O projecto europeu é uma ideia social-democrata. Baseia-se nos princípios sociais-democratas europeus (Internacional Socialista) e consiste numa federação social e económica das nações europeias.
A direita (que agora se diz liberal) sempre foi contra este projecto e mesmo os eurocépticos só admitiram que ele pudesse andar porque o viam como uma forma de suportar a globalização.
A direita sempre detestou que as sopeiras se vestissem como as meninas da casa e que os pobres pudessem engarrafar as auto-estradas onde eles queriam circular sem impedimento.
Os pobres, os ex-remediados que gostam de ser considerados classe média, perdem-se de amores pela aparência e, ao vestirem as camisolas da moda - laranjas e azuis, sentem-se em pé de igualdade. Pensam que o canudo e o cartão de crédito resolvem o resto.
Nunca repararam, como os espanhóis estão à beira de não reparar, que é um contra-senso ter uma Europa com um projecto social-democrata (em Portugal e em Espanha, PS e PSOE, respectivamente) e ter um poder que o odeia e tudo fará para o destruir e, tal como já aconteceu em França, na Alemanha, na Grã-Bretanha, em Portugal e por aí fora, vão dar mais uma ajuda ao fim do projecto social fazendo também a Espanha voltar à direita.
É um contra-senso que fará a Europa continuar no retrocesso humanista e civilizacional e que só terminará quando se voltar a reconhecer na rua, pela indumentária, quem é o assalariado e quem é o patrão.
LNT
[0.528/2011]
A direita (que agora se diz liberal) sempre foi contra este projecto e mesmo os eurocépticos só admitiram que ele pudesse andar porque o viam como uma forma de suportar a globalização.
A direita sempre detestou que as sopeiras se vestissem como as meninas da casa e que os pobres pudessem engarrafar as auto-estradas onde eles queriam circular sem impedimento.
Os pobres, os ex-remediados que gostam de ser considerados classe média, perdem-se de amores pela aparência e, ao vestirem as camisolas da moda - laranjas e azuis, sentem-se em pé de igualdade. Pensam que o canudo e o cartão de crédito resolvem o resto.
Nunca repararam, como os espanhóis estão à beira de não reparar, que é um contra-senso ter uma Europa com um projecto social-democrata (em Portugal e em Espanha, PS e PSOE, respectivamente) e ter um poder que o odeia e tudo fará para o destruir e, tal como já aconteceu em França, na Alemanha, na Grã-Bretanha, em Portugal e por aí fora, vão dar mais uma ajuda ao fim do projecto social fazendo também a Espanha voltar à direita.
É um contra-senso que fará a Europa continuar no retrocesso humanista e civilizacional e que só terminará quando se voltar a reconhecer na rua, pela indumentária, quem é o assalariado e quem é o patrão.
LNT
[0.528/2011]
13 comentários:
vou copiar. não fica chateado, pois não? eu referirei o autor e a fonte :-)
Vítor
Sirva-se, meu caro. Tudo o que existe neste Blog é partilhável.
Abraço.
Caro Luís,
Permito-me discordar. Penso ser factual que na origem da construção europeia está uma "aliança" de uma certa direita e de uma certa social-democracia, para livrar o continente da guerra endémica.
Abraço
Formulei uma teoria nova...
e tão tramada, que até tenho medo de a enunciar. (não vá ela ser verdade...)
Os espanhóis cometeram
os mesmos erro dos portugueses
porque afinal hoje elegeram
quem lhes provocará os reveses
Caro Porfírio,
Não diria que há discordância.
O que existe são perspectivas diferentes no enquadramento do texto que eu escrevi.
Enquanto me estou a referir à CEE e à UE, tu referes-te à CECA.
O meu raciocínio refere-se aos anos 90 e o teu aos anos 40/50.
Refiro-me a Maastricht e a Amesterdão e tu referes-te a Roma.
Refiro-me à Europa dos direitos dos cidadãos e do emprego e tu referes-te à Europa das indústrias pesadas e da guerra-fria.
Por isso, na minha perspectiva, mantenho o que escrevi.
Luís, eu diria que sim, que há discordância.
Nem comento essa ideia de que eu me refiro à CECA e à Europa das indústrias pesadas e da guerra-fria.
Mas é factual, historicamente, que a linha divisória entre europeístas e anti-europeístas não coincide assim tão perfeitamente com as famílias políticas.
Desculpe-me o reparo: O acerto do conteúdo não merece o contra-senso do contracenso.
Agradeço, anónimo. Foi lamentável e já está corrigido.
Obrigado.
Luís,
aqui do meu ponto de observação, parece-me que a ideia da paz é ainda fundamental e central na construção da Europa. Ainda outro dia o Helmut Schmidt fez um discurso excelente em que - no meio desta crise - apela à boa vizinhança e à responsabilidade da Alemanha para ser um bom vizinho.
E é verdade que tem havido alguns ataques ao Estado Social (curiosamente: a agenda 2010 foi feita pelo SPD, e diz-se que essas reformas foram fundamentais para a economia do país passar relativamente incólume pela depressão de 2008). Mas apesar de todas as reformas, de todas as poupanças, e apesar do problema grave de uma certa mentalidade de abuso da Segurança Social que infelizmente existe, a Alemanha continua a tratar muito bem os seus pobres. E tem um cuidado especial com os filhos dos pobres, para quebrar o ciclo vicioso da pobreza.
Tudo isto para dizer que o povo alemão não está a sofrer por aí além os resultados das políticas liberais. O mesmo não se poderá dizer das imposições que a Alemanha faz a outros países, obviamente.
Verdades boas, as que se vêem do seu posto de observação, Helena.
Principalmente as contidas no último parágrafo e o que isso significa de perigo para a paz, como refere no início deste seu estimável comentário.
Um dia destes hei-de traduzir o discurso do Helmut Schmidt. Ele está realmente preocupado com isso.
Força Helena.
Traduza e publique para que eu o vá lá roubar e o traga também para aqui.
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