[0.892/2008]Sente-se no arHá gente que por nunca olhar o todo perde a noção das coisas importantes. Esquecem-se de perceber os impactos que cada acção acrescenta e admiram-se quando verificam estarem a lidar com situações fora de controlo. A questão resulta quando se desvalorizam sistematicamente os interlocutores, se ofende quem pensa de forma diferente, se confunde a opinião política com o insulto pessoal e quando se julga os outros e as razões dos outros no pressuposto que esses outros agem por despeito ou por interesses escondidos.
Mesmo em democracia estas atitudes podem levar ao extremar de soluções de intolerância e anarquia. O excesso de exigência de obediência conduz ao excesso de desobediência, o abate sistemático das lideranças do contraditório provoca o surgimento de movimentos descontrolados e a permanente arrogância sustentada na ideia de que deter a maioria de votos é suficiente para conseguir estabilidade conduz à resistência.
Se a tudo isto se somar a exigência de avaliação dos mais fracos ao mesmo tempo que se desresponsabiliza o laxismo dos mais poderosos e se reforça a impunidade dos grandes criminosos fica criado o caldo bacteriológico do imbróglio.
LNT