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sábado, 16 de setembro de 2017

Ide gamar


Um lisboeta contrata uma empresa para lhe fornecer um serviço e quando olha em detalhe para a factura percebe que mais de 50% do valor que tem a pagar não é do serviço que contratou mas sim de taxas camarárias, algumas das quais arrecadadas em duplicação.

Falo da factura da EPAL que funciona como disfarce da voracidade municipal no arrecadar de receitas duplicando o valor da notificação emitida pela Câmara Municipal de Lisboa para a Taxa de Saneamento (o que já é uma alarvidade sobre a alarvidade do IMI) e que com estas parcelas, escandalosamente diluídas na água dos alfacinhas, tributa o mesmo saneamento uma segunda vez.

Como é possível que a conta do fornecimento do serviço apresente o valor da água de 23,49 Euros e a soma das taxas municipais e IVA (e um “serviço” que não se sabe o que é) sobre esse consumo seja de 32,03 Euros?

Entretanto candidatam-se uma dúzia de maduros à Presidência da Câmara e nos debates públicos travados entre eles para conseguirem os votos que precisam para alcançar os seus objectivos nunca constam os assuntos respeitantes ao desvalijo com que sujeitam aqueles a quem pedem o voto.

Distraem-nos com boquinhas de casos e casas das suas vidinhas e invejas enquanto as suas mãos não saem dos bolsos dos lisboetas.

Ide gamar para a estrada!
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.063/2017]

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aos 31 minutos

Desemprego

"Eu gostaria muito que fosse mais porque 14,8% de desemprego é um ... um desemprego muito elevado, é um desemprego muito elevado.

menhããã, portanto não há dúvida nenhuma, tenho dito várias vezes, a taxa de desemprego é talvez a coisa mais dramática que nós temos em Portugal, quer pelo que representa para todos aqueles que estão desempregados, uma perda muito grande, não é só uma perda financeira, é realização profissional também, de dignidade, nhum,nhum, da maneira como se inserem na sociedade esse é um custo elevadíssimo, mas é também um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido se elas tivessem a trabalhar portanto é um resultado, é um resultado negativo."

Principalmente a ênfase em: “um custo para a economia porque ter tantas pessoas desempregadas significa evidentemente que não estamos a tirar o proveito devido

Um artista português que sabe que o País só está melhor porque os portugueses vivem em confisco e, por isso, estão pior. Palavras para quê?

Impostos

LNT
[0.136/2014]

sábado, 6 de outubro de 2012

Capitalismo de Estado

Bandeira de Xadrez
A primeira prova que já estamos no fascismo de estado é a apropriação que está a ser feita do nosso património e que nos obriga a pagar a renda de uma casa, em sede de IMI, embora teoricamente a casa continue a ser nossa.

A segunda prova já se tinha quando fizerem a apropriação dos nossos ordenados.
LNT
[0.480/2012]

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A roubalheira no seu pior

AlgemasTal como imaginava (e estou convencido que irá passar-se o mesmo quando for a altura de liquidar o IRS de 2011), e já o tinha dito neste Blog quando o sonolento Gaspar das Troikas anunciou o segundo roubo do ano 2011 (Imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal), o cálculo que foi feito para os descontos da CGA e para o IGFSS (Segurança Social) sobre o subsídio de Natal fez-se com base no valor bruto do vencimento e não sobre o valor bruto menos a sobretaxa de IRS que foi aplicada.

Quer isto dizer que não lhes basta roubar o que anunciam mas ainda roubam sobre aquilo que não pagam.

Estamos a lidar com bandoleiros. Ainda têm a lata de falar do Sócrates.
LNT
[0.518/2011]

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Assombrações e delírios

MorteCom o medo que assola os nacionais cada vez que se anuncia uma intervenção do Ministro dos Impostos na comunicação social, fiz mal em me ter repimpado na poltrona para ouvir a converseta do Vítor Gaspar.

Fiz mal, por duas razões, a saber:

1ª – Porque não resisti a adormecer com o palavreado ritmado, codificado em economicês; e
2ª – Porque antes de adormecer fiquei incomodado com a ideia de que ele está mesmo convencido que é esfolando os portugueses até ao osso, ou à maneira do Forte Apache – arrancando-lhes o escalpe - que vai conter os gastos de importação e a concessão de créditos ao consumo.

O Ministro dos Impostos recusa-se a ser um Ministro das Finanças.

O Ministro dos Impostos, mesmo com o humor que se lhe conhece, é implacável na sua linguagem de trapos e esperto suficiente para falar com um sotaque que deixa aqueles que espolia, espoliados também das suas razões. O Ministro dos Impostos já aprendeu com Pedro, o Incendiário, a dizer uma coisa de manhã e outra à noite. O Ministro dos Impostos usa a técnica do soporífero para nos deixar em estado de contemplação e anestesia. O Ministro dos Impostos devia formar uma seita religiosa daquelas que põem os crentes a puxar pelos cabelos antes de terem desmaios para que lhes possam ir ao bolso enquanto deliram com as mãos ocupadas.

O diz que disse:
Traduz uma necessidade de prudência, dada a inexistência de margem de fracasso.
(Conferência de Imprensa 2011.07.14)
Seria inaceitável estar a pedir sacrifícios aos portugueses por razões de prudência.
(Entrevista à SIC de 2011.09.06)
LNT
[0.354/2011]

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os ricos nunca pagam as crises

DecomposiçãoPelos resumos que pude observar ontem da apresentação do documento de Estratégia Orçamental 2011/2015 (em conformidade com o Acordo Ortográfico) feita pelo Ministro das Finanças, continuamos no caminho habitual de fazer recair sobre os que produzem toda a carga de esforços até que nada mais lhes sobre para que, com os rendimentos da sua produção, continuem a sustentar a fraca economia do País.

Chama-se a isto caminhar para o precipício.

Mais impostos para os do costume, igualdade de tratamento fiscal para os de maiores e menores rendimentos, mais desemprego somando-lhe agora uma multidão de trabalhadores da Administração Pública a quem já se tinham reduzido o vencimento e congelado todas as perspectivas de progressão de carreira e remuneração, corte das prestações sociais e manutenção do estado de favor da obesidade nos gastos públicos.

Nada de novo, a não ser o reconhecimento actual de que a crise europeia e mundial são factores de insucesso da recuperação portuguesa.

Dado que o impossível só existe enquanto não se descobrir a possibilidade e que a criatividade para a atingir anda longe destes senhores que nunca vão além das useiras e vezeiras receitas, não será desta que nos afastaremos do caminho do mal e o sistema em que estamos mergulhados continuará a impedir que sejam os ricos (os únicos que beneficiam) a pagar a crise.
LNT
[0.337/2011]

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Gamanço do 13º mês for dummy’s

LivrosUm cliente entrou na Barbearia e, como aqui tudo segue o modelo tecnológico, quis consultar o Portal do Governo para ler o manual que o Ministro das Finanças distribuiu aos jornalistas de forma a poder mandá-los ler aquilo que ele não queria explicar aos contribuintes.

Estou a começar mal, vou tentar dizer isto por outras palavras.

O Senhor Ministro das Finanças, Vitor Gaspar, convocou ontem uma conferência de imprensa para explicar aos jornalistas o último cozinhado da roubalheira a que chamou "uma necessidade de prudência" (imponderabilidade do risco actual). Esqueceu-se de que os jornalistas de hoje não são só dos jornais e que as conferências de imprensa não são só dirigidas aos jornalistas uma vez que são transmitidas, em directo, pelas televisões. Sempre que mandou os jornalistas ler as páginas X, Y e Z do manual "Gamanço do 13ª mês for dummy’s", esqueceu-se que os interessados (os gamados) não o tinham. Por isso, um dos clientes que entrou nesta barbearia acedeu ao Portal do Governo pelo botão que está na parede da direita deste Blog e deu de caras com as carinhas larocas do Sócrates e Comp.ª.

O homem ficou lívido. Ele, que era um daqueles clientes que sempre se sentou para o escanhoado a resmungar que se tinha de mandar o Sócrates para a Sobornne, para o Tibete, ou lá para onde fosse, desde que ele se fosse, ficou apopléctico. Quanto mais clicava no botão mais carinhas larocas lhe apareciam.

Protestou veementemente, como Gaspar havia recomendado a uma das suas interlocutoras, e os nossos serviços técnicos foram esclarecer se estávamos perante uma questão de cache (imaginava-se que sim uma vez que o assunto se prendia com mais uma entrada no bolso). Apurou-se que o endereço de acesso ao Portal do Governo (http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT) é Sócrates friendly e como tal não foi corrigido.

Nota: Até à correcção, se a estimada clientela pretender aceder ao novo e colossal elenco executivo, faça o favor de avançar por aqui.
Para aceder ao manual "Gamanço do 13º mês for dummy’s" é ir por aqui (directo ao manual) ou por aqui (através da converseta ministerial)
LNT
[0.279/2011]

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Sol e a colossal sombra

BiomboDa série dos chavões para o injustificável, o de hoje vai ser:
"Exceptuam-se os capitais para evitar que eles fujam"

Como todos os chavões justificativos para a pouca vergonha e para o roubo aos que tudo pagam em benefício dos que se julgam com direito a tudo, também este ignora a existência da Lei e a máxima de que, num Estado de Direito, ninguém está acima dela.

Sabemos que os capitais são apátridas. Por o serem não fogem. Movimentam-se sem preconceitos de fronteira e de Nação e funcionam onde lhes é mais rentável. Se ainda existem no nosso território é porque têm interesse em cá estar.

O Ministro das Finanças vai fazer a sua primeira "colossal" acção de propaganda e vai-nos tentar convencer que os poucos capitais que permanecem em Portugal estão na mão de beneméritos que, por o serem, têm de ser poupados aos sacrifícios impostos a todos os restantes cidadãos. Vai explicar, para justificar mais um assalto, a colossal incompetência da "trindade" que nos auditou deixando-se ludibriar pelo Governo cessante, como se ela não tivesse os instrumentos para não se deixar enganar e não os soubesse usar.

Esta colossal conferência de imprensa encriptada em economicês irá deixar marcas. Não se destina a quem vai pagar, porque a esses está garantida a retenção na fonte, mas sim aos que detêm a chave da desencriptação da mensagem que lhes garante haver ainda lugar a muito saque para seu proveito.

Quando o Ministro anunciar logo que quem trabalha ou trabalhou toda a vida vai ser chamado, de novo, para sustentar os lucros de uns quantos, confirmará a esses quantos que os seus direitos são intocáveis. Vai anunciar-lhes que não se devem preocupar, com a mesma calma com que um destes dias anunciará, colossalmente, que não se devem investigar e prosseguir os assassinos em série porque eles poderão fugir para voltar a matar.

O Sol quando nasce é para todos mas a sombra que dele protege só está reservada para alguns.
LNT
[0.276/2011]