Afastado desta traquitana só hoje soube que Torquato da Luz morreu no passado dia 24.
O apontamento está no Ofício Diário e foi deixado pela sua filha Maria João, que não conheço, mas a quem deixo um grande abraço. É certamente um imenso orgulho ter tido por Pai uma pessoa de sensibilidade tão especial.
Torquato tinha o hábito de me convidar para todas as apresentações dos livros de poesia que escrevia e eu o hábito de nunca ir, como quase sempre faço nessas circunstâncias. Uns dias depois recebia o livro cá em casa, uma amabilidade do autor que sabia que cada palavra e estância seriam de imediato lidas e apreciadas.
No seu Blog a palavra ressaía na companhia das imagens do autor, a sensibilidade à flor da pele e o bom gosto estampado no ecrã, um caminho gratuito que cedia para nossa satisfação.
Vou ter saudades de notícias novas. Espero que o Blog permaneça para todas as revisitações.
LNT
[0.023/2013]
O apontamento está no Ofício Diário e foi deixado pela sua filha Maria João, que não conheço, mas a quem deixo um grande abraço. É certamente um imenso orgulho ter tido por Pai uma pessoa de sensibilidade tão especial.
Torquato tinha o hábito de me convidar para todas as apresentações dos livros de poesia que escrevia e eu o hábito de nunca ir, como quase sempre faço nessas circunstâncias. Uns dias depois recebia o livro cá em casa, uma amabilidade do autor que sabia que cada palavra e estância seriam de imediato lidas e apreciadas.
No seu Blog a palavra ressaía na companhia das imagens do autor, a sensibilidade à flor da pele e o bom gosto estampado no ecrã, um caminho gratuito que cedia para nossa satisfação.
Vou ter saudades de notícias novas. Espero que o Blog permaneça para todas as revisitações.
Pode ser que, na hora da partidaTorquato da Luz, Rendição “Por amor e outros poemas”, Papiro Editora, 2008
Para onde eu não sei e tu tão-pouco,
O navio se limite a um silvo rouco
E nenhum lenço acene em despedida.
Pode ser que a memória dividida
Entre o cais de partir e o de chegar
Permita a invenção de algum lugar
Onde nos seja dada uma outra vida.
Pode ser, pode ser, mas ninguém sabe
O que se esconde para além do muro
Que nos impede a vista do futuro.
E, sendo assim as coisas, só nos cabe
Abraçar a sublime rendição
De apenas escutar o coração.
LNT
[0.023/2013]