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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pólvora seca

português suaveSei que isto de remar contra a maré é cansativo, mas lá vão mais umas remadelas.

A senhora alemã vem cá visitar os seus empregados. Faz bem e espero que seja bem recebida, como é da tradição portuguesa. Devíamos servir-lhe um bom caldo verde, umas migas alentejanas feitas com todos os preparos e um sarrabulho de a fazer chorar por mais. À sobremesa, e seguindo o conselho alvarinho, ficava-lhe bem um pastel de Belém e até poderia levar para a sua terra outros pastéis que por lá mumificaram devidamente conservados na canela e no açúcar em pó.

Em compensação ela poderia trazer-nos um delicioso chocolate de ouro igual a um que, em tempos, uma sua súbdita me trouxe e que confirmo ser delicioso.

A senhora alemã e os senhores norueguês, inglês, holandês, belga, austríaco, dinamarquês e todos os outros, serão sempre bem-vindos neste país de Sol e sombra.

Temos um dos melhores climas do Mundo, bom vinho e petiscos de arromba. Temos também, para seu prazer, estradas como ninguém tem, aeroportos confortáveis e muitas espreguiçadeiras nos nossos SPAS com óptimo(a)s profissionais para a(o)s fazer relaxar das agruras e frustrações de viverem em países de céu cinzento.

Para além de tudo isso temos também refugo suficiente para exportação, no mesmo lote daquele de onde levaram o Presidente da Comissão Europeia, disponíveis a cumprir todas as orientações que achem por bem impor.

O nosso problema não são os nossos visitantes, nem os nossos credores.

Tal como em qualquer empresa, os nossos problemas residem nos seus contabilistas e nos gestores que não sabem satisfazer, com qualidade, os requisitos dos seus clientes e subordinam o interesse dessas empresas aos interesses de quem as financia em vez de gerarem riqueza para os reembolsar, para produzirem e para proporcionar aos seus colaboradores meios sustentáveis de boa qualidade de vida.
LNT
[0.561/2012]

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sobre a velha estorieta da produtividade e flexibilização

Via VerdeSempre que se trata de deitar as culpas para o estado em que estamos, avança, à cabeça, a estorieta da produtividade, do custo dos trabalhadores e da flexibilização.

Nunca esta gente se refere à gestão imbecil que continua a fazer, principalmente quando se trata de grandes empresas e, principalmente, quando falamos de organizações monopolistas.

Vejamos um caso Via Verde:

Todos os que fazemos uso da Via Verde temos esse serviço associado a uma conta bancária. Todos somos clientes fidelizados (que remédio) que pagam, por débito directo e em conta corrente, os serviços que nos são prestados.

Os aparelhos instalados nos nossos automóveis funcionam com uma bateria sem qualquer indicador do seu estado. O alerta para que essa bateria pode estar esgotada é uma luz amarela que se acende ao passar por uma portagem. No entanto, o registo da passagem é efectuado pela Via Verde e o cliente é identificado.

O caso:
Fui notificado para fazer o levantamento de uma carta registada com aviso de recepção na estação de correio da minha zona. Esta notificação decorreu do facto de, no dia X e às tantas horas, não estar alguém em casa para receber o correio, situação normal numa casa onde as pessoas saem para trabalhar. No dia seguinte dirigi-me à estação dos CTT para fazer o seu levantamento. Aberta a carta constatei que continha três páginas (carregadas de ameaças) para me informar que tinha o montante de 2.64 euros para pagar, referente a uma portagem de 0.55 euros e a taxas administrativas no valor de 2.09 euros.

As razões da “infracção” já foram explicadas antes: Um dispositivo da Via Verde (que não tenho forma de monitorizar) montado no meu carro não emitiu um sinal que a Via Verde necessitava para executar um seu procedimento.

A má gestão:
A Via Verde sabe quem eu sou (notificou-me correctamente).
A Via Verde tem uma conta corrente comigo (tenho recebido os extractos mensais dos saques que faz na minha conta).
A Via Verde sabe que fui a uma sua loja fazer a mudança da bateria (já me mandou a factura e o recibo e já sacou o dinheiro respectivo da minha conta bancária).
A Via Verde é incompetente, gere mal os seus interesses.
A Via Verde não respeita os seus clientes.

As consequências:
Perdi uma hora de trabalho para levantar uma carta registada.
Paguei quase cinco vezes aquilo que tinha de pagar por um problema que me foi criado pela própria Via Verde.
Utilizei desnecessariamente os serviços dos CTT.
Utilizei um recurso multibanco absolutamente despropositado (um pagamento insignificante).
A Via Verde gastou mais a notificar-me (em portes e tempo de trabalho) do que aquilo que cobrou.
A Via Verde fez-me gastar todo este tempo em que estou a contar a estória da imbecilidade da sua má gestão e da má qualidade da sua prestação de serviços.
A Via Verde pôs-me de mau humor.
A Via Verde irritou-me e deixou-me com vontade de os mandar para a pata que os pôs.

A simplicidade da solução:
A Via Verde tinha feito este registo na minha conta corrente (tal como faz com todos os outros).
O cliente ficava satisfeito e sem prejuízos adicionais. A empresa ficava com o lucro.

Claro que perdiam a oportunidade de ameaçar, de castigar, de sancionar, de chatear e de amedrontar e sem isso poderiam perder a oportunidade de, um dia, serem Governo de Portugal.

Depois virão estes gestores da treta com as conversas da flexibilização e dos altos custos do trabalho?
LNT
[0.256/2012]