Dona Assunção decretou há dias que todos nós, incluindo os contribuintes que viram penhorados os seus bens e haveres pelo Fisco intolerante e pelo confisco austero, devemos erguer as mãos para o Céu e agradecer ao Divino ter-nos brindado durante quatro anos com um Núncio, que de touros pouco sabe, mas que de saque intolerável sabe tudo.
O tal Núncio, aficionado de cabrestos, veio agora à Comissão da Assembleia da República revelar a sua ignorância em matéria de dissuasão de crimes fiscais e justificar o injustificável com uma razão que não caberia na cabeça de um terceiro banderillero de segundo tercio.
Até mesmo de Paulo Núncio (o tal a quem muito devemos conforme ditou Cristas) não se esperava tão malfadada brega no esconde-esconde das offshores made in Portugal.
Defender-se, dizendo que não divulgou os dados porque com essa acção pretendia evitar a evasão fiscal, é tão idiota como dizer que não se divulgam os números relativos à violência doméstica porque se quer acabar com ela, não se prendem os ladrões porque pode-se fomentar os assaltos, ou que não se deve tourear porque se pode ser colhido.
Há limites para a campinagem, mesmo para quem fundiu o fisco com as fronteiras e neles misturou a informática que, de forma independente, lhes prestava serviços.
Há que manter estes garraios ao estribo e sacar-lhes a batuta com que queriam continuar a reger-nos ao som de um españa cañi. LNT #BarbeariaSrLuis
[0.029/2017]
O Fisco português é uma espécie de perdigueiro treinado para a pequena cinegética.
Perdizes, coelhos, lebres, rolas e outros animais quase domésticos de pequeno porte não lhes escapam, mas podem estar a farejar ao lado de um javali a banquetear-se num cevadouro e a espojar-se nos restos entornados da gamela e não dar por ele.
Devido ao porte do javardo, eles (os perdigueiros treinados para a caça leve) não reconhecem os animais de grande porte (caça grossa) como alvos da caçada.
Exceptuam-se, naturalmente, os casos em que o bardajão já está ferido de morte, uma vez que o rasto de sangue os atiça para o abocanhamento.
Os casos recentemente conhecidos comprovam que o odor de cabidela atrai não só os perdigueiros de serviço como também os farejadores dos informes.
Alegadamente terá cometido o pecadilho arrogante dos detentores do poder que pensam tudo poder contornar legislando, como se a legislação pudesse ser um instrumento de excepção aplicada a casos particulares.
Provavelmente prometeu o que não poderia cumprir com o intuito de colocar um homem de currículo à frente da instituição pública financeira que concentra os mais importantes recursos do sector Estado.
Hipoteticamente terá cometido perjúrio na Comissão Parlamentar.
Mas o que nunca lhe perdoarão é o facto de ter comprovado que a teoria thatcheriana do ”there Is no alternative” é uma falácia, assim como nunca lhe perdoarão a prova provada de que é possível cumprir as metas estabelecidas pelos agiotas internacionais sem esmagar os contribuintes.
Enquanto Centeno tiver um pêlo no couro cabeludo, Passos Coelho e Cristas, apostados no desmantelamento da CGD e na chicana política do desvario guerrilheiro para conseguir a lei da terra queimada, hão-de exigir o seu escalpe.
Os esbirros xavieranos, serviçais de vichyssoises marcelistas, nunca lhe perdoarão a inocência política com que foram conseguidos os resultados técnicos que anulam as teses da submissão e do espírito de bons alunos acobardados, magistralmente instruídas na cadeira de economia-do-lar que Cavaco regeu às quintas-feiras, e não só. LNT #BarbeariaSrLuis
[0.025/2017]
Tendo por bem que a definição de corrupção é "oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra", não estará o Ministério Público a incentivar a dita cuja quando dá a entender que se alguns dos arguidos se transformarem em “gargantas fundas” poderão vir a beneficiar de atenuantes?
Confirma-se que o Mundo anda perigoso e que a justiça nacional anda pelas ruas da amargura. LNT #BarbeariaSrLuis
[0.023/2017]