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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Contra os tabus, marchar, marchar

rebanhoA encenação circense do comunicado final do Conselho de Estado acabou por revelar mais um dos traços autoritários e de desrespeito que Cavaco tem pelos portugueses e pelos membros institucionais de um órgão que a Constituição (que Cavaco jurou cumprir e fazer cumprir) impõe.

Reconheço ser suspeito na defesa de Jorge Sampaio devido à amizade e camaradagem que já me levaram a consigo partilhar muitos momentos políticos nos últimos quase quarenta anos, mas essa suspeita não evitará que deixe testemunhado o seu perfil frontal e íntegro, o que o impede de dar cobertura aos joguinhos provincianos e tacanhos de Cavaco Silva.

Ao ler o título do I percebo bem a revolta de Sampaio e entendo que não lhe seja possível deixar passar impune um comunicado castrador feito pelo presidente da República em relação às matérias que foram abordadas no último Conselho de Estado. Note-se que Sampaio não quebra o sigilo a que está obrigado, antes se limita a insurgir-se com a falta de verdade contida nas omissões de Cavaco.

O protesto "com fúria" de Sampaio referido no I é próprio da verticalidade de um homem bom e de bem que não se deixa submeter.

Fico-lhe mais uma vez agradecido pela sua recusa de aceitar como inevitável a ideologia do pensamento único e da prepotência reinante no poder instituído.
LNT
[0.128/2013]

terça-feira, 21 de maio de 2013

A falta que o Loureiro lhe faz

ChaparrosDepois do tempo em que o Loureiro andava pelo Conselho de Estado aquele órgão do presidente deixou de ter qualquer utilidade (mais um órgão do presidente que não tem qualquer utilidade).

Junta-se uma data de gente (senadores e outros) numa sala de doirados e cortinados, servem-se uns pastelinhos com canela e açúcar em pó e, tirando o senador sénior que depois de dizer o que tem para dizer se põe a andar porque sabe que dali nada sai, fica toda aquela gente a ouvir o que já ouviu nas televisões e a suspirar para que nos jardins do Palácio não haja algum chaparro que leve a Senhora de Fátima a fazer uma aterragem.

Termina com um comunicado lacónico em conformidade.
LNT
[0.123/2013]