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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Flic-flac

Pastelaria Marques

Partindo da posição de pé sobre o solo, o ginasta flexiona ligeiramente os joelhos e abaixa os braços, em desequilíbrio para trás, e lança-se para trás em antepulsão dos braços e abertura do tronco à posição selada (hiper-extensão lombar), até o apoio das mãos no solo. A seguir o ginasta empurra o solo com repulsão de ombros, carpando o corpo para finalizar o movimento de pé, corpo estendido. Pode ser executado também para frente, sendo o inverso do flic-flac para trás.
"In Ginástica desportiva"

Os carpados, para trás, são os mais espectaculares. Existem para todos os gostos e desgostos, mais ou menos flectidos, mais elevados ou rasantes e têm sempre o condão de, sendo mal feitos, poderem voltar a ser executados.

Eles servem para manter as aparências na perfeição, tal como os alfinetes de peito da Casa Batalha, loja ao Chiado sempre recomendada pela Senhora Dona Amélia com um – "ninguém os faz como eles" – fingiam ser jóias, ou os pastelinhos da Marques regados com vinho branco servido às cinco da tarde em bule de chá, no tempo das sopeiras, para disfarçar os vícios das atletas, amásias e outras artistas que, quando calhava, esborrachavam as ventas nos paralelepípedos de regresso ao aconchego do lar.

Os flic-flac são pura arte e imprescindível técnica de persuasão. A partir da observação da maleabilidade dorsal com que são executados é possível apurar quem quer ser nomeado rei, súbdito, ou mero entertainer.

Há fragrâncias no ar que nos indicam estarmos a regressar ao tempo deles.
LNT
[0.344/2010]