Depois de ontem ter estado uma bela noite para ir aos gambozinos hoje, durante o dia, mantém-se essa propensão.
E quem não entende que a tradição de caçar gambozinos à noite já acabou (como muitas outras, por exemplo, a das mulheres não poderem votar, não poderem ir para a carreira judicial e não se poderem ausentar do País sem autorização escrita dos maridos), não conseguirá alguma vez entender que o Mundo avança por cada tradição que se quebra.
Há no entanto uma tradição que tenho muita dificuldade de entender que se possa quebrar. A da honra, ou palavra dada, aquilo que se chama “o acordo de cavalheiros” que consiste em cumprir com actos o que antes, mesmo que só com um aperto de mão, entre dois, ou com uma promessa eleitoral, entre quem se candidata e quem lhe entrega o voto, havia sido prometido.
Esta tradição, a da honra, muito mais valiosa do que qualquer outra resultante do “fazer de uma forma porque nunca se fez de outra” tem sido sistemicamente quebrada por quem hoje evoca as tradições para evitar o que a lei escrita contempla.
Todas as outras tradições, bem como todos os sermões moralistas que temos de aturar nos tempos que correm evitam a racionalidade e preferem os bons costumes que garantam o Status quo (in statu quo res erant ante bellum) ignorando que a maior parte das batalhas foram travadas para alterar tradições e costumes.
São estas coisas que dão sentido aos termos “reaccionário” e “reformista”.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.282/2015]
E quem não entende que a tradição de caçar gambozinos à noite já acabou (como muitas outras, por exemplo, a das mulheres não poderem votar, não poderem ir para a carreira judicial e não se poderem ausentar do País sem autorização escrita dos maridos), não conseguirá alguma vez entender que o Mundo avança por cada tradição que se quebra.
Há no entanto uma tradição que tenho muita dificuldade de entender que se possa quebrar. A da honra, ou palavra dada, aquilo que se chama “o acordo de cavalheiros” que consiste em cumprir com actos o que antes, mesmo que só com um aperto de mão, entre dois, ou com uma promessa eleitoral, entre quem se candidata e quem lhe entrega o voto, havia sido prometido.
Esta tradição, a da honra, muito mais valiosa do que qualquer outra resultante do “fazer de uma forma porque nunca se fez de outra” tem sido sistemicamente quebrada por quem hoje evoca as tradições para evitar o que a lei escrita contempla.
Todas as outras tradições, bem como todos os sermões moralistas que temos de aturar nos tempos que correm evitam a racionalidade e preferem os bons costumes que garantam o Status quo (in statu quo res erant ante bellum) ignorando que a maior parte das batalhas foram travadas para alterar tradições e costumes.
São estas coisas que dão sentido aos termos “reaccionário” e “reformista”.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.282/2015]