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terça-feira, 28 de junho de 2016

Do bom senso na habitação própria e permanente

Carlos MartinsA polémica do dia é, num dia em que mais nenhum País abandonou a coisa europeia, nem o Ronaldo jogou à bola, o caso do Secretário de Estado que se abicha (parece que já deixou de se abichar) com uns trocos por ter declarado que tem residência oficial na casa de férias algarvias.

Independentemente de não ser só esse pecúlio com que se possa estar, alegadamente, a abichar, porque isto da habitação própria e permanente coincidente com o domicílio fiscal implica também outros abichamentos (por exemplo no IMI - artº 112 nº 13), parece estar-se perante um caso típico de quem entende que o que ganha nas funções públicas que desempenha não chega sequer para pagar os charutos ou, no caso do outro pacóvio, de ter optado por uma reforma de que se queixava mal chegar para as muitas despesas que tinha.

E que tal alguns membros do Poder não contribuírem com estas acçõesinhas manhosas para a especulação e descredibilização do todo em que aceitaram participar?
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.038/2016]

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Se o Mundo não for de sondagem

Manuel AmadoAcordei com a sensação de que os ingleses deitaram fora, de vez, os Blair deste Mundo fazendo saber que entre um tory disfarçado de labour e um tory tal e qual, preferem o segundo.

Eles, possivelmente, preferem encarar a possibilidade de ter de referendar a sua permanência na Europa e equacionar o seu “I want my money back” a ficar nas meias tintas de pertencerem a uma Europa (onde nunca estiveram com os dois pés) só porque há quem queira continuar a fazer crer que estar na Europa é uma inevitabilidade.

E não me venham com a conversa de que o sistema eleitoral britânico, por ser anacrónico, permite estas surpresas porque ele é o mesmo que já permitiu surpresas semelhantes de sinal contrário.

Quando o que é dado a escolher aos eleitores é um ou outro modelo de austeridade (ainda que mais doce) fica provado que os eleitores poderão, apesar das sondagens, optar pelo modelo da austeridade que já conhecem.

Fica a nota aos grandes estrategas académicos que se dedicam às teorias das décadas em vez de se centrarem no que interessa alterar imediatamente na próxima legislatura.

It´s democracy, stupid!
LNT
[0.226/2015]

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Prender para: investigar, humilhar, vergar, extorquir, limitar, despersonalizar, calar

Detenção de Sócrates
Prende-se para melhor se investigar. Prende-se para humilhar, para vergar. Prende-se para extorquir, sabe-se lá que informação. Prende-se para limitar a defesa: sim, porque esta pode "perturbar o inquérito". Mas prende-se, principalmente, para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições; és um "recluso" que enfrenta as "autoridades": a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais que tudo - prende-se para calar. E - suprema perfídia - invoca-se, para assim proceder, as regras do Direito, a legitimidade da democracia. "As instituições estão a funcionar."
O que me leva a borrifar para a carta de Sócrates não são as dezenas de verbos que ele usa para dar razão ao que escreve mas sim as centenas de vezes que as razões dele não foram consideradas durante os seis anos em que foi Primeiro-Ministro e nada fez para que essas razões deixassem de o ser.

O 44 de Évora tem razão. É inacreditável que a nossa justiça aja desta forma, mas só é hoje possível que o faça porque houve um PM que durante o tempo em que o foi (quatro dos quais com maioria absoluta) nunca fez o que quer que fosse para ser de forma diferente.

E, se adianta que seja verdade ser necessário sentir na pele o mal que acontece aos outros, não deixa de ser verdade que, quem é eleito para que os outros tenham os seus direitos protegidos, merece sentir na pele os efeitos das suas inconsequências.

É isto que distingue a pungência dos órfãos, da pungência dos eleitores que resulta da incapacidade dos lideres políticos que elegemos.
LNT
[0.328/2014]

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Libertários

Papoila

Ironizava Raúl Solnado: "O meu pai fugiu da prisão e foi para a rua gritar - estou livre, estou LIVRE. Um homem saltou-lhe para as costas e pediu-lhe: "leve-me ao Estádio da Luz".
Possivelmente, hoje, esse homem pediria que o levasse ao Parlamento Europeu.

A introdução deste texto foi mesmo só para picar a vossa atenção e introduzir o link, dando as boas-vindas a quem ingressa autonomamente na disputa democrática após o grito do Ipiranga do libertarismo de esquerda, do ecologismo político, do socialismo democrático e do projeto democrático europeu, desta feita lançado a partir das margens (ou sobre elas) do encanado Senne.

Não parece tratar-se de um sobressalto, mas será certamente um desassossego para agitar os instalados e, se por mais não fosse, isso já era bastante para fazer a saudação.

A acompanhar com interesse, principalmente após o fecho das urnas do próximo acto eleitoral para Estrasburgo.
LNT
[0.448/2013]

terça-feira, 24 de setembro de 2013

António de Lisboa

António CostaNa recta final desta campanha para Lisboa tudo se encaminha para que António Costa venha a ser reeleito Presidente da Câmara Municipal. Helena Roseta será a Presidente da Assembleia Municipal e o nº 2 de Lisboa será Fernando Medina.

Pode-se dizer que a nossa capital ficará em boas mãos e ficará melhor ainda se nas Juntas de Freguesia (Assembleias de Freguesia), que foram reestruturadas e objecto de uma verdadeira reforma da administração local alfacinha no mandato anterior, se conseguir um resultado que permita a gestão harmoniosa do nosso Concelho.

No entanto, para lá chegarmos, há que dar satisfação ao apelo de Costa que, directamente, se dirige aos seus eleitores dizendo que Precisa do seu voto no próximo Domingo. A abstenção não basta e as eleições só se ganham com votos favoráveis. As sondagens só têm valor no dia anterior e a nossa participação é fundamental.

Todos passamos por um momento especialmente difícil mas está na nossa mão, pelo menos naquilo que nos é mais próximo, tentar dar-lhe a volta.
LNT
[0.309/2013]

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Aderência (ou adesão) à submissão

Gunter GrassQuando Passos Coelho pede ao PS que adira à realidade fundamentando com "essa aderência à realidade revela que precisamos ainda de manter o rumo que temos seguido até hoje" deve estar a referir-se à realidade virtual que o ilumina e que tem guiado Portugal para uma realidade que ninguém quer.

O rumo que o Governo Coelho/Portas tem seguido até hoje, e que até já foi repudiado pelo seu primeiro e principal mentor (Vítor Gaspar) conforme deixou bem expresso na carta de demissão que fez publicar para conhecimento de todos, é uma fantasia destinada a empobrecer uma Nação com o intuito único de a tornar mais pobre e mais servil ao serviço de interesses esclavagistas nacionais privados e de outros internacionais tendencialmente hegemónicos.

O Partido Socialista não pode por isso aderir a essa realidade, porque não é a realidade que os portugueses pretendem perpetuar.

Se é verdade que, em coerência, pareceu precipitado o anúncio do repúdio de um Orçamento do Estado sem conhecer o seu conteúdo, também é verdade que as linhas já anunciadas para a construção desse OE são as que mantém o rumo seguido até hoje e esse rumo (e o objectivo a que se propõe) só podem receber o anúncio irrevogável de não adesão.
LNT
[0.287/2013]

domingo, 7 de outubro de 2012

O valor dos votos

Cadeiras Assembleia da RepúblicaSe a proposta do PS fosse só a de reduzir o número de Deputados, também eu não concordaria, mas não é. A proposta do PS será para alterar a Lei Eleitoral, coisa que se sabe imprescindível se não quisermos ver a democracia morrer de tédio.

Lá iremos quando a proposta for apresentada e ficarmos a saber o que ela contem.

Para já e sobre a habitual demagogia que estes assuntos sempre fazem despoletar:

Vivemos em democracia. Cada vez em menos democracia, mas ainda assim baseados em resultados eleitorais obtidos em sufrágio livre, secreto e universal. O argumento que se tem ouvido é o de que os “Partidos do centrão” pretendem extinguir a representação das minorias na Assembleia da República.

Esta conversa demagógica pretende dar a entender que o PS e o PSD têm alguma coisa não democrática que os faz ter os votos que o CDS, o BE, o PCP (e outros) não têm. Faz acreditar que há votos que são depositados nas urnas por eleitores que não são em tudo iguais a todos os outros. Faz acreditar que o CDS, o PCP, o BE (e outros) só não têm mais votos porque vivemos numa democracia que não tem cidadãos com igual valor.

Os defensores do mínimo fariam melhor, em vez de entrarem no habitual ataque a tudo que o Partido Socialista apresenta (mesmo sem conhecerem o que irá ser apresentado), se transformassem o seu mínimo em mais um pouco e se entendessem que compete aos cidadãos eleger os deputados que entenderem.

Não tenho dúvidas que se o CDS, o PCP, o BE (e outros) apresentarem melhores e mais credíveis propostas que o PS e o PSD, conseguirão melhores resultados e com isso obterão mais deputados, inclusive mais, do que o PS e ou o PSD.

Para já é só o que tenho a dizer. Quando se conhecer a proposta, que acredito seja no sentido de melhorar a representação parlamentar e de aumentar a responsabilidade dos eleitos perante quem os elege, cá estaremos para a debater.
LNT
[0.484/2012]

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sindroma JSPS

SócratesO sindroma obsessivo José Sócrates Pinto de Sousa (JSPS) é o complexo português mais relevante deste início de século.

Os jornais (incluindo os televisivos), os comentadores (da comunicação social, da política, dos Blogs e outros) sempre que não têm argumentos para defender as ideias vigentes, retornam ao sindroma JSPS para desviar as atenções das políticas miseráveis que este Governo vem a aplicar desde que, pela mão do Presidente da República, assumiu o poder.

Os resultados, que começam a ter leitura clara, apontam para o desastre consequente das políticas que sucederam a Sócrates. (desemprego, falência, empobrecimento, liquidação da classe média, diminuição do tempo médio de vida, fim da igualdade de oportunidades e baixa das receitas - que garantiam a protecção social - na razão directa do aumento da carga fiscal). Querem fazer crer que se trata de uma mera consequência das políticas anteriores e escondem que são os propósitos das políticas actuais.

Insistem que o acordo do resgate é da responsabilidade de Sócrates (como se o resgate não se devesse a uma “santa aliança” do PSD/PCP/CDS/BE, que o obrigou, por ter sido chumbada a solução negociada por Sócrates com os nossos parceiros europeus e que não obrigava às medidas de destruição económico-social que vieram a ser impostas pela Troika) ou como se as medidas “para além da Troika” não fossem o “custe-o-que-custar” que orienta o pensamento revanchista, desigual e prepotente com que a dupla Coelho/Portas está a destruir o que resta, no nosso País, do conceito social-democrata de cidadão europeu.

O sindroma obsessivo JSPS revela-se uma doença desviante produzida por quem não tem coragem de assumir que as actuais políticas de sofrimento impostas ao povo português são propositadas e deliberadas. Alimenta-se com a prescrição de empobrecimento que a “santa aliança” defende, embora por razões diferentes:
- O bloco de direita por saber que é o caminho que pretende;
- O segmento de esquerda porque sempre apostou na política do “quanto pior, melhor” para poder continuar a exercer a demagogia sem nunca assumir a responsabilidade do poder.

Escrevo isto com o à-vontade de quem nunca aplaudiu muitas das políticas seguidas pela liderança anterior do Partido Socialista e com o desprendimento de quem sempre se bateu para que houvesse melhor senso na aplicação dos recursos postos à disposição.

Escrevo-o porque sei distinguir o impacto e a responsabilidade de algumas políticas mal orientadas anteriormente daqueles que, com que o descalabro desta gestão propositadamente destrutiva, aniquilam todos os avanços sociais que se produziram em Portugal desde que deixámos de “estar orgulhosamente sós” e nos inserimos na Europa.
LNT
[0.310/2012]

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dranguilos

Caneca EuropaPortugal, França e Grécia (por esta mesma ordem de importância) mantiveram-se no Euro.

Portugal, onde SCUT deixou de querer dizer “Sem Custos para o Utilizador” que era como quem dizia “Com custos para os utilizadores e não utilizadores” manteve-se no Euro graças às botas de Cristiano e deixou provado que o gel dos penteados em bico inviabiliza a utilidade da cabeça no encaixe dos esféricos.

França, onde SARKOS deixou de querer dizer “Sarna e Kaos” que era como quem dizia “Com sarnentos tipo Vichy a Europa ia morrer mesmo ali” manteve-se no Euro graças aos votos dos franceses e deixou provado que a social-democracia europeia é a única forma de inviabilizar as pretensões do capitalismo selvagem de chutar a Europa para o canto.

Grécia, onde Syrizas deixou de querer dizer “Empréstimo a fundo perdido” que era como quem dizia “Quem já conseguiu um perdão de dívida consegue mais dois ou três” manteve-se no Euro graças ao reforço da vontade do seu povo cumprir as condições acordadas para evitar que a bancarrota reabra as portas às botas cardadas e aos fuzis.

Curiosamente estes três países mantêm-se também no relvado europeu onde a equipa Merkel insiste em confundir a geografia e não lhes dá sossego. Veremos se o campeonato se resolverá eliminando os bolas-de-berlim ou se o desempate terá de recorrer à técnica das grandes penalidades.
LNT
[0.298/2012]

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Vendo as coisas por esse ângulo...

Canecas Torres Eiffel e de BelémA maior sorte dos portugueses, principalmente daqueles que ficaram em casa a chorar e a repetir que “eles” são todos iguais, em vez de irem votar, foi a de que Sócrates teve de se exilar em Paris para, a partir daí, fazer de conta que não está vivo e a de Coelho ter conseguido, a custo, que Portas entrasse na bolina desta nau sem rota traçada.

Se assim não fosse, provavelmente o José andaria por aí a dar conta do País enquanto que os trabalhadores trabalhavam e pagavam impostos em vez de termos o Pedro e Paulo a darem conta do País mas poupando no trabalho e nos impostos por desocuparem os trabalhadores. Provavelmente os jovens andavam a gastar o nosso dinheiro a oportunizarem-se, a mestrarem-se e a doutorarem-se em vez de emigrarem em busca de sustento. Provavelmente os funcionários públicos continuariam a ter um corte no salário em vez de terem um corte no salário e mais os outros nos 13º e 14º mês. Provavelmente não teríamos a oportunidade de pagar impostos tão altos porque o Presidente da República, em vez de fazer discursos para inglês ver, iria fazer discursos a decretar que há limites para os sacrifícios.

Se Sócrates andasse por aqui, em vez de andar por lá, provavelmente tínhamos o Pedro e o Paulo a continuar a dizer, a partir das bancadas da oposição parlamentar, o contrário de tudo aquilo que estão a fazer e continuávamos sem saber quem era um tal Victor que vivia na Europa central, um tal Álvaro que vivia para as bandas do Alasca, ou uma tal Cristas que vivia por aí mas ninguém dava por ela. O Mota andava de Vespa em vez de Audi e todos nós continuávamos a viver acima das nossas posses em vez de empobrecermos, custe o que custar.

Provavelmente Merkel seria mais feliz por mandar num cábula rabino que a fazia rir, do que num manteigueiro e num cromo que só a fazem chorar.

Ainda bem que a maior parte dos portugueses se deixou ficar a lamentar que “eles” são todos iguais e que, os poucos que o não fizeram, escolheram mandar o Sócrates para longe. Se o não tivessem feito podíamos morrer a rir das partidas e armadilhas que os pasquins lhe montavam enquanto que assim vamos morrer sérios, pobretanas, asseadinhos e tristonhos como compete a um portuguesinho que se preze.
LNT
[0.246/2012]

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Não são uns que ganham, são os outros que perdem

SarkozyAo contrário da maior parte dos analistas, talvez por não ser um, não me traz especial preocupação que Marine Le Pen tenha conseguido quase 19% nas eleições presidenciais. Antes pelo contrário, prefiro ter um Partido de extrema-direita onde estão todos os seus defensores e que aí se fazem contar do que ter os agentes da direita mais ou menos infiltrados nos Partidos democráticos escudando-se dessa forma e agindo pela calada.

Aliás, sendo claro e mantendo as necessárias distâncias entre o que move a extrema-direita e os democratas portugueses: Os extremistas Le Pen estão para Sarkosy como muitos socialistas e elementos de outras esquerdas portugueses estiveram para Alegre. Lá, haverão muitos que não votarão em Sarkosy como cá muitos fizeram saber (e outros disseram-no à boca pequena) que nunca votariam em Alegre.

Para já, os que perderam por não terem ganho, como diriam a maior parte dos analistas políticos portugueses de direita, são os que estão em pior posição e se as esquerdas francesas não forem tão infiltradas nem tão adeptas da terra queimada como são as portuguesas e se conseguirem perceber, sem terem de passar por aquilo que nós estamos a passar, que mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, Sarkosy poderá estar de malas aviadas para bem dos franceses e da ideia de União Europeia que a dupla Sarkosy-Merkel tudo tem feito para aniquilar.
LNT
[0.230/2012]

domingo, 20 de novembro de 2011

O contra-senso

Bomba máscaraO projecto europeu é uma ideia social-democrata. Baseia-se nos princípios sociais-democratas europeus (Internacional Socialista) e consiste numa federação social e económica das nações europeias.

A direita (que agora se diz liberal) sempre foi contra este projecto e mesmo os eurocépticos só admitiram que ele pudesse andar porque o viam como uma forma de suportar a globalização.

A direita sempre detestou que as sopeiras se vestissem como as meninas da casa e que os pobres pudessem engarrafar as auto-estradas onde eles queriam circular sem impedimento.

Os pobres, os ex-remediados que gostam de ser considerados classe média, perdem-se de amores pela aparência e, ao vestirem as camisolas da moda - laranjas e azuis, sentem-se em pé de igualdade. Pensam que o canudo e o cartão de crédito resolvem o resto.

Nunca repararam, como os espanhóis estão à beira de não reparar, que é um contra-senso ter uma Europa com um projecto social-democrata (em Portugal e em Espanha, PS e PSOE, respectivamente) e ter um poder que o odeia e tudo fará para o destruir e, tal como já aconteceu em França, na Alemanha, na Grã-Bretanha, em Portugal e por aí fora, vão dar mais uma ajuda ao fim do projecto social fazendo também a Espanha voltar à direita.

É um contra-senso que fará a Europa continuar no retrocesso humanista e civilizacional e que só terminará quando se voltar a reconhecer na rua, pela indumentária, quem é o assalariado e quem é o patrão.
LNT
[0.528/2011]

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vemo-nos gregos

Cão OssoQuando Mário Soares teve de recorrer ao FMI para não nos vermos gregos, tratou igualmente de fazer Portugal entrar na CEE e aí ir buscar as verbas que permitiram pagar ao FMI e dar gás ao pai do monstro, nosso actual presidente e senhor.

Quando Sócrates o fez porque uma coligação do CDS/PSD/PCP/BE o obrigou a tal, o pai do monstro, invejando os gregos e alucinando com os "mercados", destabilizou o que restava da política e levou o Coelho ao colo, mesmo sabendo que a tradição dos ovos láparos é uma tontice inventada para comemorar o milagre da ressurreição.

São estas diferenças de perspectiva que nos trouxeram até a este Portugal Pequenino.

São elas que determinaram que Portas ande de boné na mão a correr atrás do ditador populista venezuelano, que Coelho tenha aprendido contorcionismo para caber no bolso dos trocados do casaquinho da nova Heidi europeia e que o Cherne continue a alimentar-se do que lhe resta da baba de camelo conseguida na tenda do beduíno.

Nós, os zombies mortos-vivos, cada vez nos vemos mais gregos com tudo isto.
LNT
[0.491/2011]

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Utopias

BoteroAinda não consegui voltar à militância política activa (material, porque nunca deixei a electrónica).

A vida político-partidária que tanto me entusiasmou até aos inícios do presente século e que tanto me desiludiu na segunda parte da última década continua arquivada num monte de papeis que guardo à espera de fazerem História.

Depois dos tempos negros que fizeram Ferro Rodrigues partir para a diáspora, depois da calúnia, das jogadas de bastidores, da tomada do poder pelos mastins, da instalação dos patos-bravos nos comandos do novo-riquismo baseado no deslumbramento, nos gadjets e na teoria de que a imagem se sobrepõe à vida real, é difícil regressar à luta e ao combate pelas ideias e pela máxima de que a política é uma forma nobre de servir os outros.

Ando para aqui meio moribundo à espera de que a política saia da promiscuidade dos interesses e mantenho-me pessimista por não a ver dar o salto para os projectos de bem-estar e de esperança que os políticos da anti-ideologia esconderam no fundo da gaveta.
LNT
[0.429/2011]

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os ricos nunca pagam as crises

DecomposiçãoPelos resumos que pude observar ontem da apresentação do documento de Estratégia Orçamental 2011/2015 (em conformidade com o Acordo Ortográfico) feita pelo Ministro das Finanças, continuamos no caminho habitual de fazer recair sobre os que produzem toda a carga de esforços até que nada mais lhes sobre para que, com os rendimentos da sua produção, continuem a sustentar a fraca economia do País.

Chama-se a isto caminhar para o precipício.

Mais impostos para os do costume, igualdade de tratamento fiscal para os de maiores e menores rendimentos, mais desemprego somando-lhe agora uma multidão de trabalhadores da Administração Pública a quem já se tinham reduzido o vencimento e congelado todas as perspectivas de progressão de carreira e remuneração, corte das prestações sociais e manutenção do estado de favor da obesidade nos gastos públicos.

Nada de novo, a não ser o reconhecimento actual de que a crise europeia e mundial são factores de insucesso da recuperação portuguesa.

Dado que o impossível só existe enquanto não se descobrir a possibilidade e que a criatividade para a atingir anda longe destes senhores que nunca vão além das useiras e vezeiras receitas, não será desta que nos afastaremos do caminho do mal e o sistema em que estamos mergulhados continuará a impedir que sejam os ricos (os únicos que beneficiam) a pagar a crise.
LNT
[0.337/2011]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Islandiarizar, se for preciso

Gil Teixeira Lopes
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos
Não sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de regime. Acredito na democracia como regime e bater-me-ei, sempre, para que esse seja o regime português.

Sou daqueles que defendem que precisamos de mudar de democracia. Sou também daqueles que defendem que, se os Partidos que formam esta democracia insistirem em produzir os bonecos que nos oferecem para ir a votos, vai ser necessário islandiarizar a classe política, os actuais Partidos e os mecanismos democráticos.

Sou daqueles que defendem que só é possível mudar se nos deixarmos do "eles" e do "nós" para passarmos a ser o "todos nós, Nação" com cidadãos participativos, envolvidos na busca de soluções e no repúdio ao determinismo e ao imobilismo.

Sou daqueles que defendem que a arma está no voto e que, quando entender que esse voto é inútil por não me rever em quê e em quem votar, saberei participar na construção de alternativas.

Sou daqueles que não votam em Sócrates, mas sim no Partido Socialista (e até tenho a sorte de votar em Eduardo Ferro Rodrigues que é o cabeça de lista do meu distrito) mas que entendem que compete aos Partidos políticos elegerem os seus dirigentes e que não é regra da democracia negar negociações de regime tendo como argumento os titulares que lideram os Partidos democráticos.

Sou daqueles que se estão nas tintas para os juros que os especuladores dos mercados fixam porque acredito que temos de ser capazes de trabalhar e produzir de forma a evitar pedir dinheiro para pagar a nossa preguiça e o nosso deslumbramento consumista.

Sou daqueles que combatem o subsidio para não-produzir e que não vivem da semente subsidiada para produzir o subsídio na não-colheita.

Sou daqueles que não acreditam nos bruxos que já disseram tudo e o seu contrário e que por isso têm sempre razão embora, quando foram chamados a apresentar e implementar soluções, tenham sido tão ineficazes e incapazes como todos os outros que criticam.

Sou daqueles que se recusam a olhar para os outros sem primeiro olhar para mim.
LNT
[0.144/2011]

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Labreguices

Burro1. Passos Coelho referiu, em tempos, que num almoço (ou jantar) "comicieiro" na Madeira um finlandês o terá abordado para lhe dizer que: "esperava que a conta daquele almoço não tivesse de vir a ser paga pelos seus impostos na Finlândia". Passos Coelho, que pretende ser Primeiro-Ministro de Portugal, não informou o que terá respondido mas entende-se que não lhe deu a única resposta possível perante a arrogância e que seria a de que os finlandeses, o FMI e outros, não estão a fazer caridade mas sim um negócio, um dos mais prósperos e antigos negócios que consiste em emprestar dinheiro em troca de mais dinheiro (o dinheiro + os juros). Ficou patente a labreguice de quem nos pretende representar como dirigente do executivo da República.

2. A estória de fazer de Basílio Horta o cabeça de uma das listas distritais do Partido Socialista é uma habilidade política, mais uma, que só serve para manter o rumo do desprestígio da política nacional. Não porque Basílio Horta não seja um excelente cidadão que mereça todo o respeito, mas pelo desrespeito que representa entregar a representação programática de um Partido na mão de um cidadão que nela não se revê. A labreguice não se dirige a Basílio Horta mas sim a quem o escolheu.

3. Fernando Nobre continua na senda da asneira. Depois de ter dado o dito por não dito atrelado à "supremacia dos independentes" e ao desconhecimento das regras constitucionais, o que é grave para quem pretendeu ser Presidente da República, declara agora (noticiários da manhã) que depois das eleições saberá se há condições ou não para ser "nomeado" Presidente da Assembleia da República. Notem bem, "nomeado" quando o cargo é de eleição entre os seus pares. Não há limites para a labreguice em que estamos mergulhados.

Depois admiram-se que lá fora nos percepcionem como labregos, não no sentido de aldeões, mas no de rudes e de grosseiros.
LNT
[0.132/2011]

quarta-feira, 16 de março de 2011

Os pastéis estão servidos

Mona Lisa A Gioconda portuguesa não deixou que o nosso Primeiro se ficasse pela ameaça .

Picou-o até que dissesse qual era o limite para que daí resultassem os títulos de hoje, um entretém.

Afinal não será necessária a confiança.
Ficou claro que há mínimos.

Façam o favor de se chegarem à frente.

Nós, os do costume, cá estaremos para apanhar a lambada.
Mantemos a peça em cena mas passamos da comédia para a tragédia.
LNT
[0.089/2011]

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Com um escafandro

EscafandroO que mais gostei na entrevista que o Paulo Portas fez ontem à Judite de Sousa foi aquela coisa da soberania nacional passar pela nossa capacidade submarina.

Penso que já todos sabíamos que o patriotismo de Portas residia no periscópio mas, agora que ele o disse, ficamos mais sossegados.
LNT
[0.434/2010]