[0.133/2008]CoerênciasComo se sabe, o referendo é coisa que, salvo raros casos locais, é considerado nesta casa como uma aberração da democracia.
Serve essencialmente para que meia dúzia de comentadores oficiais
(não eleitos, logo só representantes de si próprios) tenham tempo de antena e possam dissertar sobre o sexo dos anjos. Os resultados práticos são conhecidos e não houve, até hoje, qualquer referendo em Portugal que tivesse atingido a quota mínima que o fizesse vinculativo.
Mas…
Esta casa não foi submetida a eleições e por tal não está obrigada a um programa sufragado. Se o tivesse sido, nunca teria lá incluído o referendo porque o acha uma aberração. Raciocínio simples, parece.
No entanto, se por acaso o tivesse incluído, agora, mesmo não o aceitando com agrado, fá-lo-ia porque o dono desta casa se considera uma pessoa de bem.
E também, caso o barbeiro fosse deputado…
teria feito como
António José Seguro que na AR votou, invocando objecção de consciência, a favor do referendo, ou não querendo ser tão radical, como
Manuel Alegre que, por ser Vice-Presidente da AR tem maiores responsabilidades, abstinha-se apresentando uma declaração de voto.
Sabe-se que a coerência, a ética e honra da palavra dada são bens raros neste tempo em que o valor zero prevalece, o que justifica a estranheza que estas duas atitudes causaram em tantos comentadores.
LNTRastos:
-> António José Seguro
-> Manuel Alegre
-> Loja das Ideias