados”, entrecortados com publicidade ao “OMO, lava mais branco”, com o hino da FNAT “Angola é Nossa” e interrompidos, às 15:00 horas, pela radionovela “Simplesmente Maria” que fazia a praia ficar em suspenso e nos proporcionava silêncio para uma sesta reparadora.

O toldo ao lado era o dos marrões que não tinham conseguido o 14 e que levavam para a praia os calhamaços para o Exame de Aptidão à Universidade e eram vigiados nos estudos por um encarregado de educação escondido atrás de “o Século” que deixava na cadeira de praia quando ia, com os seus marrões, almoçar a casa.
Quando me dava na bolha aproveitava a ausência e folheava o jornal.

Tanto o Delmiro como eu tínhamos ido às sortes na Avenida de Berna e as inspecções declararam-nos apurados “para todo o serviço”. Andávamos naquela vontade de continuar os estudos para depois, quando já estivéssemos fartos de os não ter deixado para antes.

Os adiamentos ao feijão-verde estavam postos de lado.

Nesse dia chamou-me a atenção um anúncio da FAP impresso na última página do matutino.
Já tinha dois irmãos na guerra em Moçambique, ambos pilotos – um de T6 e o outro de Alouette III - , achava que o hino que soava nos altifalantes era irritante e estúpido porque Angola não era nossa mas sim deles, dos que eram de lá oriundos e, quando muito, também dos outros que para lá foram.

Não me apetecia pegar numa canhota para andar no mato dos outros à espera que uma mina me mandasse pelos ares.

E, ares por ares, antes os ares por fora de um avião. Abanei o Delmiro, mostrei-lhe o anúncio e dois minutos depois estava decidido passar pela Andrade Corvo (e não Corco, como dizia no anúncio – até nisso a tropa era tropa) para ver o que dava.

E deu.

Exames físicos e psicotécnicos feitos, abalámos para a Granja do Marquês onde aprendemos a voar.

Curiosamente, não tenho qualquer foto dos dois fardados a não ser uma de conjunto na recruta depois de uma carecada e, curiosamente também, dali seguimos caminhos diferentes.


Eu, o da Ilha da Morte Lenta, entretanto morrida, e ele o de Tancos, onde quase meio século depois andaram a fanar uns mamarrachos que sobraram dessa época e que tem servido para a politiquice em 2019.

Também publicado no Penduras

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.025/2019]

sábado, 19 de outubro de 2019

Memórias de coisas antigas [ I ]


Um dia soube que o "a República" estava a contratar gente.

Fui ter com o Raúl Rêgo e ele perguntou-me:
Então, Tito, o que é que sabes fazer?

Respondi-lhe: Tenho o sétimo ano...

O venerável mestre já não me deixou continuar:
Não te perguntei o que é que tinhas, perguntei o que é que sabias. (ler com pronúncia do norte, por favor)

Nesse dia perdi uma brilhante carreira como jornalista.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.024/2019]

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Alas


Aqui vai uma intimidade sobre alas.

Não minhas, porque sempre andei no Partido que ajudei a singrar e nunca as vi (às alas). Antes vi gente livre, a pensar pela sua cabeça, a dizer o que entendia sem submissão. A assim não ser, não me reconheceria no Partido Socialista. É evidente que também lá vi carneirada mansa, como há em todos os Partidos, que sempre preferiu o silêncio à opinião livre, a carreira à verdade, o comodismo do seguidismo à frontalidade e o golpismo à lealdade.

Não são a maioria, pelo menos não a maioria daqueles com quem me relacionei.

Feita a introdução passo à tal intimidade em tópicos curtos no calão socialista que não interessará a quem quer que seja mas que me apetece deixar neste meu espaço. Se para mais nada servir, servirá para desmistificar as bojardas que todos os dias se ouvem sobre militantes dos Partidos políticos querendo fazer deles párias acéfalos sem eira nem beira.

Sei que alguns me julgarão incoerente. Pouco importa. Sempre fui coerente comigo próprio, coisa que nunca trocarei pelo juízo de coerência de quem me queira julgar.

Um último reparo: A minha referência máxima no PS sempre foi Manuel Tito de Morais.

Aqui vai: Soarista convicto de primeira hora. Simpatizante dos auto-gestionários que se reuniam em Benfica. Simpatizante do ex-secretariado quando o MES se fez PS. Zangado com a aliança PS/CDS de Freitas do Amaral. Realinhado Soarista com reservas na aliança PS/PPD de Mota Pinto. Sampaista fundamentalista (nas palavras de António Costa quando Guterres desafiou Sampaio). MASP. Guterrista quando foi preciso. MASP. Sampaista. Alegrista. Ferrista acérrimo principalmente quando o Socretismo atacou. Segurista.

Sempre republicano, não-praticante, reformista e socialista democrático.

Em termos presidenciais: Eanista, Soarista, Sampaista, Alegrista, Nobre-da-Costista.

O resto fica por dizer e não penso escrever memórias.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.023/2019]

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Manuel Amado


Acabei de ouvir o pivot de um qualquer noticiário dizer que morreu Manuel Amado.

É impossível, está aqui à minha frente, por cima da lareira e nos catálogos de todas as exposições que tenho na mesa de apoio aos sofás.

Pode ter deixado de desenhar e de pintar mas não morreu.

Vai continuar ali até que eu parta também e quero acreditar que há-de continuar a rasgar, mesmo noutra casa, uma janela para o mar tão real e sereno que é possível sentir-lhe a brisa.

A imortalidade é possível.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.022/2019]

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Aqui ao lado


Se me faz confusão que haja presos políticos onde quer que seja, mais me faz se eles forem decretados em democracias.

Embora não tenha a certeza de que ser secessionista (e não estou a falar de ideias, mas sim de actos e incitações) seja considerado, na sua essência, como uma divergência política passível de caracterizar a pena judicial como “prisão política”, - e assim evito confrontar-me com um duplo critério quando, em tempos, me referi às FLAMA e FLA, apesar das diferenças históricas, sociais e etnográficos dessas duas realidades e desta em apreço - desgosta-me profundamente que, no reino vizinho, o Monarca nada venha a fazer para indultar a pena na primeira oportunidade.

Wishful thinking” meu, como é evidente, até porque não asseguro que la Constitucion de España preveja tal situação.

Estou de acordo, com uma excepção, com o texto que Seixas da Costa publicou no Facebook, onde se lê:
CATALUNHA
Sinto ter muito pouco a dizer, a propósito da decisão dos tribunais espanhóis sobre os secessionistas da Catalunha. A decisão não me surpreendeu, à luz das leis espanholas, que são as relevantes na matéria. Um gesto de atenuação da pena por parte do rei, que se mostrou muito inábil no início deste processo, seria, contudo, bem vindo, para provocar alguma acalmia nas tensões. Oficialmente, por parte de Portugal, só espero uma atitude: contenção no discurso e respeito absoluto pela unidade espanhola. O nosso único interlocutor peninsular é Madrid. Ponto. Espero, aliás, que as pessoas tenham sentido da medida nas suas reações, preocupando-se talvez um pouco mais com o drama curdo, onde morre gente “como tordos” a toda a hora, em face da inércia palavrosa da Europa. (...)”
A exepção que referi no parágrafo anterior é a que, e sem respeito pelo acordo ortográfico como sempre faço, refere: “que as pessoas tenham sentido da medida nas suas reações” porque o sentido da medida nas reacções das pessoas não tem de ser o mesmo que é utilizado no discurso de Estado e “as pessoas”, se no texto pretende significar “os cidadãos”, têm total liberdade de expressão e estão isentas da diplomacia que um Embaixador deve manter.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.021/2019]

domingo, 13 de outubro de 2019

How dare you! Shame on you (us)

Reuters - Turquia, Síria, Curdos
É tão vergonhoso andarem a exterminar um povo às portas da Europa e os europeus fingirem não saber de nada.

A desumanidade nunca atingiu um patamar tão estúpido como este. No século passado ainda fingiu que não tinha conhecimento. Neste nem isso pode evocar.

Andam as Gretas a encher páginas de jornais a anunciar o fim do Mundo para daqui a uns anos e o Mundo estar a acabar, neste preciso momento, para tantos abandonados que tudo deram ao Mundo para que ele não terminasse na mão de uns selvagens radicais.

A ONU a dormir. Os democratas mundiais a assobiar para o lado. Os radicais a praticarem xenofobia disfarçada de defesa dos direitos humanos enquanto milhares de seres humanos são chacinados impunemente.

How dare you!

Shame on you (us)!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.020/2019]

sábado, 12 de outubro de 2019

Selfies


Em todos os dicionários que consultei nunca encontrei que "cateterismo" significa "campanha eleitoral".

Verdade é que "novilíngua" só existe no dicionário orwelliano e, embora "orwelliano" também não exista nos dicionários, existe no nosso pensamento.

Todos os espertos são iguais, mas uns são mais iguais do que outros.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.019/2019]

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Da manipulação

Romualda Fernandes e José Leitão
Um bocadinho farto de toda esta publicidade embrulhada em preconceito que nos tenta estupidificar.

Não me julgo racista, xenófobo, radical, nem machista.

Não votei no LIVRE porque me revejo ideologicamente noutro Partido. (Ponto final)

Aproveito para dizer que, no Partido onde votei, tive a honra de ajudar a eleger, entre outros, uma mulher admirável de quem sou amigo e com quem já tive o privilégio de trabalhar, de debater e de "politicar", uma pessoa em tudo igual a mim (não racista, não xenófoba, nem radical) e muito mais competente do que eu nessas matérias de igualdade como tive oportunidade de constatar quando ambos fizemos parte da equipa do José Leitão na altura em que ele foi Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas.

Chama-se Romualda Nunes Fernandes, é portuguesa e guineense (penso), não tem problemas de fala que a tornem mais ou menos notável do que qualquer outro ser humano e não se presta a fazer de bandeira da discriminação, antes pelo contrário, sempre lutou contra ela num percurso de vida que lhe custou atribulações pessoais (dela e da sua família) só possíveis de superar pela sua valentia e determinação.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.018/2019]

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A confusão que por aí vai


Uns falam de indigitação sem perceberem o significado da palavra, outros falam de acordos referindo-se a Orçamentos de Estado.

Os primeiros parecem não saber que é preciso estar indigitado para se poder negociar, seja com as outras forças políticas, seja para construir o elenco governativo a propor ao PR para nomeação, seja ainda para evitar o vazio de poder.

A indigitação não se pode confundir com posse. São passos diferentes e consecutivos sendo que os Partidos já foram ouvidos.

Os segundos parecem esquecer-se que ainda há muito a fazer antes dos OE.

Por exemplo, há que reunir a nova Assembleia da República (quando todos os votos forem apurados) para que se dê início à legislatura e se eleja a sua direcção e posteriormente, e mais importante, depois da posse do Governo é imprescindível que o seu Programa seja aprovado em plenário.

Talvez um passeio até à Constituição da República Portuguesa não fosse má ideia antes de se darem palpites.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.017/2019]

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O nosso fado


Não nos bastava ter um Rei que um dia há-de voltar depois de ter partido para معركة القصر الكبير em busca de um sonho que nunca se percebeu e, na calha, um santuário de romaria para um santinho ditador que bateu as botas há mais de meio século.

Temos também um morto-vivo que de vez em quando abre as portas do Convento onde se entrincheirou e masca uma posta de bolo-rei para dar prova de vida depois de ter ressuscitado três vezes.

Ai Amália, recorda-nos lá, do jazigo Panteão que serve de refeitório à malta da Web Summit, as trovas de Homem de Mello:

Povo que lavas no rio / e talhas com o teu machado / as tábuas de meu caixão.
Pode haver quem te defenda, / quem compre o teu chão sagrado, / mas a tua vida não.
Fui ter à mesa redonda, / beber em malga que esconda / o beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste / água pura, fruto agreste / Mas a tua vida não.
Aromas, de urze e de lama, / dormi com eles na cama / tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço, / deste-me alturas de incenso, / mas a tua vida não.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.016/2019]

Ò dona Joacine!

Ò dona Joacine!

Então isto é forma de tratar o fundador honorário do seu Partido?

O Livre tem todo o interesse em contactar e falar com todos os partidos políticos com uma óptica democrática. Neste exacto momento, não temos interesse numa convergência bilateral com nenhum, mas consideramos absolutamente necessário que haja uma continuação de uma convergência e defendemos e estamos disponíveis para participar numa união à esquerda que seja multipartidária

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.015/2019]

Coisas simples


Não quis escrever isto antes em respeito ao luto por Diogo Freitas do Amaral.

Fica agora, aproveitando a saída de Cristas e o regresso de Monteiro e aproveito para fazer um "disclaimer":

Não sou dos que boicotaram os congressos de CDS nem incendiaram sedes do PCP.
Sou dos outros que foram até à Fonte Luminosa de Lisboa quando foi preciso garantir a democracia.


O CDS de Freitas do Amaral, Amaro da Costa, Morais Leitão, Basílio Horta, Sá Machado, Nogueira de Brito, Adriano Moreira e posteriormente de Lucas Pires, entre outros, foi formado com muita gente que vinha do tempo da outra senhora mas que se revia na Democracia-Cristã europeia.
(Para os menores de 45 anos aconselho uma volta pelo GOOGLE para saberem o que era isso).

Foi assim que o CDS se fez o tampão da democracia à extrema-direita.

Os anti-democratas de então - e não pensem que eram todos ricos, basta ver imagens da época tiradas no Terreiro do Paço que o mostram cheio de populares a ovacionar o Botas e depois Marcelo - ao sentirem-se órfãos da ditadura, à falta de melhor e porque não tinham ELP que lhes valesse, acabaram por se acomodar no CDS do qual se foram posteriormente afastando por perceberem o que era a Democracia-Cristã e passaram a andar por aí aos gritos de que no "tempo de Salazar é que era bom", conseguindo que essa imagem chegasse aos tempos de hoje, mesmo a gente que nunca viveu nesses tempos e jamais lhe passará pela cabeça que tempos foram esses.

É recorrente ouvir a frase nos transportes públicos, talvez até mais, do que em carros privados de luxo.

Depois o Manuel Monteiro, então amigo do coração de Paulo Portas, num assomo de grande jocosidade e companheirismo jogou a ideologia democrata-cristã para o lixo e criou o partido personalista PP sem qualquer ideologia, nunca imaginando que seria o próprio PP (Paulo Portas) que lhe viria a dar com a porta na cara.

Depois de Portas vieram outros, entre eles, de novo, Portas e por fim chegou Cristas na mesma onda populista (ou popularucha, como quiserem) não dando tempo ao recém regressado Monteiro que alterasse a sigla do Partido para CDS-AC.

E toda esta História recente contada em linguagem não-científica e corriqueira serve para quê?

Para pouco, confesso, mas talvez suficiente para se começar a perceber porque é que quando os tampões deixam de ter efeito, a nocividade que eles evitavam começa a passar para os ouvidos.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.014/2019]

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Última hora



Já se deu início às obras da Sala do Plenário da Assembleia da República que vizam criar as novas galerias destinadas à instalação dos canis e gatis resultantes do último sufrágio legislativo.

Actualização: A Assembleia da República está a envidar esforços para que o canal DOGTV seja incluído no pacote de cabo que lhe é fornecido pela empresa de tele-difusão contratada.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.013/2019]

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Malhar



Ando para aqui sem saber se hei-de fazer, ou não, um textozito sobre os resultados eleitorais mas depois de tantas análises que li pelo Facebook sinto-me um pouco atrofiado não vá cair na tentação de começar a explicar ao povo (como por lá li) de que foram os votos do PCP (nas suas habituais zonas de conforto) que engrossaram a extrema-direita tal como já tinha acontecido em França, etc... etc... etc...

Isto, até porque conheço muitos e bons alentejanos, fachos como o raio-que-os-parta (o que não deixa de os fazer bons alentejanos e bons homens) que não votam habitualmente mas que desta vez foram votar no “rapazito que malha na ciganada subsídio-dependente que lhes costuma acampar junto às herdades” e também conheço muitos outros que, sendo também bons alentejanos e excelentes homens e mulheres (como aliás são na generalidade todos os alentejanos), não votaram no PCP porque, ao verem tantos socialistas apelarem ao voto no BE, preferiram que o PS ganhasse não fosse o BE aliar-se ao PSD no período pós-eleitoral (o que lhes não estranhava dado que o BE sempre disse que PS e PSD são a mesma coisa).

Ainda não foi desta que fiz a tal análise, mas lá chegaremos.

Como diria o Rui Rio não comecem agora a espalhar que estou a fazer tabu.

Tenham calma, tenham calma!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.0122019]

domingo, 6 de outubro de 2019

Comunicado

Venho uma vez mais agradecer a todos os abstencionistas a confiança que depositaram no meu voto.

Estou sensibilizado com a vossa delegação de poderes e posso garantir que votei a pensar em todos vós.

Obrigado.

LNT
#BarbeariaSrLuis #euvoto #eleicoes2019
[0.011/2019]

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Diogo Freitas do Amaral


Quase sempre estive do outro lado da barricada mas não me é possível deixar de lamentar profundamente a morte de Diogo Freitas do Amaral.

Sem ele a democracia portuguesa teria sido muito mais estranha e muito se lhe deve para que não tenhamos, ainda hoje, em Portugal uma extrema-direita como a que já existe em quase todos os outros países europeus.

Em especial fica a minha palavra de sentido pesar a Domingos Amaral.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.010/2019]

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Manifesto eleitoral


Não farei campanha.

Foi uma jura que fiz a mim próprio no dia em que afastaram António José Seguro com os votos do BE e de um outro Partido fabricado na altura (julgo que o nome era “o Livre”) do lugar para que os militantes do Partido Socialista haviam eleito Seguro.

Diga-se em abono da verdade que só foi possível esta jogada porque alguém muito néscio na equipa do Seguro inventou aquela coisa do voto alargado a não militantes, coisa que havia de ser bonito de ver acontecer, p.e., nas eleições dos corpos directivos do Benfica deixando que os Sportinguistas ou os Portistas votassem em igualdade (ou vice-versa).

Mas votarei, como sempre fiz, no Partido Socialista.

Continuo a rever-me na sua Declaração de Princípios, coisa em que nenhuma outra me consigo fazer rever por inteiro.

E votarei com a intenção de que o PS obtenha a maioria absoluta, embora isso não dependa de mim.

E esta minha declaração pública não se deve à revelação do segredo de lençóis que Catarina Martins revelou a meia dúzia de dias de se realizarem as próximas eleições, até porque sei que ela não o fez para chatear o António Costa mas sim para poder retirar o protagonismo ao PCP da construção de uma solução (coxa e imberbe, no meu entender, porque não responsabilizou os agentes dessa solução obrigando-os a serem parte activa do governo da Nação), mas porque, tal como Manuel Alegre sugeriu no o Público, as aberturas em política só têm validade quando são feitas em público e perante os eleitores, como o fez Jerónimo de Sousa na noite eleitoral, e não nas costas (e ainda para mais no segredo anterior à abertura das urnas de há quatro anos) enganando vergonhosamente aqueles que foram votar sem saber que iriam votar numa solução para a qual não estavam alertados.

Para além do mais sou um fervoroso apoiante da alternância do poder e sei que ela só poderá acontecer se o Partido Socialista obtiver maioria absoluta pois, caso contrário, o PS manter-se-à eternamente na governação e o BE e o PCP no poder, desde que o Partido Socialista ceda às minorias que o ajudam a aprovar os Orçamentos do Estado o protagonismo de parte (e ainda por cima da parte de leão) das benfeitorias que tem promovido e que têm levado os portugueses a viverem de novo a par das suas possibilidades (as tais que Passos Coelho dizia estarem acima daquilo a que eles tinham direito).

E assim, sem entrar em campanha, fica feito o meu manifesto eleitoral.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.009/2019]

domingo, 14 de julho de 2019

12 anos


Ia-me esquecendo, mas fica a efeméride.

Mesmo quase só rendido ao FaceBook ainda não encerrei este estabelecimento que abri há 12 anos.

Provavelmente não o fiz por respeito aos muitos milhares de leitores que em tempos recebi.

Serei sempre um barbeiro às vossas ordens.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.008/2019]

quarta-feira, 26 de junho de 2019

O aniversário do barbeiro


A coisa soma e segue.

Soma, soma, soma: 1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1.

Olho para trás, porque para a frente só imagino, e fico pasmado com o que um barbeiro anónimo foi capaz de fazer ao longo da vida.

Fomos nós, os anónimos, que carregámos as pedras para criar as tecnologias e desenvolver aquilo que hoje faz parte da anatomia dos que nos seguiram e que levamos agora com elas como se, para o ter feito, não tivesse sido necessário usar os recursos que o Planeta nos deu.

Mas isto, aqui e agora, não é para tristezas e lamentos.

É só para deixar a mensagem que tudo valeu a pena: O que criámos, as asneiras que fizemos, os filhos que gerámos e a liberdade que impulsionámos e consolidámos.

Beijos e abraços.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.007/2019]

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Recapitulando a matéria dada


- PS – Estrondosa (em oposição à poucochinho) vitória. Tinha 8 deputados passou a ter 9.

- PSD+CDS – Estrondosa derrota. Tinha 7 deputados (6 do PSD + 1 do CDS) passou a ter 7 deputados (6 do PSD + 1 do CDS).

- BE – Verdadeira vitória. Tinha 1 deputado passou a ter 2.

- CDU (ou PCP se quiserem) – Verdadeira derrota. Tinha 3 deputados passou a ter 2.

- PAN- Verdadeira vitória. Tinha 0 deputados passou a ter 1.

- MPT (ou Marinho Pinho se quiserem) – Enorme gargalhada. Tinha 2 deputados passou a 0.

O resto faz parte do folclore político que, ou começa a dançar o vira mais compassado e atinado, ou nunca passará da chula picada abstencionista.

Quanto a transferência de votos, o melhor é perguntarem aos muitos videntes que andam por aí, dado eu não conseguir fazer essas projecções.

E escusam de me pôr a ver mapas coloridos porque para isso já bastam as passadeiras ilegais de Campolide.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.006/2019]

Nem todos os que não foram votar foram à praia


Há muitas razões para esta abstenção e uma delas é a de que com a entrada dos emigrantes nos cadernos eleitorais passamos a ter mais um milhão e tal de eleitores.

No entanto, segundo consta, houve mais cidadãos portugueses a votar do que nas últimas europeias o que leva a pensar que é sempre preciso saber ler as % estatísticas.

Isto não invalida o escândalo de abstenção, claro.

Há que repensar a "seriedade" da prática política e há que acabar com os triunfalismos, como ontem verificámos, de quem recebe os nossos votos como se fossem sua propriedade.

Os portugueses não são estúpidos e não gostam de ser enganados.

Além disto e das análises tendenciosas dos resultados eleitorais (ontem por exemplo evitaram somar os votos do PSD com os do CDS e do Menino Guerreiro para poderem extrapolarem juízos falsos comparando os resultados obtidos com os conseguidos nas eleições de há 5 anos) levam as pessoas a ficar em casa por se sentirem manipuladas.

De resto, ou os Partidos Políticos se abrem aos cidadãos deixando que eles participem nas escolhas que os Partidos políticos continuam a fazer em circulo fechado (razão porque a maioria dos portugueses não faziam a menor ideia de quem iam ser os seus representantes - componentes das listas cozinhadas entre amigos) ou o desinteresse dos cidadãos terá sempre tendência a aumentar.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.005/2019]

domingo, 26 de maio de 2019

Regra de três ou Y∝X


O aumento da criançada (natalidade) em Portugal é directamente proporcional à diminuição de comunistas.

Provavelmente o aumento do PAN resulta também dessa proporcionalidade dado que a ementa dos pequenos almoços passou a ser vegan.

Esta teoria só é posta em causa porque as couves que a Cristas andou a apanhar não a retiraram da insignificância.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.004/2019]

sábado, 25 de maio de 2019

A noite estórica


Afinal, ao contrário do que a comunicação social disse toda a noite, a grande vitória não foi do PAN. Não só o PAN não ficou igual ao CDS como se limitou a substituir na Europa o Marinho Pinto, o que não é grande referência.

Estou a escrever isto quando faltam apurar 5 freguesias e 10 consulados correndo o risco de estar enganado mas gosto de correr riscos e não tenho a presunção de nunca me enganar.

Afinal, voltando aos afinais, o poucochinho do Tó Zé não foi tão poucochinho como o Costa quis fazer crer há cinco anos atrás. Descontando os militantes do PS que votaram há 5 anos no Marinho Pinto para conseguirem provar que o Tó Zé era poucochinho, pouco teve de maiszinho. Em número de eleitores ficou percebido que afinal a coisa foi insignificante.
Em número de deputados eleitos ai! ai! Tudo como dantes como no quartel de Abrantes.

Afinal, mantendo-me nos afinais, o PSD+CDS, tiveram uma derrota poucochinho. Há 5 anos elegeram, em conjunto 6 deputados, e até ao momento em que escrevo isto andam a ver se lá chegam (talvez percam 1). Somadas as percentagens do PSD e do CDS deste ano a coisa não anda longe do que se passou antes. E tinham tudo para perder bem mais até porque a brincadeira do Menino Guerreiro roubou-lhes o poucochinho que os fez descer.

Afinal, outra vez os afinais, o PCP (ou se quiserem a CDU), acabou por ter de se arrepender devido à banhada que apanhou, por andar amantizado no Parlamento e depois meter os chifres à amante na rua. A coisa correu-lhe mal e vai perder deputados para o BE que, afinal, duplicou a sua votação. É que, afinal - ainda afinal, o BE não tem coragem (ou força) para pôr os chifres à amante na rua e, como tal, limita-se a ser a amante rebelde no Parlamento o que lhe dá alguma coerência.

Concluindo os afinais.

O PS foi o vencedorzinho destas Europeias. Só teve uma grande vitória, que foi a de voltar a levar a Margarida Marques para a Europa e teve uma grande derrota porque trocou a voz sabedora e rezingona da Ana Gomes pela voz sensaborona do Silva Pereira.

LNT
#BarbeariaSrLuis #eleicoeseuropeias #PS #Europeias2019 #EE2019
[0.003/2019]

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Depois não se queixe


No dia 26 de Maio vai haver eleições para o Parlamento Europeu.

Que novidade, dirão alguns, mas acreditem que para muitos é mesmo novidade. (o boletim de voto Espécime - são mais que as mães - ) fica reproduzido em cima. (se clicar na imagem vê melhor)

A grande novidade é a de que para votar já não se usará o número de eleitor o que quer dizer que as listas estão organizadas por ordem alfabética e, por isso, a sua Assembleia de Voto irá ser, em princípio, diferente daquela onde tem votado.

Para saber onde irá votar basta ter o número do seu cartão de cidadão (ou BI), saber a sua data de nascimento e aceder à página:

https://www.recenseamento.mai.gov.pt/index.aspx?

A resposta é imediata.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.002/2019]

sexta-feira, 8 de março de 2019

Penduras na Herdade da Urgueira


A página do Site/Blog Penduras sobre o encontro de Vila Velha de Rodão realizado no passado dia 2019.03.02 já está no ar.

Lourenço, agradecidos pela organização do evento.

Guarda, põe-te "fino", pá!

Foram feitos os habituais brindes pelos presentes e ausentes e ainda pelos que partiram.

Como disse na minha página do FaceBook:

"Há 45 anos juntaram umas dezenas de miúdos para aprenderem a voar a caminho da guerra que entretanto acabou sem que qualquer um deles lá tenha posto os pés.

Uma coisa tão antiga como o 25 de Abril.

Foi o curso de Pilotos Milicianos da Força Aérea Portuguesa P1/74 (os Penduras).

Quarenta e cinco anos depois a amizade que criámos continua viva e, tirando os 9 que entretanto estão a voar mais perto do céu, aqueles que ainda continuam a rapar por cá vão-se encontrando conforme podem. Desta vez puderam 17.

Sempre sérios, sempre a brincar -com ou sem contratempos-, mas sempre os mesmos miúdos embora com quase mais meio século.

Fica o registo da brincadeira de uma amizade indestrutível."
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.001/2019]