Agora falando de coisas sérias. Coisas sérias, percebem, não de umas insignificâncias como pôr 19 gandulos à manjedoura da Caixa Geral de Depósitos, ou dos quatro mil milhões que a CGD precisa para recuperar dos gandulos que de lá saíram, ou de outras irrelevâncias como a de admitir que os não eleitos burocratas europeus se metam neste assunto e mandem estudar os candidatos ao acesso ao pote, ou do espiolhar das contas bancárias de quem ainda faz a asneira de depositar dinheiro nos bancos portugueses, ou do rasgar da Concordata sem negociar primeiro novo acordo com a Santa Sé, como fez Salgado Zenha com o divórcio num tempo em que ainda havia políticos com vergonha na cara.
Falando de coisas sérias, como dizia no início deste borrão, é falar de descanso depois das férias num tempo em que as férias são os únicos dias de missão do ano inteiro, com horas para tudo desde o levantar para ir à praia até à correria dos banhos depois da praia para poder ir para a fila de um qualquer restaurante esperar vaga para jantar. E falar de coisas sérias é também falar do ar sério com que na Noélia de Cabanas um jovem empertigado atrás do balcão se acha mais importante do que os clientes que se apresentam para fazer a marcação de um jantar, ou do senhor Zé da travessia da ria que retira, ao fim da tarde, dois dos seus três barcos porque já tem o dinheiro no bolso e pouco lhe interessa que no pontão do lado da praia os clientes esperem uma eternidade para regressarem. E isto para já não falar do restaurante que só está activo nos meses de Verão e anuncia na porta que estará encerrado em Agosto para descanso do pessoal, ou daquela coisa séria que foi ver o empregado de um café sacar do telemóvel para fotografar uma cadeira da esplanada onde um cliente tinha deixado areia, que ele não sacudiu, e dizer que estava a fazer um registo para memória futura do Verão de 2016 e das coisas sérias que o tinham incomodado.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.048/2016]
Falando de coisas sérias, como dizia no início deste borrão, é falar de descanso depois das férias num tempo em que as férias são os únicos dias de missão do ano inteiro, com horas para tudo desde o levantar para ir à praia até à correria dos banhos depois da praia para poder ir para a fila de um qualquer restaurante esperar vaga para jantar. E falar de coisas sérias é também falar do ar sério com que na Noélia de Cabanas um jovem empertigado atrás do balcão se acha mais importante do que os clientes que se apresentam para fazer a marcação de um jantar, ou do senhor Zé da travessia da ria que retira, ao fim da tarde, dois dos seus três barcos porque já tem o dinheiro no bolso e pouco lhe interessa que no pontão do lado da praia os clientes esperem uma eternidade para regressarem. E isto para já não falar do restaurante que só está activo nos meses de Verão e anuncia na porta que estará encerrado em Agosto para descanso do pessoal, ou daquela coisa séria que foi ver o empregado de um café sacar do telemóvel para fotografar uma cadeira da esplanada onde um cliente tinha deixado areia, que ele não sacudiu, e dizer que estava a fazer um registo para memória futura do Verão de 2016 e das coisas sérias que o tinham incomodado.
LNT
#BarbeariaSrLuis
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