Se me faz confusão que haja presos políticos onde quer que seja, mais me faz se eles forem decretados em democracias.
Embora não tenha a certeza de que ser secessionista (e não estou a falar de ideias, mas sim de actos e incitações) seja considerado, na sua essência, como uma divergência política passível de caracterizar a pena judicial como “prisão política”, - e assim evito confrontar-me com um duplo critério quando, em tempos, me referi às FLAMA e FLA, apesar das diferenças históricas, sociais e etnográficos dessas duas realidades e desta em apreço - desgosta-me profundamente que, no reino vizinho, o Monarca nada venha a fazer para indultar a pena na primeira oportunidade.
“Wishful thinking” meu, como é evidente, até porque não asseguro que la Constitucion de España preveja tal situação.
Estou de acordo, com uma excepção, com o texto que Seixas da Costa publicou no Facebook, onde se lê:
“CATALUNHAA exepção que referi no parágrafo anterior é a que, e sem respeito pelo acordo ortográfico como sempre faço, refere: “que as pessoas tenham sentido da medida nas suas reações” porque o sentido da medida nas reacções das pessoas não tem de ser o mesmo que é utilizado no discurso de Estado e “as pessoas”, se no texto pretende significar “os cidadãos”, têm total liberdade de expressão e estão isentas da diplomacia que um Embaixador deve manter.
Sinto ter muito pouco a dizer, a propósito da decisão dos tribunais espanhóis sobre os secessionistas da Catalunha. A decisão não me surpreendeu, à luz das leis espanholas, que são as relevantes na matéria. Um gesto de atenuação da pena por parte do rei, que se mostrou muito inábil no início deste processo, seria, contudo, bem vindo, para provocar alguma acalmia nas tensões. Oficialmente, por parte de Portugal, só espero uma atitude: contenção no discurso e respeito absoluto pela unidade espanhola. O nosso único interlocutor peninsular é Madrid. Ponto. Espero, aliás, que as pessoas tenham sentido da medida nas suas reações, preocupando-se talvez um pouco mais com o drama curdo, onde morre gente “como tordos” a toda a hora, em face da inércia palavrosa da Europa. (...)”
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.021/2019]