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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

O nosso fado


Não nos bastava ter um Rei que um dia há-de voltar depois de ter partido para معركة القصر الكبير em busca de um sonho que nunca se percebeu e, na calha, um santuário de romaria para um santinho ditador que bateu as botas há mais de meio século.

Temos também um morto-vivo que de vez em quando abre as portas do Convento onde se entrincheirou e masca uma posta de bolo-rei para dar prova de vida depois de ter ressuscitado três vezes.

Ai Amália, recorda-nos lá, do jazigo Panteão que serve de refeitório à malta da Web Summit, as trovas de Homem de Mello:

Povo que lavas no rio / e talhas com o teu machado / as tábuas de meu caixão.
Pode haver quem te defenda, / quem compre o teu chão sagrado, / mas a tua vida não.
Fui ter à mesa redonda, / beber em malga que esconda / o beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste / água pura, fruto agreste / Mas a tua vida não.
Aromas, de urze e de lama, / dormi com eles na cama / tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço, / deste-me alturas de incenso, / mas a tua vida não.

LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.016/2019]