Loucos existem em toda a parte.
Em 2013 um maquinista entrou numa curva em Santiago com o dobro (ou mais) da velocidade permitida e assassinou umas dezenas de passageiros. Em escolas americanas sucedem-se entradas de jovens armados até aos dentes que matam tudo o que mexe. Em Portugal entra-se com um Governo que vai matando de fome e nos bancos dos hospitais uma data de gente e anuncia, com ar satisfeito, que tem os cofres cheios (de dívida e de saque). Nas televisões entra-se com reality shows em catadupa que têm por cerne o amesquinhamento e a desumanização de gente inqualificável que se prontifica a trocar a dignidade por notoriedade. Em países civilizadíssimos entra-se com loucos que fazem caça a jovens que estão acampados e, tiro a tiro, os abatem sem dó nem piedade. Em países menos civilizados entram com armas nas mãos de crianças para executarem reféns. Noutros, ainda, entram com bandos armados e raptam dezenas de jovens para servirem de escravos.
Uma barbárie completa centrada no egoísmo, no individualismo, na ambição de fama tout court e no espectáculo mediático, com ou sem razões ideológicas à mistura, com ou sem fanatismos que mais não são do que a procura do notável que transforma a loucura em notícia e escarrapacha, através dos vendedores de notícias, a cara e o nome de quem quer ressair do cinzento.
O louco que aterrou de forma pouco convencional numa montanha dos Alpes foi só mais um desses.
É a amoralidade que andamos a criar.
LNT
[0.167/2015]
Em 2013 um maquinista entrou numa curva em Santiago com o dobro (ou mais) da velocidade permitida e assassinou umas dezenas de passageiros. Em escolas americanas sucedem-se entradas de jovens armados até aos dentes que matam tudo o que mexe. Em Portugal entra-se com um Governo que vai matando de fome e nos bancos dos hospitais uma data de gente e anuncia, com ar satisfeito, que tem os cofres cheios (de dívida e de saque). Nas televisões entra-se com reality shows em catadupa que têm por cerne o amesquinhamento e a desumanização de gente inqualificável que se prontifica a trocar a dignidade por notoriedade. Em países civilizadíssimos entra-se com loucos que fazem caça a jovens que estão acampados e, tiro a tiro, os abatem sem dó nem piedade. Em países menos civilizados entram com armas nas mãos de crianças para executarem reféns. Noutros, ainda, entram com bandos armados e raptam dezenas de jovens para servirem de escravos.
Uma barbárie completa centrada no egoísmo, no individualismo, na ambição de fama tout court e no espectáculo mediático, com ou sem razões ideológicas à mistura, com ou sem fanatismos que mais não são do que a procura do notável que transforma a loucura em notícia e escarrapacha, através dos vendedores de notícias, a cara e o nome de quem quer ressair do cinzento.
O louco que aterrou de forma pouco convencional numa montanha dos Alpes foi só mais um desses.
É a amoralidade que andamos a criar.
LNT
[0.167/2015]