terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Está livre, Senhor Presidente?

Marcelo Rebelo de Sousa

Depois de ouvir o discurso de vitória de Marcelo Rebelo de Sousa posso afirmar que tenho, de novo, um Presidente da República.

Que diferença para o discurso na noite da vitória feito de ódio e de nojo que Cavaco proferiu ao ser eleito e reeleito.

Marcelo não era o meu candidato, como se sabe, mas independentemente de todas as críticas e comentários que eu lhe possa tecer futuramente, vejo nele um Presidente da República, coisa que me foi alheia nos últimos dez anos.

E como não pode deixar de ser, reconheço-lhe alguns tiques inquietantes, mas nenhum deles sequer se aproxima de ser um antidemocrata, um ditador ou muitas das outras parvoíces que vi e ainda vejo por aí especadas.

Há muitos assuntos a analisar nesta eleição que vão desde a derrota humilhante do ex-clérigo do PCP, ao suicídio masoquista que o BE promoveu através da “candidata engraçadinha e com um discurso populista” quando resolveu trazer à liça o falso debate das subvenções em vez de se concentrar no ataque a Marcelo, passando pelas tricas internas do PS que alguns continuam a querer identificar mentirosamente com Seguro e os seus ex-apoiantes e com a ainda mais mentirosa fantasia de que Guterres tivesse alguma vez mostrado interesse em ser candidato. Lá irei um dia destes, caso consiga paciência para tanto.

Quanto ao meu candidato, António Sampaio da Nóvoa, só lhe posso deixar a minha gratidão pela disponibilidade que teve, pela campanha que fez e pelo discurso com que se despediu.

Como diria o Solnado:

Está livre, Senhor Presidente? Então leve-me ao Estádio da Luz.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.007/2016]

domingo, 24 de janeiro de 2016

Votar

Presidenciais 2016Às 16:00 horas só tinham votado 37,69% (número interessante, como diria Mota Amaral) dos eleitores (território nacional).

Fraquito resultado de gente que acha ter todos os direitos mas que se abstém de os praticar usando toda a espécie de desculpas para ficar livre para a crítica inconsequente.

Sei que muitos comentadores e jornalistas dizem e escrevem que os cidadãos deste País estão cansados de campanhas e eleições, deixando a sensação que a fadiga que os incomoda é o mote para justificar a fraqueza que os deixa esparramados nos sofás a lamentar as escolhas dos outros. Imagino o cansaço que essa gente teria sentido se tivesse de se ter batido pelo direito ao voto e pela liberdade que hoje tem e desperdiça.

Desta vez, mesmo que acenassem com a fraca qualidade das campanhas, havia candidatos para todos os gostos.

Aguarda-se que as urnas fechem para ver este bando de almas penadas começar a arrastar as correntes do resmungo sem nada terem feito para que algo fosse diferente.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.006/2016]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A uma unha negra

Pavilhão do Presidente da RepúblicaEstamos a uma unha negra de conseguir a segunda volta das presidenciais, o que será a segunda vez que acontece desde que vivemos em democracia.

Como se sabe, serei eleitor de Sampaio da Nóvoa, o que não me impede de fazer o apelo para que todos os que não querem ver Marcelo Rebelo de Sousa a substituir o ainda Presidente Cavaco, não deixem de ir votar no próximo Domingo, em Sampaio da Nóvoa, ou em qualquer outro candidato que não Marcelo.

Considero como suicida o ataque demagógico e populista feito contra a candidatura de Maria de Belém, apontando-lhe a responsabilidade por ser uma das subscritoras de um pedido de constitucionalidade de um diploma legal, como se não fosse obrigação de qualquer deputado zelar pela constitucionalidade das Leis produzidas nos País, especialmente se for pretendente ao cargo de Presidente da República. Foi absolutamente suicida por ter sido uma (falsa) polémica levantada por uma candidatura de esquerda – e já nem vale a pena referir que essa candidatura é de uma deputada ao Parlamento Europeu, a quem se aplica o art.º 15 do Estatuto desses deputados – o que poderá provocar que muitos votos tendencialmente dirigidos a Maria de Belém passem para a abstenção, para o voto branco ou nulo, ou para o candidato de direita.

O mal está feito e da responsabilidade de se progredir da unha negra à morte na praia, já a esquerda não se safa.

Por isso, uma vez mais, deixo o meu apelo para que, todos os que não querem mais do mesmo na Presidência da República, não deixem de se apresentar às urnas para se expressarem validamente contra o revanchismo da direita e obrigar a realização de uma segunda volta onde haverá forte hipótese de eleger um Presidente mais solidário, fraterno e presente.

Se possível façam-no votando em Sampaio da Nóvoa, mas se ainda não for possível fazê-lo nesta primeira volta, apoiando qualquer outro candidato que não Rebelo de Sousa.

Estamos a uma unha negra de fazer História.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.005/2016]

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Novos tempos

Para um Tempo Novo

Houve um tempo em que não poderia haver campanha eleitoral sem haver Blogs (oficiais ou só de apoio) aos candidatos que se faziam a todas as eleições. Hoje, a coisa transitou mais para as outras redes sociais, Face e Twitter.

Felizmente alguém ainda mantém a praxe dos blogs. Desejo a JPN e aos seus companheiros sucesso nesta esperança de um novo tempo com António Sampaio da Nóvoa.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.004/2016]

domingo, 10 de janeiro de 2016

Sinal do tempo que passa

Sampaio da NóvoaOs tempos estão de chuva. Os novos e os velhos tempos, se é que há tempos novos e velhos e se é que se poderá chamar novos tempos ao desengonço que por aí vai.

Por não saber se há tempo, por se terem deixado as presidenciais para o fim dos mesmos - uma armadilha lançada por Marcelo que não necessitava de tempo e que foi secundada por muito(a)s que não perceberam a cilada do silêncio - e no cansaço da mudança dos tempos que uns dizem residir numa realidade inexistente e outros na inexistência de realidade, decido-me finalmente por um dos três candidatos que gostaria de ver na segunda volta destas presidenciais.

Reconheço não ser o que mais facilmente mereceria o meu voto, principalmente por não o conhecer pessoalmente e nunca ter com ele participado em qualquer luta que me lembre, mas é decididamente o que melhor se posicionou, a meu ver, para recolher na segunda volta o maior número de apoios que possam proporcionar a Marcelo mais uma derrota para somar a todas as outras que conseguiu sempre que se dispôs a concorrer a eleições políticas fora do seu Partido.

Sampaio da Nóvoa demonstrou que é o candidato que, caso consigamos evitar a eleição de Marcelo à primeira, neste tempo que não é novo nem velho por ser somente um anúncio de outros tempos, poderá derrotar o candidato da direita democrática na segunda volta e tudo aquilo que ainda lhe desconheço deixou de ser um entrave para a minha confiança desde já.

Maria de Belém, que conheço há muito e com quem já travei partidária e politicamente muitos momentos de poder e de cidadania, não me deixou agora a esperança necessária para vencer este desafio e, Henrique Neto, com quem estive e estou de acordo com muito do que tem dito e feito toda a vida, não me convenceu da possibilidade de atingir esse objectivo.

Marcelo, a quem vejo muitos dos meus camaradas e amigos diabolizar como se fosse um antidemocrata, coisa que entendo como uma falta de senso só possível num tempo de desnorte e de luta eleitoral tem, no entanto, de ser travado por todos os votos que se possam recolher fora da sua candidatura, razão suficiente para que nesta primeira volta me recuse a fazer campanha, embora não possa deixar de anunciar publicamente que confiarei a esperança deste combate em Sampaio da Nóvoa.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.003/2016]

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Presidenciais

Pavilhão PRAinda bem que assisti aos debates de ontem entre Marisa Matias e Rebelo de Sousa e entre Maria de Belém e Henrique Neto. Ainda bem porque senão ia ficar convencido, pelos comentários que hoje li, de que Marcelo tinha sido engolido por Marisa e de que Belém tinha sido mastigada por Henrique.

Do que vi, Marcelo pareceu-me especialmente bem ao ter sido confrontado com os habituais temas fracturantes que continuam a ser as únicas bandeiras do BE, por ter afirmado que não deixaria de promulgar os diplomas aprovados na AR, independentemente deles serem, ou não, do seu agrado. Esta posição deixou-me descansado sobre o exercício do cargo para que concorre uma vez que também não considero que a opinião pessoal do Presidente da República sobre temas não essenciais para os portugueses seja objecto do poder de veto.

Do que vi, Maria de Belém pareceu-me especialmente bem no abespinhamento contra Neto quando ele deixou matérias de índole pessoal para um período em que ela já não poderia defender-se. Saiu-se mal Henrique Neto que passa a vida a evocar a ética e depois procede desta forma.

Para que não restem dúvidas, mantenho que o meu voto servirá para provocar uma segunda volta.

Num tempo de total ausência de propostas empolgantes pelos actuais candidatos à Presidência da República e depois da descredibilização do cargo provocada pela desastrosa partidarização e facciosismo de Cavaco, acredito que a abstenção irá atingir níveis nunca antes alcançados o que levará Marcelo a instalar-se no Pátio dos Bichos logo à primeira contagem dos votos.

Os portugueses parecem já ficar suficientemente satisfeitos por verem pelas costas o Presidente mais detestado desde sempre (Cavaco), conforme se pode observar pelos estudos de opinião, e esse facto determina a irrelevância (para mim absurda porque já deviam ter aprendido com Cavaco a importância que o lugar tem) e, ou não votarão, ou votarão em qualquer candidato desde que lhe seja simpático, uma vez que nenhum deles se destaca pela positiva.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.002/2016]

domingo, 3 de janeiro de 2016

Barba non facit philosophum

Ano novoBom 2016, meus e minhas caros e caras leitores e leitoras.

Como podem ver adoptei a forma, ou fórmula, politica e idioticamente correcta para iniciar os textos desta Barbearia no ano, num português anti- AO e sem capacidade de assimilar o androcêntrico como capacidade de escrita assexuada.

Assim, minhas caras e meus caros clientes, fica provado que a passagem do ano é pouco mais do que a ultrapassagem de determinado ponto da translação da Terra que, embora este ano vá sofrer a correcção de um dia para acertar os devaneios dos anos anteriores, nada acrescenta ao fogo-de-artifício e às bebedeiras do fim-do-ano a não ser umas rugas aos nossos rostos.

Costuma ser uma época de balanços que me dispenso de fazer porque as tonturas da idade que avança aconselham, cada vez mais, ao caminhar direito com postura correcta da coluna, embora seja indispensável observar os que se curvam sob o peso acumulado nos ombros pelos que lá se encavalitam.

Vamos nisto. Deixemos que se percorram trajectos esconsos que, de escombro em escombro, farão cair de mais alto quem os escolheu como caminho, saudemos os construtores das novas veredas e a partida, de rastos, de quem por cá viveu quase quarenta anos acima das suas e das nossas possibilidades.

Se poderem evitem os debates presidenciais, as conferências dos Conselhos de Ministros e as intervenções do Parlamento, evitem.

Tenham um ano divertido, já que nada indica que será bom.

Riam-se muito, porque de siso não há ventura.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.001/2016]