[0.139/2009]MagalhaenseandoAssim, de repente, podia sair um texto qualquer semelhante a muitos outros que servem para marcar a presença da escrita alternativa no espaço público. Não inovava, é verdade, não acrescentava nada, também é verdade, mas mostrava estar vivo para a coisa Blogos(fera) como fazem outros artistas abruptamente famosos.
Mas não é de repente que quero fazer o tal texto porque sinto devê-lo escrever devagar, pensadamente e sem pressas como, por exemplo, faz a
Senhora Dona Manuela quando agarra tranquilamente nos papeis que o
Doutor Mendes esqueceu no fundo do baú da
Buenos Aires e, por lhes juntar uns acordes de
Piazzolla e uns trinados de
Gardel, consegue dar ao bailarico de tango um ar frescamente requentado sem referência ao autor da partitura.
Assim de repente, de mansinho e sem peias,
Dona Manuela usa
lunfardo na sua faceta plagiadora e só não transita para o departamento de reciclagem das moedas-más por se tratar de assunto de Estado longamente pensado no
green do golfo.
E isto, assim de repente, desanima e faz com que a escrita não flua mesmo que não falte assunto, por exemplo, para comentar que o
nosso Primeiro ontem esteve numa escola com alunos verdadeiros, daqueles que estão inscritos desde o primeiro trimestre o que, embora não seja tão telegénico como uma sala cheia de putos de agência, sempre deu para projectar um grande-plano do sorriso raro da
Senhora das Pérolas.
Assim de repente é o que se arranja. Corte e empoado fica para mais tarde. Siga o tango.
LNT