terça-feira, 31 de maio de 2016

E em cera se fará

Marcelo mede cabeça

Desengane-se quem possa pensar que a foto acima retrata o momento em que o nosso Presidente tirou as medidas para um chapéu que lhe permita entrar no novo filme português “A Canção de Lisboa”.

Desengane-se porque o que Marcelo prepara é a sua eternização, desta vez em cera no museu de Madrid, caso o calor que está a despontar não o venha a derreter reciclavelmente como os círios que se queimam em Fátima.

A foto é do Observador que ainda não tinha conseguido obter hoje uma qualquer outra forma de dar imagem ao mais mediático Presidente da República de sempre.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.034/2016]

terça-feira, 24 de maio de 2016

Cães na fila

Marcelo e Asa


Aqui há uns meses ofereceram um cachorro ao Presidente Marcelo e ficámos a saber que o bicho seria alimentado, tratado e ensinado pela GNR (ou coisa assim) dado que no Palácio de Belém não havia condições para instalar o animal.

Por sua vez, o dono híper ocupado, haveria de manter algum contacto com o cachorro. Feita a foto da praxe e os minutos habituais de televisão, nunca mais alguém ouviu falar o novo amigo do Presidente e ficámos a espera de saber se já lhe foram ministradas as vacinas, não venha o pastor alemão a ser mordido por algum rafeiro alentejano.

Moído pela catadupa de relevâncias em que Marcelo se tem envolvido ligeiramente irritado com o optimismo do nosso Primeiro Costa, o PR faz lembrar aquela malta que manda os velhotes para o lar e nunca mais lá põe os pés ou, neste caso concreto, aquela outra que prefere pagar uma creche particular onde deposita as crianças de Sol a Sol enquanto anda nas festas de caridade em busca de promoção pelas revistas do social. E aproveitando, se essas escolas privadas forem pagas com o nosso dinheiro ainda melhor, uma vez que é assim que o animal está a ser sustentado.

Agora que Marcelo vai avisando que lá para as autárquicas irá começar a pensar na sua campanha do segundo mandato, abrindo desde já espaço para que a direita ainda o mantenha em agenda, o Asa poderia ter de novo aparecimento na nossa comunicação social para que os votos do PAN não lhe fujam.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.033/2016]

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Na casca da ostra

A Ilha do FarolLido num repente porque trata de exteriores, tirando os sonhos "Don't let me down" - pause and reverse - e o Peniche kitsche, e porque trata do relato dos caprichos de uma cadela anónima amiga do Levezinho, cheguei ao post script que interessa.

“As pessoas deviam ser deixadas em paz” - e em sossego - acrescento, para que nunca se revele o íntimo afastado de terra por uma torrente maior.

Este objecto único com palavras e imagens a preto e branco que também se poderia chamar, além de Diário, A Ilha, a cadela e o que eu vejo, deixa-nos propositadamente na concha da ostra e na dificuldade de lhe encontrarmos o músculo sabiamente protegido em defesa da paz em que a Ana Cristina quer ser deixada.

Melhor e mais fácil. Deixa-nos a sonhar a nossa ilha com o farol, sem influências.

Gostei muito e só não o recomendo porque quem já o tem, tem sorte de o ter e quem o não tem, tivesse-o.

Nota final: Agradecido à Beatriz pelo mar azul com que forrou todo o resto, cosido a linha de rede. Fica na mesa entre a lareira e os sofás, à mão de quem neles se sentar.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.032/2016]

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Uma outra memória

Uma outra memória
Um livro que é uma longa declaração de amor. À escrita, aos amigos, a Portugal e à língua portuguesa.
(Este livro segue a grafia anterior ao novo acordo ortográfico)
De há muitos anos para cá, deixei para comprar um livro de Manuel Alegre na segunda edição.

Ainda bem que o fiz porque este já trás na capa o selo que o refere como “Prémio Vida Literária”, uma consagração de carreira que a SPA lhe entendeu atribuir e que o Presidente da República, neste último aniversário da Liberdade de Abril, fez questão de ser portador numa sessão plena de afectos - a que assisti a convite do laureado - como hoje soi dizer-se.

Sei ser suspeito e por isso não me atreverei a uma crítica, até por insignificante, mas não quero deixar de fazer o registo da boa leitura deste alinhavo de memória e de sentimento, na língua em que aprendi a pensar anteriormente à obrigatoriedade de se cogitar sem consoantes mudas, e de vos sugerir que leiam o mais traduzido de todos os escritores portugueses vivos o que, parecendo uma contradição ao autor que mais defende a língua de Camões como o elo fundamental da nossa grandeza, o faz uma referência de Portugal no Mundo.
Creio que o primeiro médico foi um poeta. E que a primeira receita deve ter sido um poema. Os povos primitivos não sabiam interpretar os fenómenos da natureza e tinham uma concepção mágica da vida.
É lê-lo, para saber o que mais teve para nos dizer.

Sempre agradecido a Alegre por me deixar compartilhar, com ele na sua amizade, o meu Portugal desde a inspiração do Canto e as Armas.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.031/2016]