"a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao Presidente da República".
[0.060/2022]
O Presidente da República só teve um aviso relevante uma vez
que todo o resto foi conversa em família e, como quase todas as conversas em
família, limitou-se à moral e aos bons costumes.
Marcelo avisou a Nação que não perdoará a Costa um abandono
do Governo antes do fim do mandato.
António Costa, à conversa em família, tudo respondeu com a
amizade e o respeito que as famílias merecem. Em relação ao aviso fingiu não o
ter ouvido.
Não respondeu, nem fez aparte. Passou adiante como quem
passa por vinha vindimada.
Com o seu silêncio avisou Marcelo que quem vier a seguir que se governe porque ele governará enquanto tiver de governar.
Pela primeira vez vai haver um Orçamento de Estado aprovado
por maioria absoluta obtida por sufrágio directo, popular, universal e secreto.
Lembram-se certamente, até pela polémica trocista criada pelos
comentadores e políticos, de Costa ter acabado um debate com a imagem da capa do
Orçamento de Estado.
Dizia-se então que aquilo tinha sido um erro crasso e a
galhofa ouvia-se por ele ter passado a mensagem de que competia à
universalidade dos eleitores explicar aos então eleitos que estavam errados
quando chumbaram o último OE na Assembleia da República.
Agora não há dúvidas e os comentadores podem engolir o sarcasmo.
Todos os Deputados, à excepção do Grupo Parlamentar do PS,
estavam errados.
Os portugueses, em democracia directa, aprovaram o OE por
maioria absoluta.
Só falta levá-lo de novo à Assembleia da República para o formalizar.
Até a Acácia do André o pode comprovar porque foi ao funeral de todos eles.
Leio e vejo por aí que anda muita gente com fornicoques por um alegado candidato a primeiro-ministro, coisa que me faz fornicoques a mim que no dia 30 estou a pensar votar só para os deputados à Assembleia da República, ter mostrado a capa do Orçamento de Estado no fim de um debate.
A coisa pode parecer
fora do contexto, mas é a mensagem mais clara que até hoje vi.
Pena não ter tido
legendas e haver quem se fique nos fornicoques para inventar que o “alegado” estaria alucinado pelo debate e por isso acenou com um documento “ainda
por cima reprovado”, que horror.
Se aquele trecho mudo tivesse legendas havia de se ler: “Se votarem no PS e lhe derem poder maioritário este documento é para ser aprovado e têm hipótese de dizer aos que o chumbaram que estavam errados”.
Reconheço que a
legenda seria demasiado longa, mas não custa nada fazer o esforço para a tentar
ler.
Ora, vamo lá a ver!
Sei que Costa não tem
de responder a Rio, nem mesmo quando ele se pika.
Mas aquela de Costa
não ter imediatamente explicado ao pikado que, em geral e em todo o Mundo, um
vôo de escala é mais barato do que um vôo directo, não há “vamo lá a ver” que o
safe de não ter ganho mais um ponto.
A demagogia (e a
ignorância) é sempre evitável, mas se for demagogia pikada só serve, no caso de
vôos, para acabar em aterragens forçadas.
Já agora fica um link para tentar entender porque que é que um vôo de escala é mais barato (e para
isso bastava referir que, em termos de deslocações, tempo é dinheiro) e quais
os encargos a que as empresas de aviação estão obrigadas no caso das escalas
não correrem bem.
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.”
O pedido de casamento fez-se há uns meses na margem
sul entre bólides a cheirarem a novo e acepipes engordurados de pasteis de
bacalhau. A boda foi marcada ontem com juras de felicidade eterna e crocantes
pastelinhos de Belém.
O repasto será servido no centro cultural do
cavaquistão animado com a banda da presidência portuguesa europeia e terá por
prato principal o xarope boticário anti-SarS-Cov2 servido em agulha fina,
algodão de trufas e juice de proteína spike, regado com um albardado cirúrgico
branco e azul, colheita reserva de 2020.
Terminada a cerimónia os nubentes partirão para a lua
de mel de oito meses nos alicerces da barragem que fará o rio deixar de correr
e hão-de saltitar de nenúfar em nenúfar na extensa albufeira a formar até que o
guarda do caudal da quota máxima grite que chega.
As portuguesas e os portugueses irão embebecer-se com
os afectos e ternuras demonstradas na praça pública e entusiasmar-se com as sensuais cenas onde serão exibidas mamocas por cada pica dada.
No divórcio litigioso que se seguirá Outono dentro
todos os convivas rejubilarão com as revelações das diatribes e traições às
juras de amor e confirmarão que todas as fábulas findam com a frase:
E viveram felizes para sempre até que uma facada nas
costas os separou.