Não me agrada fazer política à volta das desgraças que se vão sucedendo, muito menos sobre aquelas que sei de antemão serem recorrentes. Mas ainda me agrada menos ver nas televisões os (as) megafones do actual poder político a dizerem que tudo o que há a fazer nos incêndios está a ser feito e a vangloriarem-se da capacidade que estão a demonstrar (lembram-se das cobras e lagartos que disseram em anos anteriores?).
Nos últimos dias tem-se visto nos ecrãs uma senhora fardada que reza as mais díspares sentenças e fala como se aquilo que se tem passado no terreno fosse uma vitória da competência, nomeadamente nos incêndios da zona de Tavira (os da Madeira nem comento até porque não estou lá para saber toda a realidade que Alberto João tenta esconder até com ameaças à comunicação social).
No entanto, por aqui em Tavira, a cinza cai na praia como se estivesse a nevar, o fumo invade tudo e forma nuvens como se o Sol estivesse em eclipse, a labareda vê-se à noite como se fosse um festival de luz e o trabalho silvícola e agrícola de gerações desaparece em cada nova chaminé que surge no horizonte.
Não farei demagogia à volta de tudo isto mas, por favor, parem com a máquina de propaganda, agora manobrada por fardas com dourados e rabos-de-cavalo, e tratem de ser sérios.
Todos sabemos que o fogo vai parar, até porque já pouco mais há para arder, mas não parará devido à propaganda e ao engano que querem promover. No mínimo tenham respeito por este povo a quem tudo tiram e a quem, em troca, cada vez dão menos.
LNT
[0.354/2012]