segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Adriano Moreira


Sobre a personalidade Adriano Moreira não me interessa repetir o que quer que seja, uma vez que tudo o que podia escrever já está escrito.

Resta-me lamentar a sua morte e recordar que ele foi, pelo menos no caso de Manuel Alfredo Tito de Morais, um ser humano capaz de o resgatar aos algozes da PIDE em Angola e conduzi-lo ao Continente, ainda que depois Tito de Morais tivesse de se exilar no Brasil.

Não foi coisa pouca para um então Ministro do Ultramar de Salazar.

Mais tarde e já em democracia, na minha curta passagem pela Assembleia da República quando Tito de Morais foi Presidente, tive o grato prazer de me cruzar inúmeras vezes com o Professor e com ele aprender muito do que a sua vasta cultura tinha para ensinar.

À sua memória devo respeito e à Isabel Moreira e restantes familiares a minha solidariedade.

(em cima um extracto do documentário "Antes quebrar que torcer" feito para a RTP aquando das CCTM em 2010.)
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.065/2022]

1 comentário:

Figueiredo disse...

«...Ele esteve preso, porque teve problemas políticos. Quando o conheci, puxava para a extrema esquerda. Depois teve o problema com a família do general Godinho. Mandou a família do general apresentar queixa por homicídio contra o Santos Costa. Este mandou-o prender e tivemos um trabalhão para o pôr na rua, pois na realidade, aquilo era uma violência. Pior ainda, porque tendo ele sido conselheiro da queixa – segundo dizia a família do Godinho – foi depois dizer que esta a tinha apresentado contra a sua vontade. Aí começou a criar-se um ambiente algo hostil ao Adriano Moreira.Depois tornou-se professor da antiga Escola Superior Colonial, começou a aderir ao Salazar. Consegue transformar a Escola num Curso Superior e também que os seus professores passassem a ter a categoria de professores catedráticos.
Isto sem concurso. Por exemplo, Armando Marques Guedes, que era assistente da Faculdade, e a quem tínhamos três vezes aberto concurso para professor, a que nunca se apresentou, foi levado pelo Adriano para professor catedrático do Instituto. O Marcelo, muito magoado, dizia: “Aquele sujeito está à porta do Instituto a distribuir lugares de catedrático como quem dá rebuçados...”...»

Fonte: Adelino da Palma Carlos, sobre Adriano Moreira.