Consta na imprensa internacional que Hollande, ao contrário do resto da rapaziada que tem andado por aí nos últimos anos, não beijou Merkel. Bom sinal, diz que é entendido nisto dos beijos políticos, porque o Mundo precisa de higiene e as trinta moedas rareiam à medida que os Judas se multiplicam.
Hollande que, tal como Durão Barroso, sabe falar bom francês, mas que ao contrário do Presidente do Conselho da Europa, não toca piano, nem é um gato maltês, foi a Berlim marcar a diferença. Quem esteve atento aos discursos de um e outra pôde notar o respeito que Hollande mostrou ao povo grego em contraste com o habitual dedo em riste que Merkel apontou a Atenas. Quem não deu por isso faça o favor de rever a conferência comum e anote.
Gostei do primeiro dia do novo Presidente da V República francesa.
Fez-me crescer a esperança para que, apesar de raios e coriscos, volte a despontar a ideia europeia baseada nos conceitos de fraternidade e solidariedade rompendo com a teoria da supremacia ensaiada pela dupla franco-germânica que agora enviuvou.
Gostei de ver que Hollande se molha quando está à chuva ao contrário dos líderes da União que se escapam por entre as gotas que caem do céu.
Gostei de saber que o raio que atingiu o avião de Hollande ao cruzar a fronteira alemã não só não o derrubou como também não evitou que ele cumprisse a agenda que tinha determinado.
Gostei de saber que Sarko não assistiu à tomada de posse do único Presidente que nesta República Francesa conseguiu vencer um Presidente da República que lutava pela reeleição. Confirmou que os franceses tiveram razão quando o despediram abrindo-lhe, segundo a filosofia de Passos Coelho, uma janela de oportunidades.
Gostei das palavras que Hollande disse em todas as intervenções de ontem. Dão-me ânimo para poder responder aos que continuam a desconhecer que o combate à política do capitalismo selvagem se faz com a política global da social-democracia europeia reunida na Internacional Socialista, que afinal há esperança e que a Europa provavelmente não morreu. Só precisa de menos beijos e de mais coluna vertical.
LNT
* Inspirado na hard rock band "Kiss"
[0.266/2012]
Hollande que, tal como Durão Barroso, sabe falar bom francês, mas que ao contrário do Presidente do Conselho da Europa, não toca piano, nem é um gato maltês, foi a Berlim marcar a diferença. Quem esteve atento aos discursos de um e outra pôde notar o respeito que Hollande mostrou ao povo grego em contraste com o habitual dedo em riste que Merkel apontou a Atenas. Quem não deu por isso faça o favor de rever a conferência comum e anote.
Gostei do primeiro dia do novo Presidente da V República francesa.
Fez-me crescer a esperança para que, apesar de raios e coriscos, volte a despontar a ideia europeia baseada nos conceitos de fraternidade e solidariedade rompendo com a teoria da supremacia ensaiada pela dupla franco-germânica que agora enviuvou.
Gostei de ver que Hollande se molha quando está à chuva ao contrário dos líderes da União que se escapam por entre as gotas que caem do céu.
Gostei de saber que o raio que atingiu o avião de Hollande ao cruzar a fronteira alemã não só não o derrubou como também não evitou que ele cumprisse a agenda que tinha determinado.
Gostei de saber que Sarko não assistiu à tomada de posse do único Presidente que nesta República Francesa conseguiu vencer um Presidente da República que lutava pela reeleição. Confirmou que os franceses tiveram razão quando o despediram abrindo-lhe, segundo a filosofia de Passos Coelho, uma janela de oportunidades.
Gostei das palavras que Hollande disse em todas as intervenções de ontem. Dão-me ânimo para poder responder aos que continuam a desconhecer que o combate à política do capitalismo selvagem se faz com a política global da social-democracia europeia reunida na Internacional Socialista, que afinal há esperança e que a Europa provavelmente não morreu. Só precisa de menos beijos e de mais coluna vertical.
LNT
* Inspirado na hard rock band "Kiss"
[0.266/2012]