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terça-feira, 13 de julho de 2010

Trinta e quantos?

Caranguejo

Quando ela se preparava para sair à caça de um qualquer estupor entrou-lhe pela vida uma garrafa de gin com um caranguejo lá dentro. O crustáceo seguro da sua concha mexia-se pouco, divertido com as bolhinhas explosivas do quinino e do ácido da citrinagem que o envolvia.

Fazia curto tempo que perdera a ponta das asas e apercebia-se que já estava na calha para que lhas cortassem ainda mais rentes. Pensava ser da natureza dos caranguejos não voar, sabia ser seu costume andar de esguelha e que para o fazer havia sido dotado com visão periférica de larga abrangência.

Sabia que aquela maresia o ia quilhar. Mas não sabia, não podia na altura saber, que não são as asas que fazem os caranguejos voar e que mesmo baixinho, quase a rapar, ninguém glissa (*) tão bem como eles quando preferem um aquário ao mar.
LNT

(*) A glissagem deve ser iniciada e terminada com comandos suaves e simultâneos do mancho e de pedal. O que causa o aumento da razão de descida é a inclinação da asa que provoca uma perda de sustentação da aeronave. A função do pedal contrário é nada mais do que manter a recta, uma vez que a aeronave tenderia a voltar para o lado da inclinação da asa.
[0.255/2010]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Perfeitos

GuimIsto dos pretéritos-perfeitos tem muito que se lhe diga. Por exemplo, há quem afirme que por aqui já se rabiscou em escrita alternativa, venha isso a ser boa ou má moeda a entender.

Sei que para alguns será boa, que poderá significar escrita de alternativa mas para outros, para os agrestes, traduz-se como escrita de alterne.

É como os pretéritos-perfeitos, dizia no início deste trabalhoso e curto texto, informando que sobre os pretéritos e sobre os perfeitos há muito que se lhe diga. Se forem no modo indicativo a coisa está feita e concluida. Se forem no modo subjuntivo temos coisa terminada no futuro quando (e se) algo acontecer. Uma chatice.
LNT
[0.207/2010]